Capítulo 5

7.9K 401 489
                                    


Órbitas castanhas estavam presos fixamente em seus próprio reflexo na porta espalhada do guarda-roupa quando o despertador soou alto e irritantemente em seu tilintar que provavelmente estressaria ou causaria angústia em alguém que tivesse dormido e tivesse seu sono rompido abruptamente pelo som constante. Obviamente isso não aconteceu com a Camila que passara a noite acordada, sentada em sua cama, olhando a si mesmo perdidamente.

Ela tinha perdido o sono depois que encerrara a conversa com o seu namorado. Não que a conversa tivesse sido ruim, pelo contrário, depois da reclamação inicial pelo sumiço sem aviso de Camila, Pablo a tratou como sempre: Carinhosamente e apaixonadamente. Isso quebrou a brasileira de alguma forma e uma culpa sobrenatural a assombrou.

Camila não tinha medido as suas ações porque estava entorpecida demais para o fazê-lo. Ela tinha traído o Pablo, e não era de uma maneira sútil - se é que existisse alguma sutilidade em qualquer tipo de traição. Ela não se culpava pelo o beijo extremamente rápido que recebera de Lauren... Não, não. A culpa maior era por ter se permitido pensar em outra pessoa numa proporção indevida para quem era comprometida com outro alguém.

Sentia-se péssima por além de ter traído fisicamente, o fez sentimentalmente e emocionalmente. Sua culpa aumentava mais ainda por não conseguir se livrar das sensações que tivera ao estar com a Lauren... A cantora parecia que tatuou-se em seus sentidos, sentimentos e emoções. O que era muito louco.

Loucura maior era sonhar acordada com a Lauren... Era respirar e sentir a fragrância levemente cítrica da cantora... Insanidade era ter os próprios lábios queimando com vestígios do breve beijo. Perdição era ter a palma da mão fervilhando como se a mão de Lauren estivesse sobre a dela. Era ter a lembrança do sorriso e a intensidade do olhar da cantora e o seu descompensar de maneira tão absurda que a fazia crer que estava tendo um ataque cardíaco, ou o seu estômago contorce-se como se borboletas estivessem saindo de seus casulos prontas para bater as suas asas.

Em um dado momento até achou que estava confundido a sua admiração de fã, mas percebeu que esse não era o caso. Era mais cru, mais palpável, mais magnético. Ela não estava pensando na maior como uma ídola, estava pensando como mulher, e isso a levava para a beira do abismo.

Porque mesmo sabendo que isso era totalmente errado e se culpasse por ter se permitido, uma grande parte de si queria e necessitava a presença de Lauren.

Era como se tivesse apaixonada...

Paixão à primeira vista. (Ela até tentou levar em conta o argumento de uma de suas amigas ao dizer que não existia paixão/amor à primeira vista, mas sim tesão. Mas esse não era o caso).

Era possível ser apaixonada por uma pessoa e amar outra? Camila achava impossível até que se deu conta de que sim, era bastante possível e acontecia. Ela amava o Pablo, isso era inquestionável. Tinha um relacionamento bonito com ele, estável e sereno. Era um romance baseado em tranquilidade e cumplicidade. Eles se completavam de maneira pacifica, e isso é bom, ninguém queria um relacionamento caótico.

Ao totalmente contrário que sentiu quando esteve com a Lauren... Estar com a cantora despertava algo indomável dentro de si, Camila não conseguia se controlar, ela só sentia aquele sentimento arrebatador dentro do seu ser e queria explorá-lo. A sua consciência avisava que pisar no terreno desconhecido que era Lauren Jauregui talvez não lhe trouxesse bons resultados, mas...

- Jesus Cristo, Camila, você a encontrou apenas uma vez e estar com todo esse drama e monólogo em sua cabeça... - Camila murmurou olhando pra seu reflexo no espelho. - Você sabe que está sendo uma vadia imoral, não é? - Perguntou para uma Camila que se mantinha fixa devolvendo o olhar no espelho.

De Fã para AmanteDove le storie prendono vita. Scoprilo ora