CAPÍTULO QUARENTA E NOVE

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No carro um pagode atual tocava, eu não sabia a letra, mas Vinícios e Pedro cantavam ela inteira. Lucas também, e fazia dancinha e tudo. Eu estava sentada entre Lucas e Pedro, Gugu estava no último banco, Vini dirigia e Dudu estava ao seu lado.

— O advogado acabou de mandar um e-mail. — Pedro falou e eu olhei pra Dudu que se virou levemente para nos olhar.

Não estava muito calor, nem frio, estava bem gostoso pra falar a verdade. Era um bom fim de tarde, e era uma pena que eu estivesse indo embora, mesmo que estivesse ansiosa pra chegar ao Rio, logo.

— O que ele disse? — Eduardo perguntou por mim.

— Pediu para assim que chegarmos ao Rio, comparecer a delegacia que a polícia vai fazer outro interrogatório com você, ver se agora você se lembra de mais alguma coisa que possa ajudar na investigação. — Pedro respondeu diretamente pra mim, e senti a onda de nervosismo passar pelo meu corpo.

— Aí meu Deus... — falei enfiando os dedos pelos cabelos.

— Fica tranquila, essas coisas são normais em uma investigação, além disso, você estará acompanhada do advogado. — Dudu falou e eu assenti.

— Eu sei, mas é estranho... Eu estava tão nervosa da última vez que achei que eu seria presa. — os meninos riram.

— Mas porque você seria?

— Eu sei lá, comecei a lembrar de todas as besteiras que já tinha feito na minha vida. Mas nada parecia tão grave ao ponto de ser presa.

— Você já fez alguma besteira na sua vida? Parece muito certinha. — Vini falou e os garotos concordaram.

— Eu sei lá, o que você define como besteira?

— É... Ela nunca fez nenhuma besteira. — Pedro falou e nós gargalhamos.

— Dona Lene disse que ela nem saia de casa. — Gugu disse enquanto devorava o pacote de Cheetos.

— Eu não gostava de sair, geralmente minhas amigas me chamavam, mas eu inventava alguma coisa. — disse roubando um biscoito de Gugu que estava atrás de mim.

Ou? — reclamou e eu não dei atenção.

— Por quê? Eu inventava alguma coisa era pra sair de casa, eu fazia "trabalhos escolares" depois da aula todos os dias da semana o ano inteiro. — Lucas disse e eu gargalhei alto.

— Se eu pudesse evitava até os trabalhos. — falei vendo Vinícios negar.

— Vamos parar no mercado? — Gugu perguntou do nada, mudando de assunto.

— Por que e pra quê? — Vini que dirigia perguntou.

— Pra comprar comida pra viagem, por que eu quero. — respondeu enfiando mais um bocado de biscoitos na boca.

Biscoitos esse que já tinha sido motivo de briga quando entramos no carro, os garotos ameaçaram jogar ele fora do carro caso ele abrisse o "pacote de vômito" como Pedro apelidou. Gugu de abusado abriu assim mesmo e ninguém conseguiu tirar nem ele e nem o pacote de dentro do carro.

— Não vamos parar só por que você é um esfomeado. — Vini respondeu e Dudu ao seu lado soltou uma gargalhada. — além disso, você está todo errado.

— Eu não sou esfomeado, a viagem é longa. Deixem de ser ruins comigo. — falou dramático.

— Minha mãe mandou uma vasilha com empadão pra gente. — falei e ele revirou os olhos.

— Queria alguma coisa doce, um bagulho pra beber. — Pedro soltou uma risada.

— Como pode gente? — perguntei e eles deram de ombro. — compra dentro do aeroporto.

Imprevisível (VERSÃO-CORRIGIDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora