capitulo 52 : "ainda terminamos"

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Ultimo capitulo da maratona e o proximo vem semana que vem, quarta as 22h.

Boa leitura xx

Ele se calou. Apenas isso. Sua pronuncia era substituida pelo silencio. As lagrimas cessaram e nada era expressado em seu rosto clareado pela luz do luar. Encarava dentro dos seus olhos e nenhum vestigio de sentimento. Eu nunca senti isso. Nunca senti esse sentimento antes. Me dava calafrios e arrepios na espinha. Eu jurava que estaria tremendo de cima a baixo se não estivesse controlando cada parte do meu corpo pra fazer o contrario. Nesse momento apenas esperava sua reação. E tudo o que me vinha a cabeça eram palavras de medo, angustia e ansiedade.

Ele umideceu os labios e mordeu o labio enquanto coçou a nuca.

- eu vou dormir. - ele disse apenas e se deitou. Respirei ofegante e fiz o mesmo. Me cobri e encarei o teto de madeira. Poderia pensar, mas isso não era uma opção valida. Poderia contar as madeiras no teto, mas seria ridiculo. Poderia cantar, mas sou daquelas que começa a gritar quando toca uma musica favorita. Poderia me revirar na cama durante horas até pegar no sono, mas queria uma escolha silenciosa.

Encarei a escrivaninha e vi meu celular. O peguei e encarei o Kaio. Ele ressonava e dormia tranquilo. Nunca vi pegar no sono tão rapido. Levantei devagar e fui até a minha bolsa com as pantufas na mão. Peguei o carregador, fones de ouvido, cigarro e isqueiro. Abri a porta devagar e sai. Coloquei as pantufas do Tales do Loney Tunes e desci. Fui pra cozinha e peguei uma bolacha no armario. Eu moro no Rio, mas nasci em São Paulo e fui criada em Curitiba. Que se foda, é bolacha mesmo.

Sentei cima da pia e abri a janela que tinha na parede atras dela. Acendi o cigarro e abri a bolacha. Comecei a comer e fumar e pluquei o celular na tomada do lado da pia. O fogão era eletrico e Carolin ligava ele e as vezes o liquidificador. Conectei ao celular e desbloquiei. Entrei no What's e liguei pra um dos ultimos no contatos. Não tenho paciencia pra colocar cretido, que se foda.

- Kat ? - ouvi sua voz de sono e dei uma tragada no cigarro.

- te acordei vovô ? - perguntei e ele riu.

- na verdade eu costumo acordar pra fumar meia noite e meia. - ele ironizou e eu ri mordendo a bolacha.

- desculpa, mas eu preciso conversar sério e não é sobre meu pai. E eu não contei nada pra ele. Fica tranquilo. - falei e ele suspirou.

- o que foi ?  - perguntou e eu bufei.

- olha, eu só peço que você me escute, ok ? E que de preferencia, não se mexa e fique quieto. - disse e ele riu ironico.

- ta me deixando nervoso. - ele disse e eu bufei.

- imagina quando souber o que quero falar. Faz um suco de maracuja e se acalma então. - falei e ele riu.

- fala logo. - pediu e eu suspirei.

- vô, o Guto trabalha contigo né ? - perguntei e ele bufou.

- Kat...

- responde e eu conto o que aconteceu. - disse e ele bufou.

- trabalha. Guto trabalha pra mim. - disse e eu suspirei fechando os olhos. - ele fez alguma coisa. Ele tentou alguma coisa sem falar comigo ? - perguntou e eu suspirei.

- Guto é meu amigo vovô. Um filho da puta que causou muita desgraça para mim, para o Kaio e para meio mundo. Mas ele é uma pessoa inconsequente. Ele não pensa nos atos, ele só faz e a maioria desses atos é em nome de muito alem do que ele acredita, mas tambem na familia. O Guto pode ser um homem que o Kaio mais odeia no momento mas acima de tudo, tambem é o provavel homem que ele sempre vai amar acima de tudo. Guto é um babaca que fez merda em nome de proteção sem perceber que estava se entregando para honrar os mentes fracas que colocam o poder acima da familia. Eu o protejo porque ele cometeu um erro e se ele não tivesse feito isso nada disso teria acontecido. Eu não o admiro ou o protejo, porém eu tambem não falo nada dele porque ele mal participou da minha vida. - falei e suspirei fechando os olhos.

O Idiota Do Amigo Do Meu IrmãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora