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CAPÍTULO 12. PARTE II

Eloíse Galvani

Algumas horas antes...

Parada na frente da porta principal, eu dou duas batidas. E percebo ela só encostada, então a abro. Mariano, Mariano. O que terá em mente? Eu caminho para dentro da sala.

— Amor...?

Observo a única iluminação do local vir só do seu quarto. Sorrio.

— Cadê você? Nem cheguei tão atrasada...

Eu caminho lentamente pelo corredor... apoiada com a mão na parede.

— Amor... — ainda sorrindo, eu paro na frente do seu quarto. — M-ma... — E meu semblante recai. Com o corpo em choque, seguro-me no batente.

Ele ergue a cabeça. E arregala os olhos.

— Eloíse! M-minha mulher — ele tenta pular da cama, mas desaba tonto para o lado da escrivaninha. A destroçando em pedaços.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI???

A vagabunda protege a nudez com o lençol.

Sem acreditar, eu começo a chorar.

— COMO TEVE A CORAGEM, MARIANO???

Nú, ele se coloca de pé com a ajuda da cama.

— Eu, eu não fiz nada — gagueja alcoolizado.

— SEUS NOJENTOS, SUA VAGABUNDA!!!

Nervosa, desesperada, quando dou por mim, eu estou voando sobre os cabelos dela. Sobre o corpo da desgraçada. Estapeando a cara de cachorra com força.

— Aaaa, me solta sua puta! Eu não sabia que ele tinha namorada!

— EU SOU A NOIVA, SUA VADIA! A NOIVA!

— Elo... Eloíse — Mariano tenta me agarrar. Mas também é esbofeteado.

Eu choro. Não quero acreditar que isto esteja acontecendo na minha vida. Eu não quero.

— V-você precisa ouvir, amor. — Ele me puxa.

A vagabunda foge, sangrando.

— EU TE ODEIO!!! SEU CRETINO!!! COMO PODE, COMO PODE FAZER ISSO COMIGO??? EU ACEITE ME CASAR COM VOCÊ!!! EU TE AMAVA!!! — Eu choro, socando as costas dele. — MANDOU AQUELA MENSAGEM SÓ PARA EU PEGÁ-LO NA CAMA COM OUTRA???

Mariano tosse, tonto. E me agarra pela cintura, eu o afasto, com ânsia.

— Eu não... — ele bambeia — Eu não fiz... foi ela... — e aponta para a amante.

— MENTIROSO!!!

Isso não pode estar acontecendo. Não, isso não pode estar acontecendo comigo. Meu Deus.

Desesperada, eu me levanto.

— Eu sinto muito pelo seu noivo... eu não sabia. Ele me enganou.

— Cala a boca, é mentira. Por favor, n-não escuta ela amor, não escuta — Mariano aperta meus braços. — Eu te amo.

— VOCÊ NÃO ME AMA! ME SOLTA!!! — Grito, o empurrando novamente.

— Ela, ela apareceu na minha cama. Eu não encostei um dedo.

— Eu quero sair daqui, eu quero vomitar. Não suporto mais escutar a sua voz, o-olhar para a sua face de traíra!

— Não pode me deixar, eu não fiz nada, eu te amo!

Trêmula, eu quase saio correndo. Entretanto, ele volta a segurar-se na minha cintura, com veemência. E puxa meu cabelo.

— NÃO!!! EU QUERO QUE VOCÊ MORRA! — Declaro com nojo, raiva.