O encontro

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Sei bem que tenho andado distraída nesses últimos meses e que muitos de vocês gostariam de saber o porquê. Bom, o motivo da minha distração é um certo Uchiha. Exatamente, esse mesmo.
Sinto falta dele e não é segredo pra ninguém que eu o amo e, claro, somos membros da mesma equipe. Então pensem só, o quanto deve ser difícil pra mim aceitar que ele se foi e que provavelmente não voltará. Eu sei que faz um tempo, ou melhor, 3 anos que ele se foi, mas para mim isso ainda é tão recente.
E, antes que me julguem, eu tentei, ou melhor, tenho tentado esquecer dele, com todas as minhas forças. As vezes penso que estou nadando contra uma maré muito mais forte do que eu, penso ser impossível.

Algo em mim insiste em me fazer manter esse amor vivo e esse algo me entristece muito, pois como eu disse antes, ele pode nunca mais voltar.

Pensando nisso, caminhei até a torre da Hokage, pois mais cedo um ANBU me convocou, dizendo que teria uma missão muito importante a cumprir. Quando dei por mim, já estava de frente para a porta. É, eu estou muito distraída mesmo! Dei duas batidas na porta, como de costume, até ouvir a voz da mestra me autorizar a entrar.

- Licença, mestra. Mandou me chamar?

- Ah, Sakura! – Ela se levantou, indo até mim e me abraçando forte. – Sim, sim! Tenho uma missão muito importante para você. Espere só eu encontrar o pergaminho sobre...

As vezes, a mestra consegue ser um pouco desorganizada. Mas, quem não se perderia naquela pilha imensa de papeis e pergaminhos?

- Ah, aqui está! – Ela disse, levantando o pergaminho e sorrindo. – Bom, terá que acompanhar um senhor ao país da Grama. Tudo bem?

- Claro, mas achei que seria algo mais importante, afinal, um ANBU me acordou as 05:00 da manhã. – Disse, com um sorriso fraco.

- Querida, esses ANBUS são desesperados! Achei que já tinha se acostumado com o jeito deles! Se arrume e esteja daqui a uma hora nos portões de Konoha. – Ela me entregou o pergaminho e nos abraçamos novamente. Sabem, nossa relação é muito de mãe para filha. Desde que perdi meus pais, Tsunade tem me sustentado como pessoa. Se não fosse por ela...

- Está tudo bem, Sakura? – Notei preocupação em sua voz e acordei de meus devaneios.

- S...Sim, Tsunade-sama. Arigato.

- Dispensada.

Voltei o mais rápido que pude até minha casa e arrumei tudo o que precisaria para completar essa missão. Após o tempo estimado, eu estava nos portões de Konoha. Pelo jeito, é uma missão tão simples que me enviarão sozinha, o que acho ótimo, pois não estou muito bem para conversas.

- Sakura-chan? – Naruto é quem chama. Ele caminha calmamente até, o que é bem estranho para alguém como ele. – Tem um minuto?

- Naruto-kun, bom dia! – Sorri. – Na verdade, estou saindo em missão agora.

- Soka... – Ele disse, colocando as mãos atrás da nuca e sorrindo lindamente. – É que eu precisava de um conselho rápido... Err... acha que a Hinata gostaria de receber isso como presente? – Ele me mostra um belo buquê de rosas coloridas, lindo e cheiroso. Não posso negar que um sorriso bobo surgiu em meus lábios e fiquei extremamente feliz por ver que Naruto está seguindo em frente. O abracei forte, pois o amo como irmão e algumas lágrimas brotaram em meus olhos, mas não as deixei cair.

- Naruto, é perfeito! Fico muito feliz por você. – Disse enquanto me desgrudava do abraço. Ele me olhou e sorriu contente. – Poderia comprar algo doce para dar junto com as flores, o que acha?

- Como sempre, você é cheia das melhores ideias, Sakura-chan! – Ele disse sorrindo forte. – Farei isso! Arigato!

Logo ele se afastou, todo feliz e eu avistei Tsunade vindo com um senhor de meia idade. Me coloquei a postos e recebi mais detalhes sobre a missão "extremamente importante", segundo os ANBUS desesperados.

Passaram-se alguns minutos e já estávamos a caminho do país da Grama. Conversamos um pouco e descobri que seu nome era Saiko e que era um comerciante famoso da região, mas precisava de uma escolta diferenciada, pois estava sofrendo de alguns problemas de saúde. Claro que não era nada muito grave, mas Tsunade me convocou por saber do meu ótimo controle com chakra e de meu desenvolvimento como ninja médica.

Logo estávamos em nosso destino e ele, são e salvo! O deixei em uma hospedaria ali próximo e, como já era noite, decidi ficar e descansar. Fui dar uma volta pelos arredores de um lago e logo estava andando sobre uma ponte. Vi meu reflexo na água e soltei o ar de meus pulmões devagar, fechando os olhos e passando os dedos pelos meus cabelos, agora bem mais longos do que na época do exame Chunnin. Naquele instante, me senti observada e concentrei rapidamente meu chakra para tentar detectar alguma presença esquisita. Sem sucesso.

Aquela sensação ficava cada vez mais forte, mas, já que não localizei nenhum rastro de chakra inimigo, decidi fazer meu caminho de volta a hospedaria e, vou ser bem sincera: Eu estava LOUCA por um banho bem quente.

Abri o chuveiro e fiquei uma hora no banho. Foi extremamente relaxante, mas acho uma pena o chuveiro não lavar nossa alma, não é?

Voltei ao quarto ainda com a mesma sensação de antes, balancei a cabeça e sorri. Fui ao armário, onde cuidadosamente mais cedo tinha organizado minhas roupas e escolhi um conjunto para dormir.

- Pensei que não sairia mais... – Uma voz rouca e máscula tomou conta do quarto e, eu? Bom, tirei uma kunai que mantinha entre as roupas, me virando bruscamente e atacanto o "desconhecido". Já ele, com maestria, desviou minha kunai com outra e veio em minha direção a passos lentos. Peguei minha kunai no ar e fui para cima dele, o atacando novamente.

- Quem é você? – Eu disse, enquanto nossas kunais se chocaram e ficamos frente a frente. Apenas silêncio. – Está surdo, perguntei quem é você? – Disse novamente, firme, já me estressando ainda mais com a situação. Porra! O cara invade meu quarto, está travando uma batalha comigo e não me diz nem quem é? Desaforo isso!

Mas tudo mudou quando ele jogou a cabeça para trás, se livrando do chapéu de palha que cobria todo seu rosto. Na testa, uma bandana de Konoha, riscada. No rosto, um sorrisinho sádico e nos olhos, o sharingan mais horripilante que já vi. Seus olhos eram inexpressivos, mas posso jurar que me analisavam por inteira, mesmo quando desviei o olhar e recuei, deixando com que a toalha caísse e me ocultei na parte mais escura do quarto.

- O que você quer?

Minha Cura (Itasaku) - {Em Revisão}Where stories live. Discover now