Revenant

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17/03/2017, Sexta-feira. 00:00

Os dois olhos avermelhados fixaram-se em uma única direção. Selena e Arthur sentiram o chamado advindo de um local remoto.

— É lá. — Disse Selena. — Mas toda essa energia concentrada... Aquilo é certamente um chamariz... As criaturas da outra frequência serão atraídas para aquele lugar como insetos são atraídos para a luz. Se você quiser salvar sua namoradinha, vai precisar correr.

— Ex. — Salientou Arthur.

A strix sorriu e afagou os cabelos caóticos de seu pupilo.

— Eu vou na frente. Vou garantir que você não seja interrompido por penetras.

Alongou-se rapidamente e parou em uma posição que indicava que planejava saltar.

— Parece que essa noite será divertida!

Gerando uma grande onda de choque, a strix decolou em direção ao chamariz e desapareceu no ar. Obviamente, Arthur não tinha meios de saber, mas a strix voou a uma velocidade mach 2, ou seja, superior a dois mil quilômetros por hora; tão veloz quanto um avião de caça.
O garoto ficou boquiaberto por alguns segundos.

— Cara... Será que eu vou ficar tão rápido assim?

Arthur respirou fundo, concentrou-se e modificou sua própria frequência; desaparecendo na escuridão da noite.

***

Com um pulo, Nicole levantou do colchão jogado no chão da pequena fração de espaço caótico que ela chamava de quarto. Com uma agilidade espantosa, rodopiou pelo cômodo agarrando as peças de roupa que julgava serem necessárias enquanto removia o seu pijama azulado. Uma camisa preta, uma calça jeans azul escuro, meias, um par de tênis pretos, um pano vermelho para colocar no rosto, uma jaqueta azul escura, e claro, seu taco de beisebol. Vestiu-se, saltou para fora do quarto com um sorriso gigantesco, e balançou os cabelos azulados.

Passou pelo pequeno cômodo ao qual ela chamava de sala e abriu a porta de casa. Tomou o cuidado de trancar a porta, mesmo sabendo que ninguém seria louco o suficiente de sequer considerar invadir sua residência. Correu pelas ruas de Coruja como se estivesse a caminho de tirar o pai da forca, mas em fato, desejava mesmo era colocá-lo lá.

— Finalmente parou de se esconder?! Pietro! — Vociferou, e gargalhou logo em seguida.

***

A quantidade de papéis e livros jogados no chão do apartamento de Conan já beirava o absurdo. Os dois jovens e o detetive encontravam-se sentados no chão, examinando textos diferentes.

Sofia e Edgar foram surpreendidos pelo salto do garoto em direção à varanda.

— O que é... essa sensação? — Conan arregalou os olhos enquanto fitava o local do chamariz.

— Conan? — Sofia levantou-se e caminhou até o lado do garoto.

Conan estremeceu. Um uivo ecoou em sua mente. Na escuridão da noite, formaram-se dois olhos bestiais vermelhos observando-o, não com hostilidade ou furor como anteriormente, mas com ansiedade e empolgação, como se a fera negra que habitava dentro dele lhe dissesse: "O que está esperando? Mexa-se!".

— Você não está sentindo isso, Sofia?

A garota apenas balançou a cabeça negativamente.

— Senhor Lanpo! — Conan virou na direção do detetive.

— Eu não faço a menor ideia do que você está falando. — Edgar levantou uma sobrancelha, indicando confusão.

— Meu irmão... Meu irmão pode estar lá! — O garoto correu até a porta.

A Coruja NegraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora