CAPÍTULO VINTE E SEIS

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Eduardo parou o carro alguns metros de distancia e esperou que eu tomasse meu lugar ao seu lado. O ar do carro estava ligado, e estava provavelmente no mais forte por que eu mal entrei e já estava com frio. Sua presença me deixa nervosa e o nervoso me dava ainda mais frio.

Enquanto balançava a perna tentava estalar os dedos pela quarta vez.

— Para com isso. — Eduardo disse pela primeira vez, depois de uns cinco minutos que o carro partiu. Sua voz ficou alta no silencio do carro, uma voz rouca e grossa.

— Como? — perguntei com a voz oscilante pelo susto que levei.

— Para com isso, de estalar os dedos e ficar tremendo a perna. Esta nervosa? — ele sorriu. Maldito.

— Não estou nervosa. — disse olhando pela janela.

— Então por que ta fazendo isso? — tinha um riso cínico no rosto, daqueles que me dava raiva e vontade de rir ao mesmo tempo.

— Eu estou preocupada, Lucas ainda esta internado se você não sabe. — ele não respondei, fez uma careta e voltou a sua total atenção ao transito.

Aproveitou pra ligar o som e começou a tocar uma música do Arctic Monkeys. Eu amava aquela música mesmo sem saber o nome, e aparentemente ele também porque era uma conexão com o celular.

— Tu não vai mesmo pedir para eu desligar né? — falou sorrindo.

O carro parou em um sinal vermelho e ele tirou às mãos do volante esfregando uma a outra e me olhou cínico.

— Não estou com frio. — ele soltou uma risada.

Eu estava era congelando.

Para mim a temperatura está ótima, só diminuo se pedir. — cretino.

Tentei o máximo que pude, mas eu estava tremendo de frio. Eu não gostava de frio, não ficava bem no frio. E aquele ar do carro já estava me dando dor de cabeça.

— Tá bom! — falei por fim, e ele tinha aquele maldito sorriso no rosto. — pode desligar o ar, por favor. — pedi.

— Claro! — cínico safado.

Ele desligou o ar e seguimos o resto da viagem sem falar mais nada. Eu mantive o olhar na janela, observando as ruas da cidade. Pegamos um trânsito já perto de casa, o que demorou um pouco mais.

No som do carro começou um funk bem carioca, cheio das putarias, e eu olhei para cara dele não acreditando que ele escutava esse tipo de músicas. Em resposta ele soltou um sorriso e eu dei de ombros, já estava mais do que acostumada a escutar essas músicas com os garotos.

— Precisa de alguma coisa? — ele perguntou parando o carro na calçada em frente ao salão.

— Não, tudo bem, obrigada. — disse indo abrir a porta, mas ele acabou trancando do lado dele, impedindo que eu conseguisse abrir.

Virei para olhar seus olhos, e agora ele estava sério e nossa...

— Eduar...— ele não deixou eu terminar, calou minha boca com a sua em um beijo.

Não tinha mais como fugir, não tinha mais para onde correr, era aquilo, era ele, eu sentia... Era pavoroso, e tão... Doce. Eu o queria, queria muito.

Sua mão esquerda pousou sobre minha coxa enquanto a outra estava em meu pescoço intensificando o nosso beijo. Era lento, e caloroso, acolhedor, era sem dúvidas o melhor beijo que eu já havia provado.

Não consigo mais te ver e não ter vontade de te beijar. — sussurrou contra meus lábios, e eu senti o arrepio passar por todo meu corpo.

Imprevisível (VERSÃO-CORRIGIDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora