f o r t y n i n e

En başından başla
                                    

- Anabel? - Ouvi Jonathan me chamar, adentrando o quarto. Guiei meus olhos que estavam embaçados para ele, que vinha em minha direção.

Senti tudo dentro de mim se contorcer. Ele estava bem.

- Você está aqui. - Soltei, aos prantos. O senti segurar minha mão, e se envergar sobre mim. Um de seus braços estavam em uma tipóia e havia um curativo em sua fronte. Acho que ele não estava tão intacto assim.

- Ei, você não pode ficar nervosa desse jeito... - Sussurrou preocupado e prosseguiu. - Você me deu um susto, sabia? - Perguntou, e riu soprado, com o rosto perto do meu.

- E-eu que levei, sabe, ouvi que alguém tinha morrido, eu fiquei com tanto medo, eu não queria ficar sem você. - Soltei consumida, com os olhos ardendo, e ele sorriu, o sorriso mais lindo do mundo, e afagou minha bochecha, com os olhos fixos nos meus, deixando meu coração mais brando.

- Você achou mesmo que ia se livrar de mim tão facilmente? - Questionou, me fazendo sorrir de forma involuntária.

- Não sei, você vai me querer mesmo paraplégica? - Inqueri, sentindo a apreensão tomando tudo em mim. O pavor causado pela instabilidade emocional.

Ele fingiu pensar.
- Na verdade, essa é uma pergunta complicada. - Fez uma pausa - Você poderia sim ter ficado paraplégica, mas a cirurgia saiu melhor que o esperado. Não estou dizendo que vai ser fácil e que vai sair do hospital pronta pra correr uma maratona, mas tenho certeza que alguém que lutou pela vida como você fez, vai voltar a ficar de pé, e ai sim vai poder correr uma maratona. - Concluiu, me deixando estupidamente emocionada com suas palavras que pareciam descontraídas, mas que eu notava veracidade e intensidade em cada uma delas.

- E-eu não estou paraplégica? - Questionei vacilante, analisando suas feições.

- Não. - Respondeu.

- Então, porque não consigo me mexer?

- Deixe os médicos te explicarem...

- Jonathan... - Protestei baixinho.

- Confia em mim? - Repetiu aquela pergunta que ele sabia a resposta.

- Confio. - Respondi, merda, ele sabia que eu confiava.

- Então, não se estresse, você acabou de acordar, não vai te fazer bem. - Disse cuidadoso.

- E o Rodolph? - Perguntei, pra mim era mais do que óbvio quem tinha feito essa atrocidade.

- Foi pego na Noruega hoje de manhã. Já está sendo extraditado. - Disse, adotando uma postura mais tensa do que já estava.

- Sério? Que bom! - Soltei sem me conter, eu o queria preso, que ele pagasse por tudo isso, mas principalmente, que ficasse longe de nós.

- Também acho. - Murmurou, olhando pra baixo.

- Aconteceu alguma coisa? - Questionei, eu conhecia o suficiente pra saber que ele estava me escondendo algo.

- Aconteceu muita coisa, mas ainda estou tentando digerir. - Disse, e tinha uma fração de raiva e frustração ali.

- Me conta. - Pedi, sentindo minha boca seca me incomodar mais que tudo.

- Depois, não é nada que vou poder te esconder. Mas não é o melhor momento. - Declarou, e respirou fundo, cansado.

O que tinha acontecido?

- É um problema tão sério assim? - Perguntei inquieta.

- Não chamo de problema, talvez seja... Na verdade... Não tenho nenhuma palavra pra usar. Mas você vai saber. - Completou. Agora eu iria ficar aflita, sabendo que da boca dele não sairia nada. Então engoli, por hora, a curiosidade.

InérciaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin