CAPÍTULO 38

47.1K 3.7K 572
                                    

Capítulo 38

Felipe Alencar

Do lado de fora do carro, eu aguardo o moleque sair dos fundos da conveniência

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Do lado de fora do carro, eu aguardo o moleque sair dos fundos da conveniência. São 23h00 da noite. Eu estou parado bem ao lado da sua moto. Quando ele enfim sai e vem caminhando com o capacete em mãos, o bastardo reconhece a minha pessoa.

— Você? — Surpreso, ele aponta o dedo indicador, ao parar perto de mim e da moto. Ele esconde algo no bolso da calça. — Você não é o... sei lá o que da minha irmã?

— Felipe. — Eu digo. Porém não o cumprimento com nenhum aperto de mãos. Mantenho-me sério e linha dura. — Parece que o seu pneu furou.

— Furou... — Ele olha e xinga. — Que droga!

— O que fazia no fundo desse estabelecimento suspeito?

— Não é da sua conta! — O bastardo responde, abaixando para analisar o pneu. — Merda, eu comprei rodas novas ontem!

— Que pena. Mas pode resolver isso sem maiores dificuldades, ou valores.

— O que você quer seu idiota? Apareceu aqui para quê?

Ele se levanta brutinho, me encarando. Eu olho para o lado e sorrio. Em seguida volto de novo, o fitando sem brincadeiras. O pirralho parece um zé mané.

— Eu tenho uma troca de ajuda. Quer aceitar? Pode salvar a sua vida.

— Salvar o que? Eu não preciso de nenhuma ajuda, vaza daqui!

— Otávio, vamos ser camaradas. A onze anos eu estive na mesma situação que a sua. Eu sei que não quer decepcionar a sua irmã, nem a sua avó. Por isso, eu estou te oferecendo uma chance de não seguir o mesmo destino que eu. De ser diferente.

— Ser diferente com o que? Você nem me conhece. É só o carinha imbecil que come a minha irmã por ela ser bonita. E eu sei da sua!

Porra, sem evitar, em surpresa, eu voo sobre ele e soco a fuça do moleque em menos de dois segundos. O frango cai igual saco de terra no chão.

— Cala a boca seu bastardo! Respeita a Eloíse! Quer levar uma surra para chegar em casa rastejando socorro?

— É você quem vai apanhar!

Ele se reergue. E desta vez eu não preciso mover um passo para ele retornar ao chão.

— Posso ficar a noite toda aqui te dando uma surra. Quer continuar? Sua cara ainda não me parece muito deformada.

— O que quer, merda?

Ele arrega e se afasta, sangrando pelo nariz e pelo corte na sobrancelha.

— Eu sei o que anda fazendo. Aliás, o que guardou no bolso.

— E daí? — Ele cospe. — Eu sou maior de idade, não é da sua conta o que eu ando fazendo e deixando de fazer! É a minha vida!

— O pirralho não deve saber, mas eu fui agente da polícia federal por oito anos. Continuo sendo agente interligado do governo. E tenho ótimas provas para te colocar na cadeia.

Me Conquiste • COMPLETOWhere stories live. Discover now