CAPÍTULO ONZE

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Senti minhas bochechas queimando, mesmo que estivesse sozinha naquele lugar. Seu perfume ficou impregnado em todo o salão, e eu suspirei sentindo seu perfume me queimar. Jamais havia visto alguém tão bonito quanto aquele homem que tinha acabado de sair. E eu juro que não estava sendo exagerada.

Fechei o salão indo para minha casa. Decidi que tomar um banho era o melhor a se fazer, em uma tentativa falha de pensar em qualquer coisa no mundo que não fosse aqueles olhos infinitamente azuis.

Então ele é o Eduardo? Irmão irritante/mandão que queria controlar a vida de Pedro, – palavras dramáticas que o mesmo usou irritado. Pedro havia contado sobre ele há algumas semanas a trás, mas a imagem que criei do homem em minha cabeça era completamente diferente.

Lembrei das palavras de Pedro.

Eu tenho um irmão mais velho né? Te contei isso já né?— concordei mandando o continuar. — ele é BEM mais velho que eu, é bem chato, turrão e certinho.

Com isso imaginei um homem de no mínimo uns trinta e poucos anos, com barba crescida, menor que Pedro e talvez até uma barriguinha de chopp. O choque foi maior que qualquer coisa, suspirei.

— Que inferno! — praguejo indo em direção a cozinha.

No dia seguinte nenhum dos garotos apareceram e eu não os culpei, fez um frio danado e a chuva foi torrencial. Não acreditava na capacidade que o Rio tinha de mudar o tempo em poucos minutos, podia jurar que tinha visto um sol de rachar a poucas horas.

— Ué? Nera ontem? — disse assistindo meu amigo entrar no salão com um sorriso sapeca no rosto, acompanhado de Luna que passou Pedro para trás vindo falar comigo primeiro.

— Oi gata! — me apertou em seus braços e eu o retribui.

Ela era realmente muito simpática, fazia de um tudo pra não perder o assunto, falava sobre coisas aleatórias e perguntava de tudo na tentativa de me conhecer melhor.

— Oi Lu! Como está?

— Ótima! Consegui finalmente um tempinho pra vir aqui, tava corrido de mais pelo meu trabalho.

— Tudo bem! Fica a vontade. — eu disse indo abraçar meu amigo.

— Fala comigo! — ele disse me apertando em seus braços. — foi mal não ter vindo ontem, e nem avisado que não ia vir.

— Tudo bem, com aquela chuva toda fechei o salão bem cedo, e me enrolei nas cobertas.

— Ainda tive que ir pra empresa. — revirou os olhos. — dormi pra caralho na minha hora de almoço, nem comi. Ainda levei coberta. — gargalhei.

Isso era a cara dele! Não tinha dúvidas que ele era capaz de fazer uma coisa dessas e ainda fazer seu olhar cínico se alguém perguntasse alguma coisa.

— Não creio! — coloquei a mão sobre a boca.

— Iiih! Tá de bobeira, que eu vou passar frio. — revirou os olhos.

— Pedro sempre foi abusado, nunca vi. — Luna comentou rindo e eu sentei ao seu lado.

Era uma quarta lenta, não havia muitos clientes ainda mais por aquele horário de três da tarde.

— Não sei como Dudu te liberou hoje. — Luna comentou, e eu a olhei.

— Eu fugi! Disse que precisava de uma folga no meio da semana.

— Você já não trabalha nos fins de semana, sai cedo todos os dias. Quer folga pra quê garoto? — gargalhei.

— Eu preciso descansar, já disse que aquilo é uma loucura? — dei de ombros.

Imprevisível (VERSÃO-CORRIGIDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora