Bom dia, Phobos.

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Coragem não é a ausência de medo, é a força para mover-se mesmo estando aterrorizado.

17/03/2017, Sexta-feira. 01:10

Um par de olhos vermelhos espreitava na escuridão do corredor. Observava Conan aproximar-se rapidamente acompanhado de uma besta negra. Atrás do garoto catalisador estavam Edgar, Vincent e Sofia, que corriam em uma tentativa infrutífera de alcançá-lo. Phobos evitou o conflito com o strix que havia passado pelo corredor anteriormente, sabia que seria uma batalha perdida e não tinha a menor intenção de iniciá-la, mas essa situação era completamente diferente.

Uma espessa neblina tomou conta do corredor escuro, dificultando ainda mais a visão dos ali presentes. Conan parou de correr e Cúchulainn pôs-se ao seu lado (a fera foi obrigada a reduzir seu tamanho drasticamente para mover-se livremente no corredor, agora tinha apenas noventa centímetros de altura).

— Conan! — gritou Sofia, adiantando-se em direção a Conan.

Vincent puxou-a pelo braço.

— Cubra o rosto e faça silêncio, essa não é uma névoa normal. — Afirmou o inquisidor.

— Mas o Conan... — Retrucou Sofia.

— Olha, eu entendo perfeitamente como se sente, mas você não vai servir para nada se estiver morta. — Vincent disse secamente e empunhou sua Six Shooter prateada.

— Sofia, vamos fazer como ele diz. — Edgar tirou dois lenços de seu sobretudo, cobriu a boca e o nariz com um e entregou o outro para Sofia.

Contrariada e relutante, a garota fez o mesmo.

A sinistra risada de Phobos ecoou por todo corredor.

— Eu não sei quem você é, mas não me atrapalhe! — Bradou Conan, irado.

O catalisador sentiu uma dor pontiaguda em sua perna, os olhos vermelhos do Djinn encontraram-se com os de Conan. O jovem surpreendeu-se ao ver o rosto daquela garota com uma expressão sádica e distorcida. Phobos retirou a faca da coxa de Conan com um movimento giratório, agravando o ferimento e intensificando ainda mais a dor do garoto.

— Gaaah! — Conan caiu ao chão segurando o ferimento e rangendo os dentes. A dor era suficiente para fazê-lo lacrimejar.

— Delicioso! Que gemido delicioso! Me mostre garoto, do que você tem medo? — Phobos gargalhou. Uma risada metálica e fria, mordiscando o ouvido daqueles desafortunados o bastante para escutá-la.

Vincent preparou-se para atirar mas não tinha nenhum alvo, a névoa era espessa demais, apertar o gatilho significava assumir o risco de ferir Conan.

— Conan! — Gritou Sofia, apavorada ao imaginar o que aquele gemido poderia significar. Rezava pela segurança do garoto.

— Merda! Estou indo! — Afirmou Vincent.

Tão cedo o Inquisidor iniciou seu avanço, foi percebido pelo djinn. Apesar da névoa prejudicar a visão de todos ali presentes, em nada atrapalhava os sentidos de Phobos, era possível afirmar que até mesmo auxiliava.

— Intromissão? Tudo bem, já estou preparado para isso. — Phobos saltou para trás e pulou na parede à sua direita, fixou-se lá, ignorando a gravidade por completo. — Mostre-me seu medo! Trema perante mim!

Outro grito de agonia foi escutado no corredor, o inquisidor apertou o punho de sua arma e apressou-se. Com o raio de visão debilitado devido à espessura da neblina, Vincent parou apenas quando tropeçou em algo, mas conseguiu manter o equilíbrio e evitar a queda. Sua mente entrou em estado de negação assim que percebeu que o objeto no chão tratava-se do corpo inerte de Conan, o cadáver tinha um imenso corte na garganta pelo qual o sangue não parava de jorrar. Seu corpo enrijeceu de imediato e recuou instintivamente, criando a abertura perfeita para Phobos.

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