Sentimentos

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Enquanto Sakura caminhou para fora da grande sala, Kisame olhou maliciosamente para Itachi, que continuava focado nos papeis a sua frente.

- Itachi-san, logo a pupila da Godaime? Por acaso se esqueceu que é um nukenin?

- Kisame, preciso curar meus olhos. Somente ela poderá fazer isso.

- Realmente, linda daquele jeito, somente ela faria isso com qualquer um! – Kisame sorriu, mostrando uma fileira de dentes extremamente afiados. – Será um colírio para os olhos da Akatsuki enquanto estiver aqui, isso posso garantir por todos.

- Chega, Kisame. Até parece que nunca viu mulher! – Itachi respondeu, com certa raiva. – E você sabe que meus interesses com ela são "profissionais". Sei o quanto ela é capacitada, pois a observo há uns anos, deve se lembrar daquela visita que fizemos à Konoha após a morte do Sandaime, não?

Kisame encarou o amigo e ficou sério.

- Como não lembrar daquela bica que levei na cara? – Itachi riu. – Ainda me vingo, você verá só. – Ambos riram. – Mas agora me diga, Itachi-san: Por que colocar tanta fé nessa menina? Ela é uma pirralha, acredito que... Ah não... – Kisame riu. – Ela é a garotinha que você observa desde aquele dia?

Itachi olhou para o companheiro, se levantou e como sempre, impassível, andou até a saída.

- Se você se lembra dela, sabe exatamente o porquê de eu ter tanta fé nela. – Após isso, saiu do grande salão deixando um parceiro de equipe perplexo.

- Espero que esteja certo, Itachi-san.

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Itachi caminhou até o próprio quarto e ali se trancou. Era estranho como mesmo seu parceiro de equipe parecia não conhecê-lo. Há alguns anos, o nukenin mais odiado de Konoha colocou os olhos na então pirralha ex companheira de time de seu irmão. De lá para cá, ele tem a observado, passo por passo, conquista por conquista. Esperado ansiosamente pelo crescimento da kunoichi pois ele sabia que somente através dela, a cura para seu mal viria.

O problema é que, acompanhando ela assim, sempre de longe, começou a notar que também há algo machucando a garota, algo que não pode ser curado nem com medicina, nem com ciência.

A verdade é que poucas pessoas conhecem, realmente, Itachi Uchiha, e nem mesmo seu irmão faz parte dessa lista. Seria estranho achar alguém que o conhecesse, alguém que o entendesse e talvez até desenvolver laços com as pessoas. Ele, desde aquela maldita noite, foi condenado à solidão, à escuridão e ao tormento eterno. Tormento esse que acontece todos os dias, ao dormir.

Poucas pessoas sabem, mas Itachi não dorme desde aquela noite. E quando tenta, se sente preso em um de seus pesadelos infinitos. Revive repetidamente seus maiores medos, suas maiores aflições e dores. Acorda assustado, como se algo ou alguém o assombrasse e sente que será assim eternamente, ou pelo menos, até se curar dessas dores invisíveis à olhos humanos.

Ele se sentou em uma poltrona e respirou fundo, impaciente. Queria mesmo que a rosada falasse logo quando começariam seu tratamento, como fariam para curar definitivamente os olhos dele. Estava ansioso, por mais que transparecesse tranquilidade.

Levantou e andou de um lado para o outro, pensando nas palavras de Kisame e se perdendo em suas lembranças. Decidiu então sair de seu quarto e caminhou até a porta do quarto da rosada, ouvindo então o diálogo que se seguia entre Sasori e Sakura:

"- ...Desde que ele começou a reclamar de dores intensas. Os meus cuidados se resumiam em aplicar uma pequena quantidade de chakra nos olhos e repouso ocular. Até funcionou por um tempo, mas hoje já não funciona mais.

Minha Cura (Itasaku) - {Em Revisão}Donde viven las historias. Descúbrelo ahora