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      ANABEL🌙

Quinta feira.

Era por volta das dez da manhã.

Me encarei no espelho do meu quarto mais uma vez para ver se estava tudo okay.
Normalmente eu não preocuparia tanto com meu visual, mas normalmente eu não saio com um cara bonito e legal. Ou melhor, normalmente não saio com cara nenhum. Eu sei que poderia empregar outros muitos adjetivos a Jonathan do que "bonito e legal", mas eu prefiro ir devagar nessa coisa aí.

Então me coloquei dentro de um vestido florido, uma jaquetinha jeans, um all star branco de cano alto, e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Eu queria parecer bem, estava no meio termo, pois a dias que é dificil me sentir bem, porque normalmente eu me sentia um lixo na maior parte do tempo.

Minha tia já estava no salão, e quando eu falei em sair com Jonathan, ela nem me esperou que eu pedisse e disse que hoje eu estava dispensada do serviço, dizendo que por ser meio de semana o salão não estaria muito movimentado. Na verdade eu acho que ela quer me desencalhar.

Eu fiquei esperando ele chegar como uma tonta, eu tinha me arrumado muito cedo, me sentei no sofá, levantei, liguei a TV, fui ao banheiro, bebi água, desliguei a TV, fui ao banheiro de novo, comi o resto do chocolate que estava na geladeira, mexi no celular, voltei no meu quarto, bebi mais água, olhei da janela alguns milhões de vezes até ver a notificação de mensagem.

Curioso:

Estou aqui embaixo. :)

Eu:

Estou descendo...

Ansiosa e com um receio que não sei de onde vem, ou melhor, eu sei, peguei minha bolsinha e coloquei sobre o ombro, dei uma última olhada  pela sala pensando se por acaso eu não havia esquecido alguma coisa, e como nada me veio em mente, sai de casa, fechando a porta em seguida.

Sai do prédio podendo avistar Jonathan encostado no Jeep branco, de braços e pernas cruzadas, totalmente de preto como sempre, mas despojado, diferente. Muito bonito. E eu, totalmente envergonhada, sem saber como cumprimenta-lo, me guiei para perto dele.

— Hm. Oi. — Falei sem graça, a uma média distancia dele.

— Oi, Anabel. — Disse arrastado, com um sorriso. E continuou — Você está muito bonita. — Disse simples, me fazendo corar.

— Ah obrigado. Er, você também está bem. — Falei e travei as bochechas. Elogios não eram meu forte, se é que tenho um.

— Obrigado. — Disse polido, e continuou — Vamos? — Chamou, se movendo.

— Vamos. — Falei, e quando fiz menção de me aproximar do carro, ele foi rápido e abriu a porta para mim.

— Ah é um cavalheiro. — Brinquei.

— Na maioria das vezes, principalmente quando quero conquistar alguém. — Disse simples, com um sorriso ínfimo.

Pausa dramática.

Minhas bochechas pegando fogo.

Entrei em estado de ebulição.

Resolvi me calar, sorri sem mostrar os dentes ao adentrar o carro, o vendo fechar a porta em seguida. Enquanto ele dava a volta no mesmo, eu fiquei absorta, sem acreditar no que tinha ouvido.

Ele flertou comigo!

E eu com minha total inabilidade com isso tudo, obviamente não sei flertar de volta.

InérciaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora