f o r t y t w o

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ANABEL 🌙

Coloquei minha mochila nas costas e ajeitei minha echarpe que tinha se prendido embaixo da alça, fui até a mala de correr do Jonathan e puxei sua alça e a arrastei, saindo do quarto, enquanto ouvia o barulho do helicóptero pousando. Jonathan tinha ido conversar com os caseiros sobre a fazenda e tudo mais, afinal agora teriam novos donos, enquanto eu terminava de me arrumar para irmos embora.

Quando cheguei na varanda, coloquei nossas coisas ali, e avistei o helicóptero ao longe. Jonathan logo apareceu, falando ao celular, ele subiu as escadas, até chegar perto de mim.

- Okay, Carl, vou perguntar pra Anabel e depois te respondo. Tchau. - Proferiu, finalizando a chamada. Perguntar o que pra mim?

- O que tem que me perguntar?

- Carl e os outros nos chamaram pra jantar com eles hoje em Seattle... - Deixou no ar. E ponderei sobre.

- Nós iríamos daqui pra Seattle? E depois pra casa? - Perguntei e ele assentiu. Eu tinha que avisar minha tia, na verdade queria ir pra casa, mas sei que os amigos dele vieram pra Seattle por ele, que veio comigo pra fazenda, então, mesmo não tendo intimidade com eles, estava tudo bem fazer isso.

- Por mim okay, se eu estiver em casa amanhã cedo. Porque tenho aula. - Falei e ele assentiu.

- Você pegou tudo? - Perguntou e eu soltei um "uhum" confirmando.

Ele então fechou tudo, e os caseiros vieram até nós, se despedir, era muito estranho saber que não voltariamos mais ali, triste até. Depois disso, pegamos nossas coisas e nos guiamos até o helicóptero. Quando o mesmo saia do chão, notei o olhar de Jonathan, pesaroso, olhando a fazenda, deveria ser complicado se desfazer de algo que era dos avós dessa forma, até eu sentia, porque tinha gostado tanto dali e queria ter a oportunidade de voltar. Coloquei minha mão sobre a sua e em seguida, tirei meus fones e deitei minha cabeça em seu ombro, peguei meu celular e mandei uma mensagem pra minha tia explicando tudo e que não chegaria a noite mas na manhã seguinte, sabendo que tinhamos um bom tempo de viagem pela frente. Mas uma sensação ruim me abateu logo em seguida, e tentei de todas as formas a afastar.

Quando enfim pousamos no alto de um prédio em Seattle já era noite, eu estava um tanto cansada da viagem mas quando saimos do helicóptero pude ver ali do alto, as luzes da cidade. Era tão incrível que até me senti um pouco melhor.

Enfim pegamos nossas coisas e descemos até o estacionamento, segundo Jonathan, Carl estava lá nos esperando.

Ao chegarmos lá, passamos dentre os carros, até avistarmos na saída, uma bela BMW preta com os faróis ligados, e em seguida Carl saiu da mesma, quando chegamos perto. Ele era tão elegante que me deixava sem graça, mas ao mesmo tempo era extrovertido o suficiente para não me deixar acuada.

- Vocês demoraram muito, meu tempo é precioso. - Ele disse naquele jeito acelerado que só ele tinha.

- Eu tenho a pontualidade dos britânicos, você que chegou muito cedo. - Jonathan murmurou, quando o mesmo chegou perto dele e deu um abraço dando tapinhas nas costas, e em seguida se virou pra mim.

- Oi Anabel. - Me cumprimentou galante, puxou minha mão e depositou um beijo me fazendo rir e Jonathan revirar os olhos. E logo se dirigiu a Jonathan.

- Primeiro, Henry desembarcou agora a pouco. Segundo, nos íamos jantar e depois iriamos encher a cara e ouvir música ruim em um pub como nos velhos tempos. - Disse me fazendo arregalar os olhos. Pub? Ah não.

- E por que nós íamos e não vamos? - Jonathan questionou.

- Porque Ben precisa de uma nova babá. - Carl disse desgostoso, abrindo a porta traseira do carro, e eu avistei, a pequena Liana dormindo ali, no banco, sem a cadeirinha. Tão fofa.

InérciaWhere stories live. Discover now