capítulo 92: "beneficio da duvida nem sempre é pelo pior"

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- não sairei daqui sem a Kat. E você deveria rever seu lado. Porque você não é nada em nossas vidas pra dizer o que devo ou não fazer. Seu chefe é um porra mentiroso e você não é diferente disso. - Kaio dizia enquanto caminhava cabisbaixa para fora da cabine. Levantei a cabeça apenas quando ouvi sua voz aumentar. Larkin me encarou e ele se virou pra mim. Estava com os olhos vermelhos, parecia ter chorado. E estava suando. Estava fraco. Fraco demais.

Corri até ele e ele deu alguns passos na minha direção antes de me segurar. Fechei os olhos com a cabeça em seu peito e Kaio apenas beijou minha cabeça enquanto seus braços rondeavam meus ombros.

- ele mentiu. Sobre muita coisa... Kaio, ele... eu...

- tudo bem. Conversamos em casa, princesa. - ele disse e eu respirei fundo, erguendo o rosto pra ele. O pôr do Sol iluminava a gente e ele ficava lindo naquela luz. Mas ao mesmo tempo, seu suor brilhava.

- por que não vai pra casa com o Larkin ? - perguntei e ele deu de ombros.

- pediu pra eu esperar. - ele respondeu simples sem qualquer ressentimento ou raiva na voz. O empurrei de leve, sorrindo um pouco.

- babaca teimoso. - xinguei e ele sorriu. Beijei ele e ele parecia animado por eu não me importar tanto com como ele estava.

- vamos, ou o vôo vai atrasar. - ouvi Larkin dizer e nos afastamos.

- você dirige. Kaio não está em condições e preciso aproveitar os últimos momentos que terei com Paulo. - disse olhando diretamente para Larkin e ele suspirou.

- a sua última frase não parece nem um pouco convidativa para o Paulo em questão. - Paulo rebateu desencostando da lateral do meu carro.

- para de ser dramático. Eu amaria ser o ultimo momento seu, mas ainda preciso de você. - falei e ele não pareceu nem um pouco ofendido. Entrei no carro no banco de trás junto a Paulo e Kaio fez a gente se espremer porque queria ficar atrás de qualquer jeito. A balsa voltou a atracar na cidade e Larkin desceu de lá seguindo pela rua movimentada perto da praia indo em direção ao aeroporto. Olhei pro Paulo e suspirei.

- abre a pasta, vamos explicar quem é quem e o que deve fazer pra evitar cada uma dessas pessoas. - Kaio disse como se lesse meus pensamentos. Paulo abriu a pasta com as fichas de cada um da minha família, paterna e materna.

- primeira pessoa que deve saber sobre é minha querida e nada doce avó Sandra. - apontei para foto da mulher de cabelos castanhos com mechas grisalhas e pele enrugada, mas para uma mulher de bem mais 50 anos, ela estava muito bem. - ela se casou com meu avô por interesse, mas ninguém nunca duvidou do amor dela por ele. Desde que meu avô morreu tudo o que importa pra ela é a fazenda que ela tem na zona rural de Curitiba. Lá que você vai se hospedar vai procurar emprego lá de caseiro. Sua desculpa vai ser que  sua família inteira te abandonou porque você amava quem não devia, e depois ela te largou. Ela vai cair fácil, adora os românticos. - murmurei a explicação e Kaio passou a página.

- mas cuidado, mantenha a história. Ela é curiosa e desconfiada, quase sempre vai saber quando você mentir para ela. - Kaio disse e apontou para a foto da minha tia avó. - mas a pior de todas sempre vai ser a Bianca. Ela é rica, dona de uma franquia de lojas de jóias. Empresária, publicitária e dona de algumas minas de lá. Ela sempre vai estar lá por mais que viaje sempre. Tenha cuidado, ela provavelmente vai querer transar com você e desconfiar de cada passo que der dentro daquela casa. - Kaio disse e eu ri. 

- tô rindo assim, mas é verdade. - murmurei e Paulo arregalou os olhos.

- mas ela não tem uns...

- 50 anos, não, tem um pouco mais. Mas ela até que é.. - Kaio me encarou e eu retribui o olhar incrédula. 

- mentira. - praguejei baixinho e ele mordeu o lábio. 

O Idiota Do Amigo Do Meu IrmãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora