A Dor

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Nunca me senti assim. Essa dor, esse desespero. Não era justo ele carregar esse fardo assim, sozinho.

Precisava tentar cessar aquela dor que, agora, crescia em mim. Ver ele de olhos fechados, parecia tão vulnerável.

- Feche os olhos, Itachi... – Eu supliquei. E ele assim o fez.

Naquele momento, não vi outra alternativa a não ser o beijar, tentar equilibrar nossos sentimentos através de um laço mais profundo. E acredito que tenha dado certo.
Juro que fiquei extremamente excitada com aquele beijo, que começou calmo, mas logo nos envolveu com uma mistura de sentimentos e emoções. Gemidos nossos eram contidos por nossas bocas e, logo, estávamos acariciando o corpo um do outro, na medida do possível.

Uma pena que o ar falte logo nesses momentos, pois precisamos no separar. Como era lindo olhar para ele, e ver que ele me encarava com tanto desejo.

- Itachi... – Disse manhosa, vendo o corpo dele se arrepiar.

- Sakura... – Confesso que eu adorei ouvir meu nome sair da boca dele assim.

Olhei para o lado e notei que Sasori nos olhava, com um sorriso cínico no rosto. Logo, me afastei de Itachi naturalmente, sem fingir que nada daquilo tinha acontecido.

- Itachi, descanse. Não esqueça que teremos mais uma a noite. – Sorri enquanto me afastei, indo para outro aposento conversar com Sasori. Podia sentir seu olhar me queimando por trás, mas, quem disse que tínhamos terminado?

Sorri para Sasori e pedi para que me acompanhasse até meu quarto. Minha sorte? Sasori é extremamente profissional, e por conta disso, nem mencionou o que viu, pelo menos não em partes.

- E então, Sasori?

- Descobri uma planta medicinal que pode ajudar no tratamento dele. – Ele disse, me entregando um relatório preciso com as propriedades da tal planta. – Como você pode perceber, ela tem ações regressivas e pode ser utilizada de várias formas: Como compressa, diretamente nos olhos, como chá ou injeção, agindo diretamente na corrente sanguínea... São muitas possibilidades.

Analisei o documento e sorri sincera. Realmente, a planta era um achado e tanto para o caso de Itachi. O que me fez acreditar que em poucos dias, estaria acabado meu trabalho e ele poderia voltar às suas atividades.

- Muito obrigada, Sasori! Se puder, gostaria que me ajudasse a preparar cada uma dessas formas.

O ruivo a olhou com certa curiosidade e logo assentiu.

- Podemos começar amanhã se quiser.

- Perfeito! – Sorri novamente. – Ah e Sasori...

- Sakura... Era nítido que isso aconteceria. – Ele disse e sorriu, saindo do quarto e me deixando com uma pulga atrás da orelha.

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Aquilo foi muito melhor do que em qualquer sonho que ele pudesse ter tido. Há quantos anos mesmo não tinha contato intimo com alguém? Já nem sabia mais... Mas de uma coisa ele sabia: Sakura lembrava muito ela. Izumi.

Aquela, que antes de tudo acontecer, foi dona de seu coração, corpo e alma. Pena que ela o traiu, traiu Konoha, assim como todos os membros de seu clã maldito. Talvez isso Sakura tivesse de diferente: Ela era honesta. Claro que, provavelmente ainda sentia nem que fosse um carinho por Sasuke, mas sentiu nas palavras dela a firmeza que precisava.

"Talvez porque ele já não tenha mais espaço..."

Era isso. Ela já não tinha mais tempo de pensar no que a destruía, mas passava parte do tempo pensando nele agora, e ele, nela.
Além de muito competente como médica, de caráter íntegro como pessoa, após aquele beijo quente podia jurar que ela era o que ele precisava, sempre precisou e nunca encontrou.

Minha Cura (Itasaku) - {Em Revisão}Where stories live. Discover now