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Maratona 2/3
Camila

Eu corri porque sabia que não ia aguentar segurar a barra

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Eu corri porque sabia que não ia aguentar segurar a barra.

Já estava na metade do caminho para o quarto quando ouvi alguns passos. Me apressei ainda mais.

Abri a porta e entrei no quarto, mas quando estava fechando novamente algo impediu. Vi um pé bloqueando e logo Peter a empurrava e entrava. Ele fechou a porta e trancou, caminhando devagar em minha direção.

─ O que raios está acontecendo, Camila?

Eu sabia que já estava chorando.

─ Me diz você.

─ Eu? ─ ele pergunta confuso. ─ Estava tudo normal para mim antes de você começar a me evitar.

─ Eu não estava evitando você. ─ falei.

─ Não? ─ Peter respondeu em tom de deboche.

─ Eu estava evitando tudo, Peter! ─ gritei. ─ Você passa o dia inteiro fazendo alguma coisa, e eu fico aqui, respondendo perguntas daquele tipo. Eu não sou boa, Peter. Não sou boa o suficiente para eles, e não sou boa o suficiente para você! Não quero machucar ninguém, e você sabe que alguém vai sair machucado. E prefiro que essa pessoa seja eu, quero te poupar de qualquer dor. ─ me sentei em uma poltrona e não segurei as lágrimas, deixei elas caírem.

Peter inverteu as posições, ele se sentou na poltrona e me colocou no seu colo.

─ Camila, eu sei que é difícil e você não só pode como deve me contar tudo. Eu sou seu amigo, e prometo que vou amar você mais do que qualquer homem já amou uma mulher, mais do que você sonhou em ser amada. Você me ganhou desde o primeiro dia, e nenhuma bronca de um tutor, nenhuma chibatada do meu pai, nenhum isolamento durante minha infância chegou a me doer tanto quanto a possibilidade de perder você. Eu te amo, Camila. E vou sempre, sempre, estar aqui.

Eu olhei para Peter com atenção, olhei para cada detalhe do rosto dele. As bochechas levemente rosadas, os olhos claros, os cachos caindo. Eu não tenho certeza de quem vou ser, não tenho certeza de quem sou. Sou insegura comigo e com todos, e tudo bem. Eu sei que estou fazendo o meu melhor. Mas, eu tenho de certeza de uma coisa: Peter é a melhor parte de mim. Eu tenho ele aqui, agora.

Me aproximei dele e o beijei. Beijei como se fosse o nosso último beijo. Fui tão boba em pensar que poderia "esconder" isso dele. Não tenho nada para esconder, eu confio nele e, se vamos mesmo fazer isso, temos que confiar, confiar em nós, na nossa relação.

Eu não sei como e nem em que momento fomos parar na cama, senti minhas costas no colchão e deixei. Assim como deixei Peter descer o zíper do meu vestido. Ele sabe que não podemos fazer nada agora, sabemos que é melhor esperar. Apenas ficamos desejando um ao outro.

|♡|

Me assusto quando Peter levanta da cama rápido. O sol ainda não saiu mas já está claro.

Sei que Peter fica no meu quarto até eu pegar no sono, na maioria das vezes. Mas, acordar com ele do meu lado é totalmente diferente!

─ Não queria acordar você.

─ ele diz, a voz rouca por conta do sono.

─ Sem problemas. ─ eu dou um sorriso manhoso.

Olho ao redor e vejo o meu vestido no chão, junto com os sapatos. Peter ri.

─ Mais tarde uma família muito amiga do meu pai irá chegar. Eles tentaram chegar antes do baile mas ocorreram alguns imprevistos. ─ Peter comenta enquanto veste a blusa.

─ Você não me contou isso antes? ─ pergunto, ainda meio lenta pelo sono.

─ Eu ia, mas você ficou estranha do nada.

Eu ri fraco.

─ Não vou fazer isso novamente, Shawn. ─ falei, na maior inocência, só depois reparei na cara de confuso do Peter.

─ Você me chamou de Shawn? ─ ele se deita ao meu lado novamente.

─ É o seu primeiro nome. ─ eu revirei os olhos, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. E é.

─ Eu sei, ─ ele riu ─ é só que.... nunca ninguém me chama assim.

─ Você vai abrir uma exceção para mim? ─ brinquei.

─ Vou pensar no seu caso ─ quando ele fala, nós dois rimos. ─ Agora, sério. Eu tenho que ir. ─ Peter beija a ponta do meu nariz e eu o acompanho sair do quarto com os olhos.

Respirei fundo e me levantei.

Long LiveWhere stories live. Discover now