Penúltimo Capítulo.

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Olhos arregalados.

Mirados em uma perfuração na parede clara. Poucos centímetros de distância da cabeça de Paula Cain.

As duas estavam assustadas.

Camila por sua ousadia. Não achou que seria louca o suficiente para puxar o gatilho. Mas ficara tão furiosa de dor e ódio ao ouvir a Paula falando da morte de Lauren que quando percebeu, já tinha o puxado. Felizmente, a sua mão tremera no ato e a bala desviou.

Mesmo se corroendo de ódio, jamais que mataria alguém. Não era criminosa, muito menos assassina. Rezou rapidamente para o seu anjo da guarda que não permitiu que cometesse o maior erro da sua vida.

Embora que não tivesse mais vontade de viver depois que Lauren partiu, queria terminar os seus dias com o senso de justiça e não com a alma manchada por tirar a vida de outra pessoa.

Já a Paula estava lívida e à um ponto de surta. Ela olhava para aquele ponto arredondado na parede e quando o entendimento da situação vinha-lhe em cheio, fazia todos os seus nervos tremerem. Esteve um minuto de estar morta! O seu coração estava acelerado e ela sentia-se tonta, com certeza, era a pressão que tinha caído.

O suor de nervoso molhou todo o seu corpo, aumentando o cheiro de sangue. Não dele, mas do Luís, o seu filho que estava morto. Ela o afastou da mente. Querendo ou não, Luís já estava morto e ela ainda tinha um futuro pela frente. Toda essa merda não estava em sua cabeça. Ela não gostava de não estar a pá da situação. Uma parte sua estava amedrontada, outra estava furiosa. Ela buscava uma maneira de livrar-se. Sabia que se continuasse sendo refém da brasileira, ela a arrastaria pelos cabelos até a delegacia mais próxima e a faria confessar.

Paula não tinha feito o que fez para ver tudo sendo derramado igual a leite em uma mesa. Os seus olhos com muito contragosto afastou-se do buraco na parede e mirou os castanhos de Camila. Via a determinação na brasileira, mas ela também era determinada. Preferia mil vezes a morte do que ir para a cadeia.

Uma mulher da sua classe não se submetia a isto.

E ela não iria se submeter.

Automaticamente, elas olharam para a arma que ainda estava em punho e apontada na direção da mais velha. Camila sentiu o ímpeto de soltá-la, principalmente ao receber um olhar tão duro de Paula. A mais nova sabia que não podia titubear e nem fraquejar na frente da mais velha ou ela teria poder sobre si.

O objetivo de Camila Cabello era ver a Paula Cain atrás das grades. Apenas isso. Nem a queria morte nem a queria livre. Não a deixaria que entrasse na sua cabeça!

Antes que uma das duas abrisse a boca, a porta foi aberta bruscamente e um Eric pálido igual a morte adentrou com os olhos receosos. Ele olhou de Camila para a Paula, depois para arma, e por último para o buraco do projetil na parede.

O silêncio imperou entre os três. Paula ficou com medo do homem grande, todo tatuado com os olhos de satanás. E Camila estava ainda processando que quase meteu uma bala no meio da testa da mais velha para ter alguma reação.

Já o Eric, ele pigarreou:

— Camila, eu posso falar um minutinho com você? — Perguntou, simples assim, como se eles estivessem no meio do chá da tarde.

Demorou um segundo para que Camila voltasse a si, e meneasse a cabeça. Guardou a arma no coldre, e se aproximou de Paula, socando uma lencinho que tirou do bolso na boca da mais velha.

— Se eu escutar um pio seu, o próximo de tiro ao invés de ser na parede vai ser na sua cara. — Camila ameaçou com a voz firme. — Ouviu bem?

De Fã para AmanteWhere stories live. Discover now