Minha Cura (Itasaku) - {Em Revisão}

Outros Rumos

Ino abriu os olhos lentamente, observando ao seu redor. O cheiro de madeira invadiu suas narinas, competindo com o cheiro gostoso que, pelo seu julgamento, vinha da cozinha. Lembrava-se da noite passada com detalhes, de cada toque de Gaara em sua pele e aquilo a fez sorrir. Mas, mesmo assim, sentia dentro de si um incomodo, o coração batia forte e, nem mesmo sabia explicar o porquê daquilo.

Se levantou e colocou a primeira roupa que encontrou no armário, o que mais lembrava uma camiseta surrada de Gaara, ou seria de Shikamaru? Nem ela mesma sabia. Caminhou lentamente até o banheiro, onde lavou o rosto, penteou os longos cabelos loiros e escovou os dentes. Optou por deixar os cabelos soltos e, assim, desceu as escadas, sentindo cada vez mais forte o cheiro de ovos fritos, torradas frescas e café. Ao se aproximar da porta, ouviu uma voz que fez com que sua espinha gelasse.

— Não tenho tanta certeza de que ela vai aceitar as coisas dessa forma. 

— Bom, eu não estou disposto a desistir. Você acha justo desistir? — Gaara o questionou, firme. — Nem eu me sentiria confortável se o fizesse, Sai.

Nesse momento, Ino entrou na cozinha e os observou. Os olhos azuis passearam da esquerda para a direita, várias e várias vezes e, por mais que tentasse falar algo, as palavras simplesmente sumiam. É como se tivesse esquecido de como falar.

Os dois homens a observaram também: Sai com seu jeito contido, mas esboçando um sorriso cínico de canto e, Gaara, suavemente. Ao perceber que ela não falaria nada, fez um gesto para que se sentasse e lhe estendeu uma xícara com café fresco.

Ela arfou.

Sentiu as pernas tremerem, mas se sentou antes de, quem sabe, desmaiar. Os dois homens com quem se relacionou estavam ali, ela acabara de passar uma noite bem gostosa com o Gaara e pensou, antes mesmo de vim até a cabana, muitas e muitas vezes sobre Sai. A verdade é que Ino nunca viu as relações de uma forma tão simples como as outras mulheres de seu convívio costumavam ver. Para ela, as coisas iam muito além da famosa política de descarte que costuma nortear os casais. 

Na verdade, ela odiava a política de descarte.

— Bom, já que ela chegou, acho melhor explicar o que está acontecendo... — Disse Sai, a encarando.

— Yare... Nem sei por onde começar... — Retrucou Gaara. 

— Gente... O que... — De repente o riso. Ino estava nervosa demais, nem sabia o que esperar daquele encontro que, na mente dela, nem era para estar acontecendo. — Desculpem... O que está acontecendo aqui?

Gaara se sentou, de frete para Ino e na diagonal de Sai. Ele transmitia tanta tranquilidade que, aos poucos, a loira foi se acalmando.

— Temos muito o que conversar... — Ele começou, alisando os dedos da loira. — Nós três.

(...)

— Então Gaara esteve aqui? — Kakashi questionou, olhando atentamente para cada movimento de Tsunade. 

—:Sim. Estava negociando os trâmites para o casamento de Temari e Shikamaru. Ah... Que, aliás, superaram minhas expectativas... — A loira se levantou da cama, caminhando até a escrivaninha e enchendo dois copos de saquê.

— Se te surpreende, imagino que deve ser algo bem fora dos padrões, estou errado? — Perguntou, agradecendo com um sorriso de canto o copo entregue pela loira. — O que vem por aí?

Ela riu.

Bebericou o sakê e se sentou ao lado dele, afagando seu rosto.

— Sabemos que ele perde não só sua irmã, mas a responsável pelas relações exteriores. Sabemos também que ele tem, e sempre teve, um sentimento por Ino...