capitulo 60 : "eu não consigo..."

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Pensei em não aceitar, mas precisava disso. Precisava saber o que ele realmente sentia e talvez descobrisse durante essa tal conversa que ele propunha explicitamente. A segurei e ele me guiou pra fora dali. Ele me puxou pelas escadas e continuou até sairmos na chuva bem no estacionamento. Ri e ele sorriu me puxando pra chuva onde as poças estavam cada vez mais cheias. Ele riu comigo e me puxou pra um banco sob um telhado de vidro. Me sentei ao seu lado.

- por que me trouxe pra cá ? - perguntei e ele suspirou. Seu polegar fazia carinho sobre minha mão.

- porque queria conversar. - respondeu e me olhou.

- sobre o que ? - perguntei e ele deu de ombros.

- nós. - respondeu e eu assenti com o coração acelerando.

- ok... fala o que quer dizer. - falei e ele desviou o olhar.

- cala a boca. - pediu e eu o encarei confusa.

- mas...

- não fala, não fala. Eu tô começando a enlouquecer então deixa quieto no canto. - ele disse e eu ri ironica.

- mas vou você quem disse que queria conversar. - falei confusa e irritada.

- eu quero. - ele disse e me olhou respirando fundo.

Olhei pra ele esperançosa. Queria que dissesse, queria que dissesse qualquer coisa. Que me ama, que me odeia, que queria terminar qualquer vinculo comigo ou simplesmente dizer que quer voltar. Precisava que ele dissesse algo. Algo que surtisse efeito. Algo concreto que me fizesse me afastar ou simplesmente reavaliar pontos de vista pra ver se ele realmente merece meu amor, de volta ou não.

Ele me encarou por um longo instante com um olhar confuso e suspirou.

- eu... - ele começou e eu assenti. Ele bufou desviando o olhar. - mas eu tô confuso. - ele disse e eu suspirei pesado perdendo completamente qualquer vestigio de paz ou alegria do meu corpo. Respirei fundo e triste antes de desviar o olhar do seu. Eu tirei minha mão de debaixo da sua e segurei o banco de cada lado do meu corpo.

- ok, então vamos falar de outra coisa. Ou poderia...

- desculpa. - ele disse e eu o olhei. Ele desviou o olhar pra algo alem de mim como se não conseguisse manter seus olhos nos meus. - desculpa, mas eu estou completamente confuso e... eu não sei o que fazer. Sinto falta de quando as coisas eram mais faceis pra gente. Sinto falta de quando eu tinha você do meu lado. - Kaio disse e eu o olhei. Sorri fraco.

- gostaria de dizer que ainda me tem. Que eu sempre vou estar do seu lado, mas sinto te dizer que... não seria verdade. Porque mesmo eu ainda te amando, a sua escolha foi feita a muito tempo. - falei e ele me olhou. Seus olhos marejaram e eu senti um aperto no coração. Ele merecia acima de tudo. E no final da noite, não iria querer olhar em seus olhos.

- fiz, não fiz ? - ele perguntou e eu assenti.

- eu... - comecei e suspirei. - Kaio, eu posso te pedir uma coisa ? - perguntei e ele mordeu o labio.

- pode pedir, mas não vou saber se posso fazer até ouvir. - ele disse e eu sorri fraco.

- meu avô, Monteiriny, vai ficar semanas fora. A guerra seu provavel inicio fisico quando ele voltar. Mas eu acho que posso parar ela. - ele me encarou atentamente e eu respirei fundo. - Russo precisava de mim pra lutar contra Monteiriny. Sou a fraqueza dele, e pelo que sei, todos naquela mesa no andar de cima estão nesse meio por minha causa. - fiz uma pequena pausa e o olhei. - Kaio, tudo é por minha culpa. Se eu não estivesse aqui, ninguem teria que sofrer o que estão sofrendo. - falei e Kaio percebeu onde eu queria chegar abanando a cabeça.

O Idiota Do Amigo Do Meu IrmãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora