Acordei com o com som estridente do despertador, ainda de olhos fechados tateei o botão para desligá-lo.
Assim que o som se silenciou eu busquei Elize do meu lado quando encontrei seu corpo quente embaixo das cobertas, a envolvi em meus braços.
— Bom dia. — Ela disse em um tom sonolento.
— Bom dia meu amor. — eu disse, beijando o rosto dela.
Apesar de eu querer ficar aqui pelo resto da minha vida, temos que levantar. Ela se levantou primeiro, foi até o banheiro e deixou a porta aberta, eu sabia que se tratava de um convite. Então eu levantei algum tempo depois e fui até o banheiro.
Escovei os dentes e enquanto me despia, via sua silhueta através do box embaçado e úmido.
Logo entrei e me juntei a ela no chuveiro.Ao sairmos do banho, preparei nosso café como de costume, e comemos antes de sair.
— Posso te levar hoje? — Perguntei ao ver ela pegando a chave de seu carro.
Ela sorriu.
— Vou para o asilo quando sair do trabalho. — Ela disse.
— Ah, ok. Não posso te acompanhar hoje por que vou para o Boxe. Mas mande um abraço para a Tereza. E diga para o José que semana que vem eu vou acabar com ele no xadrez. —
Ela riu e se ergueu para selar nossos lábios.
— Pode deixar. — Ela disse, e então saimos.Ao chegar na empresa, resolvendo os assuntos que precisava durando o dia, quando então a secretária deu um toque na porta antes de a abrir.
Levantei meus olhos a ela.
— Seu pai pediu para falar com você, está te esperando na sala dele. — Ela disse, e então fechou a porta.
Terminei de digitar o que estava escrevendo e salvei o arquivo.
E respirei fundo antes de levantar e ir até a sala do meu pai.Ao chegar o vi de costas, olhava através da grande janela de vidro de sua sala, que dava uma visão privilegiada do centro da cidade.
— Me chamou? — Eu disse, para chamar a atenção dele que pareceu nem ter notado que eu havia entrado.
Ele então se virou, e notei que ele estava com um não habitual ar de simpatia.
Não parecia ter me chamado aqui para tratar algum assunto relacionado a empresa.
— Sim, sente-se filho. — Ele disse.
Filho? ele sempre me chama de Liam.Me sentei ainda com um ar de desconfiança, e esperei que ele começasse a falar o que quer que fosse.
— Durante os últimos anos, a Imperius tem crescido de forma surpreendente com a parceiria com a Gilleard Company. — Ele disse enquanto também se sentava em sua grande cadeira a minha frente.
E eu fiquei um pouco assustado onde isso levaria. — Na verdade nós crescemos ainda mais que o esperado. Graças a mídia gerada pelo seu casamento, nossos produtos são ainda mais valorizados. E vocês mantêm os nomes das empresas no topo. — Ele prosseguiu.Me encostei na cadeira.
— Pai, onde quer chegar? — Eu disse, tentando ir direto ao ponto.— Bom. Você e Elize tem se dado bem, já fazem quando tempo que estão realmente juntos? —
— 2 anos. — Eu respondi automaticamente. Mas logo pensei: que rumo este assunto está tomando?
— Bom, você não acha que está na hora de terem um filho? —
Eu franzi o cenho enquanto analisava o que ele havia dito, e então eu comecei a rir sarcasticamente.
— Você ta falando sério? — Eu perguntei.
— Ele futuramente, vai ser um herdeiro puro de duas grandes empresas. Todo esse poder, vai estar na mão de um Suller, por mais uma geração. — Ele dizia com convicção.
Eu não estava acreditando no que estava ouvindo.
— Um filho? Sério? Você quer controlar até isso? — Eu perguntei, ainda incrédulo, me inclinando sobre a sua mesa.
— Não é só um filho, ele vai ser um Suller-Gilleard. Você tem noção? É quase como ser da realeza. —— Mas um filho não é um negócio. Eu não quero começar uma família com a mulher que eu amo por interesses das empresas das nossas famílias. Isso é ridículo. —
Ele respirou fundo e continuou com o tom de persuasão.
— Você sabe que eu te coloquei aqui e posso muito bem te tirar. — ele disse.Minha garganta apertou levemente, como sempre, ele iria me ameaçar.
— Mesmo se eu quisesse, você sabe melhor que ninguém sobre o problema de fertilidade. — Eu disse revirando os olhos.
— Mas hoje temos tratamentos melhores do que quando tivemos você. Não funcionaria para mim hoje, mas você ainda é jovem. Eu falei com alguns colegas do melhor laboratório da região, e existe um remédio, você só precisa fazer alguns exames e... — Eu o cortei antes que estourasse e jogasse qualquer objeto em cima da mesa a minha frente na direção dele.
— Remédio? Você realmente quer que eu decida ter um filho por que você acha que vai ser bom? Como não percebe como isso é ridículo? E se Elize não quiser agora? — Eu percebi que havia elevado meu tom de voz e que pela sua expressão ele não tinha gostado disso.
Ele se levantou e continuou com um olhar duro focado em mim.
— CONVENÇA ELA! Eu não quero saber. Só me obedeça e seu lugar na empresa e como meu herdeiro estará garantido. —Eu fiquei em silêncio, ele sabia como isso era importante para mim. Eu odiava a forma como ele me tinha em suas mãos, odiava quando me ameaçava para conseguir o que quisesse.
Após um tempo em silêncio eu ouvi a voz dele novamente, desta vez um pouco mais recomposto.
— Vou pedir para sua secretária ligar para o laboratório, marcar o exames e fazer o pedido do medicamento. O biomédico me garantiu que deve ter resultado em cerca de alguns meses. —Eu me levantei sem ter mais nada para falar, precisava apenas pensar longe daquele ambiente tóxico que era estar ao lado do meu pai.
Sai da sala sem dizer mais nada, e ao invés de voltar ao meu escritório eu sai da empresa e peguei meu carro, dirigi vagamente tentando encontrar alguma forma de escapar disso tudo.
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As Cinzas do Amor
RomanceSequência de "Casando Com o Inimigo" - Liam, você me deixava em chamas. Nosso amor nos incendiava e qualquer um podia ver isso, mas você nos destruiu. Você transformou tudo o que tinhamos em cinzas. E eu só me sinto uma completa idiota por ter confi...