EPÍLOGO

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— Três anos depois —

Eu não achei que fosse terminar assim. Na verdade, não era nada do que eu estava esperando. Como eu fui boba.

— Essa carinha é boa ou ruim? — Suellen pergunta preocupada. — Sinto muito... não era a minha intenção quebrar, Eloíse. Droga, eu sou tão desastrada.

— Tudo bem, Ellen. Só estou recordando desse momento. — Ela resolve observar o retrato mais atentamente comigo, após derrubá-lo e quebrá-lo perto das cortinas. — Nunca me senti tão feliz e realizada.

— Não se esqueça que você caiu feito um patinho.

— Ah, é claro, como esquecer disso? Clara e Guilherme foram umas verdadeiras víboras teatrais. Dá uma lista encadernada de todos os envolvidos, inclusive o Felipe.

— Espera, eu ouvi o meu santo nome? — Clara surge da cozinha com uma bandeja de doces.

— Sim. — Ellen sorri, acariciando o seu barrigão. — Eloíse está comentando pela milésima vez do dia em que caiu direitinho no plano do seu próprio casamento surpresa.

— Esse dia foi épico. — Ela sorri animada. — Felipe foi um verdadeiro maluco de amor. Ele me fez planejar aquela festa em menos de duas semanas. Quase fiquei sem os cabelos...

Minha cabeça voa para as lembranças, deixando as vozes conversando longínquas. Aquele sábado foi o mais lindo de tudo que eu já vivi — toco na nossa foto de costas para a cachoeira. Após tirar a venda, tudo o que eu vi... eu não tive palavras, eu só pude chorar sem chão. Havia inúmeras pessoas bem vestida e de pé. As cadeiras enfileiradas. Um coral de instrumentos tocando Hallelujah, decoração de rosas brancas, uma passarela de madeira indo até o altar onde estava o cerimonialista. E na entrada, eu vestida de noiva, com o meu homem de joelhos, trajando um terno preto e segurando a minha mão. Por alguns minutos eu não sabia se era real. Eu não sabia o que pensar. O que era aquilo? O que estava acontecendo? Como me enganaram? Como eu fui para naquele lugar perfeito sem saber; vestida de véu e grinalda? Era tudo um plano? Minha mente fervia. Eu levantei o pescoço e, em meio às lágrimas eu observei a minha avó toda elegante de vestido turquesa; a Ellen, a Pietra, a Clara, a Marta, o Guilherme, a Juliana e a dona Alverina perto do altar. Meu irmão estava de roupa formal, no papel do nosso querido pai, me aguardando para caminharmos ao meio dos nossos padrinhos; Augusto, Fernando e 03. Enquanto nesse momento, nem o pedido de casamento do Felipe eu tinha respondido ainda. Eu então o fitei, se encontrava nervoso, apreensivo, bonito, com os seus cabelos penteados para trás e aquele rosto másculo. Ele sorriu... eu respirei fundo... soltei o ar... e dos meus lábios secos saiu o gaguejo lento que todos aguardavam — o sim... eu queria viver ao seu lado até o último fôlego de nossas vidas.

— Elô, você está chorando? — Clara e Ellen me seguram, apavoradas. — Senta um pouco. Por favor.

— Não, tudo bem, é o emocional de grávida.

— Te entendo perfeitamente. — Ellen olha para as nossas enormes barrigas.

— Você nem estava ouvindo a gente né?

— Não, eu estava pensando em como eu cai direitinho no plano de vocês a três anos atrás. E para chegar hoje, na terceira renovação dos nossos votos.

— Gente do céu, cadê vocês?? — Guilherme aparece gritando e nos interrompendo. — Heron e Hayron estão roubando brigadeiros da mesa! Andem depressa! Venham logo!

—Meu Deus, são meus filhos! — Clara abandona a forma de bolinhos. Ela está muito estranha, está comendo mais do que eu e a Ellen juntas. — Vamos logo, Eloíse, temos que reunir todo mundo!

Me Conquiste • COMPLETOHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin