3 - Park Jimin, o anjo.

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Amar Park Jimin era como estar em uma boate lotada

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Amar Park Jimin era como estar em uma boate lotada. Era eletrizante, era excitante, era apaixonante e relaxante pra caralho.

Ele era amigo, namorado, companheiro de rolê e se dava bem com os meus pais. Jimin era como um combo de perfeição.

Pelo menos no começo.

Não, Jimin não era um escroto egoísta do caralho, esse ainda era Taehyung. Jimin era como um bebê, ele gostava de ficar em casa trocando carinhos e vendo filmes de romance, ele gostava de apelidos fofos e porta-retratos por toda casa, ele gostava também de tudo que eu fazia, mesmo que estivesse errado.

Jimin também era engraçado, ele fazia piadas e brincadeiras o tempo todo, principalmente quando eu estava triste com alguma coisa.

Estávamos noivos. Ele era perfeito pra mim, com erros, com problemas e com inseguranças, ele era perfeito.

Jimin estava se curando da depressão, eu o ajudava o máximo que podia, eu lutava por ele e com ele o máximo que podia, eu me esforçava por nós dois e eu me orgulhava disso.

Estávamos passando por aquilo juntos.

Ele tinha problemas com seu passado, ele tinha pesadelos e ele tinha crises, ele se sentia inferior e ele quase nunca estava realmente bem. Eu o amava com a minha vida, não importava o que eu tinha que fazer por ele, eu o fazia.

Nós choramos juntos, nós amamos juntos e vivemos juntos.

Foi no dia primeiro de Dezembro, eu saí de casa feliz porque ele parecia bem. Aquele mês seria nosso casamento, ele queria que fosse perfeito e eu faria o melhor por ele.

Quando cheguei no apartamento, estava escuro demais, triste demais, e aquilo já me quebrou por dentro, eu odiava quando acontecia.

Fui em passos rápidos até o quarto, meu coração quebrou quando o vi, encolhido na cama, dizendo coisas horríveis para si mesmo, se culpando por coisas idiotas e dizendo o quanto ele não faria diferença se morresse.

Você errou nisso, Jimin. Ninguém nunca fez tanta falta na minha vida como você. Ninguém nunca me amou como você. Ninguém nunca foi tão importante como você. Ninguém nunca me quebrou como você.

"Eu com você. Olha pra mim, eu com você. Eu amo você, você nunca vai estar sozinho, eu juro, Jimin, eu juro com todo meu coração." O abracei o mais forte que consegui, sentindo toda sua dor em mim enquanto ele chorava com toda força que tinha. "Você é uma galáxia completa. Eu sei que tem dias que você não quer existir, eu sei que tem dias que você se julga por ser você. Mas você tem uma galáxia dentro, meu amor, pessoas amam você, de dentro pra fora."

"Você é minha vida todinha, Jungkook-ah." Ele me apertou mais um pouco, ainda chorando.

Você sempre foi a minha também, Jimin.

Depois disso, ele melhorou um pouco, ele começou a compartilhar mais dos sentimentos comigo, enquanto o casamento se aproximava mais e mais.

Ele estava ansioso pra cassete, e eu estava mais ainda. Naquela semana, meus pais estavam com nós dois no apartamento, eles paparicavam Jimin o tempo todo e eu só conseguia rir das caretas que ele fazia para minha mãe as vezes.

De madrugada, nós conversávamos sobre coisas aleatórias, porque se eu o deixasse quieto e fosse dormir, ele provavelmente teria alguma crise.

"Quando nós formos adotar o nosso bebê, qual nome você quer?" Perguntou. Ele estava deitado entre minhas pernas enquanto eu fazia cafuné em seus cabelos.

"Junghyun. E você?" Eu gostava daqueles momentos simples com ele, porque ele era todo simples, ele era tão especial.

"Eu pensei em Jungkook Junior, hein." Brincou, enquanto eu ria de sua idiotice. "Junghyun parece bom pra mim. Eu queria uma garota, Heynmi."

"Podemos ter quantos filhos você quiser, desde que seja nosso." Dei um beijo em sua cabeça, enquanto ele ria, puxando minha mão para entrelaçar nossos dedos.

"Nós temos tudo, desde que estejamos juntos." Beijou minha mão, ficando um tempo encarando minha aliança. "Me desculpe se um dia eu te fizer chorar."

"Você não vai. Eu sei que não." Assegurei, fechando meus olhos.

Um tempo depois, eu chorei por ele, chorei como um pouco.

Jimin estava no hospital, ele havia tentado se matar e foi sorte eu ter chego em casa a tempo de o encontrar sangrando no banheiro. Eu corri com ele para o hospital, eu fui o mais rápido que consegui, mas eu sabia que era tarde pra ele, eu sabia.

Ele não queria viver, ele não queria. Eu seria egoísta se não o deixasse ir?

Ele foi induzido há um coma, uma parte de seu cérebro morreu, uma parte dele foi embora junto com todo aquele brilho que ele tinha em si. Ele praticamente não tinha ninguém além de mim e nossos amigos, sempre foi nós, nada nunca entrou no meio disso.

Eu não queria o deixar, porque eu lembrei dos momentos, eu lembrei das conversas, eu lembrei dos carinhos e da atenção, eu me lembrei de tudo que vivemos juntos, lembrei dos motivos para não o deixar ir, porque eu não conseguiria.

Eu não conseguiria viver sem ele, mas ele não conseguia mais viver, não conseguia viver por mim e principalmente, não conseguia viver por ele. Ele não via tudo que eu via, ele não se amava como eu o amava, merda, eu amava tanto.

Então, eu me lembrei dos motivos para o deixar ir. Ele sofria com pesadelos todas as noites, ele sofria ao se olhar nos espelhos da casa, ele sofria ao se lembrar do seu passado, ele sofria ao se lembrar de quem ele era, ele sofria todos os dias, em todas as crises, o tempo todo.

Eu deveria o deixar ir, pra ele se encontrar, pra ele se amar, pra ele ser feliz. Eu deveria o fazer, com certeza.

Eu não deixei de amar Jimin, porque ele sempre me completou, com erros e falhas, eu o amei com todo meu ser, eu o amo com todo meu ser, eu amo Park Jimin completamente.

"Eu sou o responsável por ele." Me levantei, o médico me olhava com uma mistura de pena e cansaço. "Pode desligar as máquinas."

Eu te deixei ir, Jimin. Seja feliz por você, meu amor, me mande lembranças aí de cima.

Você morreu dia 20 de Dezembro, um dia antes do nosso casamento.

Obrigado, Jimin, com você eu aprendi a amar alguém com intensidade, eu aprendi a ser companheiro, amigo, confidente. Eu ainda te amo com minha vida, amor.

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