Capítulo 14

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Dois anos depois...

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." - Charlie Chaplin.

Ela ria de alguma coisa que a esposa do ministro, dizia. Mostrava-se bastante atenciosa, não apenas com aquela mulher, mas com o restante dos convidados. Apesar de estar no meio de tantas pessoas, a sua beleza ainda era capaz de destaca-se. Os cabelos negros estavam bem penteados e presos em um coque alto, os olhos bem delineados e a boca com um batom nude.

Alisou inconscientemente o seu vestido preto na altura dos joelhos de saia rodada. O mesmo tinha um decote canoa que deixava boa parte do seu colo exposto, e dava-lhe a sensação de ter um pescoço mais comprido. A peça tinha uma leve plissada na cintura que modelava as suas curvas. As suas pernas estavam gloriosas em cima de um salto 20cm, prateado.

Usava um singelo conjunto de rubi.

Era pura beleza, e também inacessibilidade.

Oh, Katherine, diz cada coisa... - Comentou em um bom tom, movendo a mão levemente, descartando o que a mulher bêbada tinha tido.

Sentiu a sua pele queimar, e olhou para o lado, encontrando-se com os olhos azuis de Luís Cain. Ele estava segurando um copo de uísque, enquanto, mantinha-se em uma pequena roda de homens importantes.

- Você tem sorte. - Katherine, a mulher de meia-idade com o rosto transformado em plástica, voltou a dizer. - Tem um homem jovem, transbordando vitalidade e completamente apaixonado por você. O que mais iria querer da vida?

Lauren ainda mantinha os olhos fixos em seu marido, quando ele ergueu o copo em um brinde silencioso para ela, acompanhado com um sorriso de lado. A mexicana piscou lentamente para ele, antes de voltar o seu olhar para a mulher a sua frente.

- Nada, Katherine. - Respondeu com convicção. - Eu não poderia querer mais nada nesta vida. - Tocou suavemente no braço de sua convidada. - Se me der licença...

- Claro! - Katherine soluçou como um gambá bêbado até virar-se para conversar com outra mulher.

A mexicana andou com confiança pela sala de estar de sua mansão que estava com convidados importantíssimos. Tratava-se de ministros, governantes e até mesmo o presidente. E ela recepcionou todos com gentileza e educação, deixando-os mais encantados por ela.

Nesses dois anos, Lauren tornou-se o braço direito de Cain. Ela não relutava mais, tinha aceitado o seu destino e agia ao lado do marido, sendo a sua porta-voz perante o povo. Era amada e aclamada, não como uma artista, já que tinha aposentado a sua carreira profissional, mas como primeira-dama. O eleitorado praticamente a considerava a próxima gaivota. Eles a queriam ao lado do Cain quando ele tornar-se presidente daqui há dois anos, porque sabia que ela era a força que o impulsionava.

Alguns diziam que não existiam um casal mais apaixonado e engajado. Depois do atentado, até mesmo os críticos tornaram-se mais maleáveis. Claro que ainda existiam as oposições, mas uma onda de amor severa estava assolando os corações do povo mexicano, e esse amor tinha nome: Luís Cain e Lauren Jauregui-Cain.

Sim, ela tinha assumido o sobrenome do seu marido, e preferia ser chamada de Sra. Cain. Achava mais respeitoso e condizente com a sua realidade.

A vida de Lauren transformou-se completamente na existência de Cain. O que de início tinha sido surpreendente para todos que a conheciam, principalmente para os fãs. Ela não faz mais os seus discursos empoderados e feministas, não se impõe mais contra o sistema opressor machista.

De Fã para AmanteWhere stories live. Discover now