Capítulo 26 - Mari

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— Oh! Não tem como esconder nada mesmo de você Dona Helena Andrade. — Brinquei um pouco. Estava muito nervosa.

— Claro que não meu bem. Mas me conte o que tanto te aflige?

— Eu amo o Tony, mas ele me magoou muito. Machucou meu coração. Eu quero perdoar, mas quando lembro de tudo a dor volta como se tivesse acabado de acontecer. No natal ele disse que me amava e iria esperar por mim o tempo que fosse, só que tenho medo que uma hora ou outra encontre alguém e desista. —Lágrimas escorriam pelo meu rosto a medida que eu ia falando.

— Querida, — mamãe segurou minhas mãos — realmente vai chegar um tempo em que o amor que vocês sentem um pelo outro vai acostumar com essa distância e vai adormecer ou pior morrer. Então a dor será maior do que qualquer mágoa. O que ele fez foi tão grave assim?

— Ele não confiou em mim para contar o que estava acontecendo com seu pai. Afastou-me dele. — Contei-lhe uma parte. Ela não precisava saber detalhes do que realmente tinha acontecido.

— Mariana, o Tony sempre foi fechado. Não é fácil para alguém se abrir de uma hora para outra. Principalmente, ele que aprendeu a lidar com tudo sozinho. Ter você na vida dele era algo novo. Talvez não soube lidar muito bem com isso. As pessoas têm formas diferentes de lidar com os problemas. Você, por exemplo, ao invés de encarar foge deles. — Olhei envergonhada. — Por que não conversaram antes de ir para o Canadá?

— Por que estava muito magoada. Pensei que esse tempo longe ia amenizar a dor, ou até mesmo curá-la, mas me enganei. Só fez com que eu percebesse que eu o amo mais do que imaginava e ficar longe dele machuca muito mais. Eu sinto muita falta do Tony. — Solucei em meio as palavras.

— Filha, muitas pessoas acham que o tempo ou um novo amor cura as feridas do coração, mas eu não penso assim. Eu acho que são nossas atitudes e escolhas que vão curá-las. Igual quando ficamos doente, não são os médicos que curam e sim os tratamentos e remédios que nos passam, mas claro que só se seguirmos corretamente. Vocês se amam, não é? — Assenti. — É o que importa. Com o tempo vão aprender a lidar com os defeitos um do outro. Não deixe que uma mágoa e o medo a faça perder algo valioso como esse sentimento que vejo em seus olhos. A vida é muito curta para arrependimentos. — Fomos interrompidas pelo garçom que chegou com a nossa comida. Comemos em silêncio. Aproveitei para pensar em tudo que mamãe falou.

— Tem razão. — Falei tomando um gole do meu suco e sorri enxugando uma lágrima solitária. — Assim que sair daqui irei falar com o Tony. Não vou deixar minha felicidade escapar por entre minhas mãos por causa de um medo idiota. Muito obrigada mamãe, por sempre me ouvir. — Levantei e a abracei.

— Lute para ser feliz meu amor. E não precisa agradecer, sempre vou estar aqui para te aconselhar e ouvir. — Sorriu e beijou minha testa.

Terminamos de almoçar e pedi ao garçom a conta. Paguei e fomos embora.

Deixei mamãe no hospital e fui para casa. Precisava passar em meu apartamento primeiro antes de ir atrás da minha felicidade.

Fiz todo o caminho até o meu prédio com um sorriso bobo estampado em meu rosto e um frio na barriga. Mesmo com um pouquinho de medo do Tony ter desistido de mim, estava decidida. Desta vez não iria fugir ou me amedrontar.

Entrei em casa e fui direto ao meu quarto tomar um banho e trocar de roupa. Não queria conversar com ele com cheiro de hospital e nem com a roupa que tinha ido trabalhar.

Uma hora depois estava pronta. Peguei o cordão que ele me deu no natal, minhas chaves e saí de encontro ao homem da minha vida.

Quando abri a porta meu coração quase saiu pela boca ao vê-lo parado à minha frente. Minhas pernas começaram a tremer igual à gelatina e um frio percorreu minha espinha.

Atração do Amor - Série Artimanhas do Destino #2Donde viven las historias. Descúbrelo ahora