Aproximação

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Os minutos seguintes foram sufocantes, ela apenas me encarava incrédula, seu sorriso se desfez e a surpresa tomou seu rosto, eu não sabia se ela estava feliz ou injuriada, eu não consegui ler suar expressões e isso me destruía aos poucos, fale algo, por favor!

- O... que? Como? – Ela se afastou ainda me encarando e sentou na cama, eu a sentia bamba

- Desculpa – cocei a cabeça – não me aguentei!

- Você sente algo por mim? – ela riu incrédula – sente mesmo?

- Sim!

- Não brinque com isso, não brinque com esse sentimento! – ela apontou para mim, por que estava tão seria?

- Eu te fiz algo no passado? Eu já te magoei?

Min respirou fundo e passou as mãos no cabelo, um sinal claro que estava tentando se acalmar, será que ela sentia o mesmo? Será que ela estava com medo?

- Tivemos um passado V – essa era a primeira vez que ela usava esse nome – e prometemos nunca mais falarmos desse sentimento, disso que confundimos, somos de diferentes sexos e é comum confundimos amor com amizade – meu coração estava na boca – prometemos que acontecesse o que acontecesse nunca perderíamos a amizade.

- Você está me dizendo que não sente nada por mim além de amizade? – a encarei, era visível minha decepção.

- Não é isso, eu só...

- Desculpa, não incomodarei mais com isso! – a contei antes de uma explicação, antes que doesse mais.

- V não é isso?

- Por que está me chamando assim agora? Sou eu Taehyung!

- Você não é o meu Taehyung!

- Não? – prendi minha respiração, como viemos parar naquilo.

- Não é isso que eu quis dizer, eu... só... espera!

- Não você disse exatamente isso, e eu entendi! – levantei da cadeira e abri a porta – você já pode ir Soo-Min .

- Não faz isso! De novo não!

- Eu só quero um tempo sozinho, depois conversamos!

- Não se afasta! – ela tentou se aproximar, mas me afastei.

- Soo-Min, por favor, depois nos falamos!

Notei lagrimas se formarem no olho dela por isso não a encarei, ela não estava errada eu não era o seu Taehyung, mas mesmo assim não conseguia parar de me sentir mal ou chateado, a dor insistia em vir com força, ser rejeitado doía muito!

Passei a tarde toda deitado olhando para o teto, de repente senti moleza para tudo e nada tinha graça, alguns vieram no quarto me animar, mesmo sendo em vão... Então Jimin apareceu, meu fiel escudeiro não importava o lugar e pela sua cara eu sabia que teríamos uma conversa sem brincadeiras...

- Fala o que esta acontecendo – ele se deitou ao meu lado prestando detida atenção a cada palavra que saia da minha boca, às vezes concordava as vezes se mantinha sério, ele estava tentando entender.

- Eu não sei o que pensar ou o que fazer! – finalizei passando a mão no rosto e respirando fundo.

- No passado, acho que uns três anos atrás vocês começaram a se aproximar demais, e isso nos deixou preocupados, você sempre foi de confundir as coisas Tae e Min era realmente apaixonada por você, martelamos na sua cabeça dizendo que você estava confuso e aquilo não passava de uma fase, daí você apenas repetiu aquilo para Min-ah, ela se sentiu arrasada e se afastou durante dois longos meses, temos uma parcela de culpa nisso tentamos proteger a amizade de vocês e acabamos prejudicando algo que poderia ter se tornado muito bonito...

- O que aconteceu depois?

- Vocês reataram a amizade, e prometeram nunca mais falar desses sentimentos para não se magoarem...

- Eu não sabia! – sussurrei inaudível me sentindo pior ainda

- A questão é: Min-ah deve ter ficado surpresa e não soube como reagir, ela ainda é apaixonada por você, loucamente apaixonada, só que você esconde esse sentimento por ela muito bem, se você realmente gosta dela, se tem certeza – ele apertou meu ombro – então tente meu filho!

- Obrigado Jiminie! – Sorri genuíno

- Não me agradeça irmão, sabe que eu sempre vou te ajudar...

- Sei! Mas mesmo assim, obrigado por existir!

(...)

Trabalhar naquele sábado foi realmente difícil, a ida foi silenciosa e o expediente foi quieto demais; para ajudar o horário da manhã não teve movimento nenhuma e as encaradas que dávamos um para o outro perfurava a alma, se alguém visse iria achar que estávamos nos matando mentalmente, quando na verdade estávamos sem coragem dizer uma só palavra...

- Chega eu não aguento mais! – ela disse me puxando para o estoque – temos que conversar!

- Oi?

- Isso mesmo, não aguento mais isso, não gosto de estar estranha com você, me desculpa pela minha reação, pelo meu tratamento duro quando você se expressou...

- Tudo bem, eu sei de tudo agora e entendo sua reação! – disse dando de ombros

- Tae – ela segurou meu rosto – eu fiquei com medo, e quando você for "embora" eu vou ter que aguentar essa barra sozinha, ele não saberá o que aconteceu nessas semanas...

- Não terá! – a interrompi – eu sei que ele sente mesmo, eu o conheço afinal somos a mesma pessoa, ele só esconde por medo.

- Medo?

- Conversei com Jimin ontem por bastante tempo, temos sentimentos reprimidos Soo-Min, para que fugir? E dai que ele vai voltar sem saber, demonstre e ela verá, sou lerdo mas não burro...

- Mesmo assim é difícil! – ela se abraçou

- Eu deixarei tudo por escrito, ele entenderá...

- Sobre eu dizer que você não é meu Tae – ela respirou fundo – eu...

- Eu realmente não sou Min-ah – segurei seu rosto – mas isso não importa agora, o que importa que o sinto por você é real...

Antes que pudéssemos dizer algo ouvimos o sino avisar que havia chegado clientes, justamente nesse momento aparece gente, ótimo, mas oportunidades não iriam faltar, Soo-Min saiu primeiro e quando a poeira abaixou eu saí sem levantar suspeitas, afinal se nos pegassem juntos seria vergonhoso.

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