Capítulo 47

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Pov Lauren

— Você me deixou. - Sussurrou com voz rouca quando finalmente conseguiu abrir os olhos.

— Você não me deu outra escolha. - Falei tentando não chorar ou, lhe mostrar o quanto eu estava aliviada por ela finalmente ter acordado.

— Tive que fazer isto. - Disse olhando ao redor da sala enquanto eu lhe entregava um copo pequeno de água. — Onde estão todos?

— São três da manhã, então suponho que estejam dormindo ou sendo expulsos de algum buffet. - Ganhei um sorriso fraco dela. — Tome um gole. - Ordenei segurando o copo na sua frente com a mão boa.

— Sim, senhora. - Obedientemente tomou.

Depois de um minuto, puxei o copo e coloquei na bandeja, desejando que seu pai estivesse aqui para me ajudar com isso, mas à uma hora atrás, Sinu finalmente conseguiu intimar o marido a voltar para o hotel e dormir um pouco. 

Agora, estou sentada aqui sozinha, com medo de descobrir que Camz estava paralisada.

Eu deveria chamar um médico, mas em vez disso, me vi subindo na cama com ela e me aconchegando ao seu lado. 

Eu precisava disso depois de tudo o que tinha passado nas últimas duas semanas, eu precisava de um momento antes de nossas vidas se transformarem em um inferno de vez.

— O que aconteceu? - Perguntou dando um beijo no topo da minha cabeça e se aproximou, colocando a mão com cuidado em minhas costas.

— Eu arrebentei a cara dos seus irmãos. - Admiti com uma fungada. Ela riu fracamente e pressionou outro beijo na minha cabeça.

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Você arrebentou a cara do seu pai. - Falei ainda lamentando não ter estado lá para impedir isso. — Seus irmãos tiveram que puxá-la de cima dele, no meio do processo vocês caíram, sua coluna quebrou e as cicatrizes de sua lesão antiga e cirurgias abriram, causando uma hemorragia interna. Eles foram capazes de parar o sangramento e remover o tecido da cicatriz, mas a sua...

— Eu tinha pontos fracos nas minhas vértebras, por causa do tiro. - Disse com naturalidade enquanto eu lutava para não chorar de novo. — Era para eu ter calma.

— Os pontos romperam. - Falei com a voz embargada. Ela ficou em silêncio por um longo tempo antes de perguntar:

— Minha coluna foi comprometida?

— Você pode mover os dedos dos pés? - Repeti a pergunta que tinha sido feita a ela, cada vez que recuperava a consciência, com medo de sua resposta.

— Sim. - E para provar isso, trouxe a perna para cima lentamente, dobrando-a antes de abaixar lentamente de volta para a cama. Então eu desabei. — Shhhh, não chore, Bruxinha. Eu estou bem. - Disse suavemente.

— Eu sinto muito. - Tentava parar, mas parecia impossível agora que as comportas abriram. Ela me assustou pra caralho!

— Você realmente bateu nos meus irmãos? - Perguntou beijando minha cabeça outra vez, obviamente, tentando me distrair.

— Sim. - Admiti com uma fungada.

— Por quê?

— Porque eles te machucaram.

— Foi um acidente. - Eu não perdi a diversão no seu tom.

— Eu não me importo! - Murmurei tentando ignorar a dor latejante na minha mão. Eu podia tomar um dos analgésicos que os médicos tinham prescrito, mas já ingeri o suficiente deles ao longo das últimas duas semanas para durar uma vida inteira.

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