Capítulo 24

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Scorpius
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- E aí, cara, tá nervoso? - Hugo bateu em meu ombro, enquanto eu esfregava uma palma da mão na outra, ouvindo o barulho do atrito.

Meu coração parecia que tinha montado uma banda. Eu não me lembrava de ter sentido esse nervosismo em alguma outra vez na minha vida, mas eu sabia que isso era totalmente plausível. Afinal, era a Rose. E eu ia pedi-la em namoro.

A verdade é que para mim já estávamos juntos, mas eu sei que, metódica do jeito que é, ela está esperando um pedido. E eu jurei a mim mesmo que não faria feio. Rose merece o mundo.

- Nem sei o que eu tô sentindo. É normal esse nervosismo todo? - Olhei para ele, que apenas arqueou uma sobrancelha.

- Eu nem vou comentar, tô namorando uma prima, numa família de gerações tradicionais. O que você acha? - Ele riu, sacudindo os cabelos em seguida. Pior que eu nem queria imaginar estar na pele dele. - E você ainda tem um bônus, que essas famílias não são mais inimigas. Já pensou se fosse antes?

Sim, eu já tinha pensado. O despreparo e o desespero seria mil vezes maior, e pensar que a família dela poderia proibí-la até mesmo de ser minha amiga era frustrante.

- Nem fala. Merlin, cadê a Lily e a parte dela do plano? - Agora de pé, eu andava de um lado para o outro. Eu tinha pensado em cada mínimo detalhe, não é possível que nada dê errado.

- Eu vou lá ver isso, pra apressar o processo. - Com outro tapa em minhas costas, ele saiu da cozinha, enquanto eu checava pela milésima vez se o cartão estava no lugar correto.

Hugo tinha me ajudado a criar todo um caminho para Rose chegar até mim e receber o pedido. Claramente, ele é muito mais romântico e pensa nesse tipo de coisa com muito mais facilidade, e quem melhor para me dizer se ela gostaria ou não, se não o próprio irmão dela?

Sai do local e fiquei perto das escadas, atento a qualquer movimento e rezando para que ninguém me visse e estragasse meus planos. A intenção era aproveitar a festa com minha, se assim Merlin me ajudar, futura namorada.

Escutei passos e vi a sombra de uma silhueta entrar na cozinha no momento em que virei para olhar. Torcendo para ser ela, esperei um momento e ouvi o barulho dos saltos caminharem pelo ambiente. Depois de alguns segundos, sem qualquer tempo para me preparar, a figura apareceu na minha frente. Segurando o cartão de Rose. Mas não era ela.

- Scorp! - A voz de Madeline Vane soou e toda a minha animação desceu pelo ralo.

Infelizmente, ela era da Sonserina e sempre aparecia nos mesmos locais que eu, além de parecer obcecada na minha pessoa. Não, não é prepotência. O problema é que, constantemente, ela arruma motivos para tocar em mim na tentativa de "fazer um carinho", como explicado por ela, além das terríveis indiretas que ela já me mandou. Eu nem ao menos sabia que ela era amiga de Molly.

- Oi.

- Eu sabia que era recíproco! - Seu grito furou meu tímpano, e então ela voou para cima de mim.

O susto que eu tomei foi tão grande que sofri um leve atraso para reagir. Segurei seus braços na tentativa de afastá-la de mim, mas sua voz e seu choro falso pareciam tão altos que estavam me desorientando. Sua boca alcançou meu pescoço e foi aí que juntei força para me desvencilhar de vez dela.

Truth or DareWhere stories live. Discover now