Capítulo 13

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Eu me sentia em transe. Fazia as coisas no piloto automático e se alguém me perguntasse como foi o meu dia eu sinceramente não saberia o que responder. Quando estava em casa era mais fácil lidar com aquele estado catatônico porque eu podia me esconder no meu quarto mas na escola eu tinha o árduo trabalho de evitar Jesse a qualquer custo. Eu ignorava ele na aula e me escondia na biblioteca nos horários livres. Queria tanto ocupar a minha cabeça que organizei um grupo de voluntários e naquela semana limpamos a biblioteca inteira, para a alegria da Sra. Ellis. Nunca a vi tão feliz.

Uma boa notícia. Os voluntários resolveram ficar fixos no trabalho de organização da biblioteca e eu não precisava mais me matar pra organizar os livros. Tinha uma pessoa pra cada sessão e ironicamente eu fiquei com a sessão de autoajuda.

Bem, obrigada Sra. Ellis.

Ainda era melhor que a sessão de romance. Eu estava com nojo de tudo que envolvia casais e corações e etc. Ainda mais depois de ver o Jesse de mãos dadas com Lyra em uma lanchonete naquela semana. Eu não estava mais com raiva dele, todas as coisas que ele me disse eram verdade e eu me comportei como uma cadela egoísta agindo como se só eu tivesse problemas. Estava até pensando em ir na casa dele pedir desculpas, foi quando eu o vi com Lyra e a fica caiu. Ele tinha uma namorada. Já estava sendo consolado, não precisava de mim.

Daquela vez quando a raiva veio ela veio mil vezes pior. Eu era tão idiota. E masoquista. Ele estava bem, não tinha porquê ficar tão angustiada. Mas eu ficava, e me odiava por causa daquilo. Mesmo com raiva eu tinha ciência de que ainda devia a ele um pedido de desculpas, mas tinha uma coisa me impedindo.

O beijo.

Aquele maldito beijo me desestabilizava todas as vezes que eu pensava nele. Foi tão rápido que eu nem sei se podia ser chamado de beijo mas as lembranças dele me davam um frio na barriga e um calor no peito e nas bochechas. Não foi daquele jeito que eu imaginei que seria o meu primeiro beijo mas já tinha passado e a única coisa que eu podia fazer era lembrar. Algumas vezes com raiva, outras com vergonha, mas em todas eu acabava com um sorriso besta nos lábios. Porque tinha sido Jesse a me beijar, mesmo que pra me fazer calar a boca. Tinha sido ele.

Eu sabia que ele tinha namorada mas era inevitável ainda gostar dele. Ás vezes quando ele não estava olhando eu ficava admirando o seu rosto de longe. Os lábios, os olhos castanhos, a pequena cicatriz no queixo do lado esquerdo, perto do lábio inferior. E com a gente sem se falar, ficava mais fácil guardar aquilo pra mim.

Sim, eu sentia saudades e sim eu sabia que ia ter que falar com ele em uma hora ou outra, eu só... precisava de mais um tempo. Pra colocar a minha cabeça no lugar e me acostumar a ficar longe dele.

Era quarta feira a noite e eu estava mofando no sofá passando pelo menu da Netflix atrás de alguma coisa pra assistir

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Era quarta feira a noite e eu estava mofando no sofá passando pelo menu da Netflix atrás de alguma coisa pra assistir. Minha mãe saiu pra um encontro e disse que ligaria se não fosse voltar pra casa, o que me fez ter ânsia de vômito. E agora eu estava sozinha em casa sem vontade de fazer nada. Talvez eu fosse pro meu quarto e zapeasse pela internet até o sono bater e eu ser obrigada a dormir.

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