A Vizinha

Capítulo 29

Orlando, Florida 

Um mês depois...

Pov Lauren

— Você ainda está me ignorando?

— Sim. - Falei pegando a garrafa de água dela e acabando com todo o líquido, antes de entregar a garrafa vazia de volta com um olhar rebelde.

— Não é minha culpa que seu chefe disse sim. - Apontou enquanto olhava em volta do lobby do hotel, parecendo entediada.

— Não foi culpa sua? - Repeti em descrença, absolutamente atordoada. — Você "acidentalmente"... - Enfatizei levantando as mãos para fazer aspas com os dedos. — Trancou-o no armário de armazenamento quando lhe deu uma turnê na nova biblioteca, durante sete horas até que ele concordou em me dar uma folga, com salário pago! - Ela piscou para mim.

— A fechadura estava com defeito.

— A fechadura estava com defeito? - Repeti com um leve aceno de cabeça, tentando entender o que ela estava dizendo.

— Anhann. - Murmurou enquanto se movia pelo local.

— Como é que a fechadura quebrada explica a cadeira e o cooler de lanches, que você deixou na frente da sala de armazenamento? - Perguntei mudando minha bolsa de ombro.

— Eu tive que manter a minha força, enquanto esperava por ajuda. - Disse com uma fungada, me forçando a olhar para longe para que ela não visse meus lábios tremendo com o riso.

— E com a ajuda, eu suponho que você quer dizer que "puxou a chave do seu bolso e abriu a porta". - Completei franzindo o cenho quando um pensamento me ocorreu. — Hum, onde está o resto de sua família?

— Provavelmente em seu hotel. - Falou com um encolher de ombros. — Por quê?

— Eles não estão se hospedando neste hotel? - Perguntei enquanto caminhávamos. Ela riu quando pegou a carteira.

— Não.

— Por que não? - Camz suspirou, pegou minha mão e levou até seus lábios para que pudesse pressionar um beijo contra as costas dela.

— Porque nós nunca teríamos um momento de paz, de outra forma.

— Mas é uma viagem em família. - Falei quase suspirando de alívio, porque não importa o quão bonito achasse que era a superproteção de sua família e eu realmente achava mas, era um pouco demais lidar com eles.

Como no último domingo, quando seus irmãos e primos vieram para assistir ao jogo.

Eu não tinha planejado me juntar a eles, mas Camz tinha me dado um olhar de filhotinho e prometido uma massagem nas costas para me convencer, que passar algum tempo com seus irmãos era uma boa ideia. 

Não tinha sido. Pelo menos não para mim.

Camila por outro lado, parecia completamente alheia aos olhares que seus irmãos mandavam para mim. 

Sempre que ela me beijou, segurou minha mão, me tocou ou me puxou para o seu colo, eles olhavam. 

Eles paravam de comer, falar e colocar uns aos outros em chave de braço apenas para observar...

Foi um pouco enervante.

Se isso não fosse ruim o suficiente, toda vez que Camz saiu da sala as perguntas começavam. 

Eles queriam saber minha história de namoro, sobre minha família, meus planos para o futuro e claro, como me sentia sobre a Kaki/Mila. 

Eu tentei o meu melhor para responder suas perguntas. Ora, a maior parte delas pelo menos.