CAPÍTULO 44

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Capítulo 44

Felipe Alencar

— O encontro foi marcado? — Quando Fernando retorna, eu questiono-o, nervoso.

— Essa é a porra da questão. Quem conversou com o meliante foi outro capanga. E esse capanga disse que entraria em contato a qualquer momento por este celular. — Sem paciência, ele me joga o celular. — Fique atento! E Murilo, grampeie o aparelho! 03, faça a troca dos caminhões, em segui apreenda os dois indivíduos! Temos que manter o filho do francês sobre a nossa vigilância!

— Sim senhor, com licença!

— Eu queria resolver isso hoje!

— Morrer hoje, você quis dizer? — Fernando é irônico. — Esses traficantes te desejam morto!

— E se invadir a residência do chefão, considere suicídio.

Em outra ocasião eu pouco me importaria em colocar a minha vida em risco. Este seria o exato momento em que eu correria atrás daqueles bostas e fuzilaria cada um a sangue frio. Porém, Eloíse... a sua voz, seu rosto vermelho, molhado de lágrimas... nada sai dos meus pensamentos. Eu não quero deixá-la, nem a entristecer ao ponto de sofrer por minha culpa. O que eu quero, é ver o rosto da minha loirinha até o último fôlego de existência.

— Vamos embora, Felipe!

Eu saio, quieto, calado, indo até o carro preto dos garras. E para a minha surpresa, antes de ligar o veículo, Fernando surge abrindo a porta e sentando-se ao fechá-la forte.

— Não vai com o 03 no caminhão? — Sou desprezível.

— Você precisa conversar. E por uma hora e meia eu faço esse favor.

— Não quero conversar!

— Não perguntei. Cala a boca, bastardo. E da partida!

Furioso com o Fernando, eu vou só até o fim da estrada de chão sem abrir a boca. Pois na rodovia de asfalto, eu sou obrigado a bater no volante e xingar esse estrume!

— Você é um filho da puta! Eu queria ir hoje atrás do francês!

— Já repetiu isso milhares de vezes. E você iria. É um teimoso, rebelde, imprevisível, que só pararia com um tiro encravado no rabo. Mas a verdade é que não foi eu quem te segurou.

O observo, em seguida a estrada. Ele tem razão.

— Pegue a arma, seria uma ótima hora para você estourar a minha cabeça. Pois ontem, prometi a ela que se eu voltasse vivo da missão, revelaria tudo do meu passado.

Fernando fica em silêncio, entendendo o medo que me aflige.

— Ela confiará em você.

— E se não?

— Eu acredito na sua inocência. E não é só por ser o delinquente-mimado do meu irmão mais novo. É por saber de olhos fechados que não seria capaz daquela barbaridade. Seus crimes jamais passariam de comer piranha de bandido. E de um louco por jogos de racha.

— Não sei se será tão simples. Você acredita em mim, porque realmente me conhece.

— Nada que envolva mulheres, é simples, Felipe. Elas todas são um enigma.

— Meu enigma loiro pode me chamar de monstro... ou me tacar um salto nas costas.

— Vai ter que arriscar. Seja sincero, tente se abrir com ela.

— Claro, depois de um sexo selvagem, talvez eu tente me "abrir".

Irritado, Fernando pega a arma e mira no meio das minhas coxas. Cuzão do inferno!

Me Conquiste • COMPLETOWhere stories live. Discover now