Marília e eu acordamos no outro dia primeiro que ela, realmente ela estava muito cansada. Antes de levantar, eu olhei para o corpo dela e minhas lágrimas escorreram, ver a minha irmã desse jeito é de morrer, corpo todo cortado e pálida. Passo a acariciar o rosto dela dizendo a ela que vai ficar tudo bem e que eu nunca vou abandonar ela.
Marília: Ela vai superar tudo isso e nós iremos ajudar, cê vai ver!.
Ela diz parada na porta do banheiro e então decidimos descer para preparar o café da manhã, deixamos ela dormindo, e quando tudo ficou pronto, eu fui acordar ela.
Eu: Metade — Chamo mas ela nem se move — Metade acorda, vamos tomar café!.
Maraisa: Uhmmm mas eu não estou com fome, metade!.
Eu: Mas é claro que está. Anda, cuida, vamos comer — Tiro a coberta de cima dela — Você está muito magrela!.
Maraisa: Você é chata, hein — Ela senta na cama e olha para o próprio corpo.
Eu: O que foi? — Me sento ao lado dela.
Maraisa: Nada, só está ardendo um pouco, isso é normal — Ela levanta — Vou tomar um banho!.
Eu: Tá bem, não demore — Ela balança a cabeça e entra no banheiro.
Desço e vejo Marília falando no celular, vou direto para a cozinha esperar pela a minha irmã. Meu celular começa a tocar e vejo que é a minha mãe, não queria atender mas ela acabou insistindo muito.
Ligação on
Eu: Oi mãe — Digo seca.
Almira: Oi meu amor, como você está?.
Eu: Bem e vocês aí?.
Almira: Estamos bem. Mas aonde você está minha, princesa?.
Eu: É...na fazenda, por quê?.
Almira: Nada não, está fazendo o quê aí?.
Eu: Lila e eu viemos salvar a minha irmã!.
Almira: Salvar?, salvar de quê?.
Eu: Da morte, ela tentou se matar, quando chegamos aqui ela estava no estábulo com uma corda amarrada no pescoço pronta para se pendurar e ela se cortou todinha!.
Almira: Ela ainda não parou com essa palhaçada?, a Maraisa está pensando que tem o quê?, cinco anos?, isso é drama dessa garota, ela tá de frescura querendo se aparecer!.
Eu: Como você pode falar isso da sua filha?, você não se preocupa com ela não?.
Almira: Me preocupo quando é para se preocupar, isso não é de hoje, é só fogo dela....
Eu: Mãe, isso é depressão, ela é depressiva — Digo interrompendo a fala dela.
Almira: E você sabe o que é depressão, Maiara Carla?.
Eu: É o que ela tem. Mãe, eu acabei de te contar que ela estava prestes a se pendurar com uma corda no pescoço, sua filha ía morrer!.
Almira: Morrer o quê, Maiara. Quem quer se matar, se mata sem pensar duas vezes!.
Eu: Quer saber?, tchau e fica com Deus, parabéns para a senhora pela bela mãe que você é — Desligo na cara dela.