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1 - Kim Namjoon, o mais amável.

Viver com Namjoon era viver com amor. Era amar e ser amado constantemente, desde a hora de acordar até a hora de ir dormir.

Ele sabia amar com palavras, gestos e sorrisos.

Ele costumava dizer que o amor primeiro tem que vir de dentro.

"Você tem que se amar antes de amar o próximo, Jungkook."

Eu aprendi com o melhor namorado do mundo a me amar, todos os dias, a todo momento. Aprendi a amar minha falhas porque elas me faziam ser quem eu era. Aprendi a amar cada pequeno detalhe meu, me olhando no espelho todos os dias, eu via que era o mais importante pra mim.

Namjoon não era perfeito. E eu amava isso. Ele errava, ele falhava, mas ele nunca desistiu e sempre se amou, com todos os erros. Eu o admiro até hoje por cada minuto que ele me deu ao seu lado.

Ele se dava a chance de falar, de se expressar e de errar. Ele não queria ser perfeito, aquilo nunca foi uma meta pra ele, ele simplesmente era ele mesmo.

O tempo todo.

Os momentos foram ótimos, contando com todos os cinco meses de namoro. Claro, este também não era perfeito.

"Você sempre foi o suficiente. Você não vê, Jungkook?" eu comecei a ver, Namjoon, graças a você.

Antes de conhecer Namjoon, eu não me suportava, eu não aguentava ficar sozinho porque eu não me bastava, eu não queria falar porque não me achava suficiente nem para abrir a boca.

Ele apareceu, me ensinando a ver o mundo por meus próprios olhos, me ensinando a falar, me ensinando a amar o meu eu.

"Nós podemos fazer isso. Qual é o problema?" Me perguntou uma certa vez. Eu estava com medo, eu chegava a tremer dos pés a cabeça por achar que eu não conseguiria contar sobre minha sexualidade para os meus pais.

Eu morava sozinho, eu trabalhava, eu passava a imagem de ser auto-suficiente. Grande mentira. Eu ainda era um garoto mimado que apesar de ter seu próprio apartamento e emprego fixo, ainda não conseguia fazer nada sem dizer para mim mesmo que não conseguiria.

Namjoon não achava isso.

"Você pode, hyung. Eu não." Me afastei, minha vontade de sair correndo aumentava consideravelmente.

"Por que não?" E lá estava ele, o Namjoon que me dava vontade de bater. Ele sabia as respostas, ele sabia os pontos fracos e os medos, e ele estava disposto a desafiar cada um deles.

"Porque eu não consigo! Eu não posso fazer isso, não vou conseguir, não vou." Palavra para definir: desespero.

"Você pode fazer tudo que você quiser, Jungkook." Sorriu, segurando minha mão e entrelaçando nossos dedos. "Você é capaz de fazer tudo que quiser. Se você quer, você consegue."

Ele nunca duvidou de mim, ele nunca me colocou pra baixo e ele sempre, o tempo todo, ele sempre me amou, e ele fez o que eu sempre achei o mais importante, ele me ensinou a me amar.

Kim Namjoon era um professor de filosofia na faculdade mais renomada da Coréia, mas ele já foi muitas coisas. Ele era professor de educação física, ele era modelo, ele era ator e ele também cantava na casa de shows da cidade.

Muitos falavam mal dele por trás, muitos o usavam e muitos só eram amigos por interesse, mas Namjoon era mais do que aparentava ser, ele era um grande universo.

Uh... Motivo do término? Traição.

Doeu para um senhor caralho. Eu passei uma semana ou mais, deitado em posição fetal me perguntando o que tinha feito de errado pra perder o grande homem da minha vida.

Eu perdi um amigo, eu perdi meu melhor amigo, e eu perdi meu homem.

Eu achava que tinha perdido.

"Joga na minha cara o quanto eu fui insuficiente pra você! Me fala onde eu errei, joga essa droga toda na minha cara, mas por favor, não vai embora..." Qual é, eu amava Kim Namjoon com todo meu ser.

"Jungkook. Para." Soltou as malas e me abraçou. Seu abraço sempre foi como casa, sempre estavam ali para me acolher. "Você não precisa implorar pra alguém ficar. Nunca faça isso. Você pode ficar bem sozinho, não implore." Se afastou e segurou as minhas mãos. Ficamos nos encarando por longos minutos até meu choro diminuir e eu fazer que sim com a cabeça. "Você não fez nada de errado, eu não vou jogar droga nenhuma na sua cara. Tá tudo bem. A gente tá bem. Eu ainda amo você, mas eu não quero fazer nosso mundo se tornar tóxico."

Graças ao Namjoon, nosso mundo nunca se tornou tóxico, e nunca foi tão perfeito.

Depois que ele foi embora, eu ainda me lembrava dos momentos e sentia sua falta, mas diferente de antes, não me culpava por isso. Se ele havia ido embora, era porque tinha que ir.

Conheci Namjoon na biblioteca do centro. Eu tinha ido procurar algum livro de ficção que julgava ser interessante, enquanto ele aparentemente estava ali para discutir com o balconista sobre política. Ele parecia tão inteligente, mesmo discutindo com o outro por coisas que eu julgava não ser importante, mais tarde, descobri que ele amava política.

Eu queria chamar a atenção dele para uma conversa, mas eu ainda não sabia como. Pensei em fazer igual nos filmes que minha melhor amiga me mostrava, eu ia fingir que ia cair e ele iria me segurar.

Erro meu. Enquanto eu tentava fingir que estava caindo, eu acabei realmente tropeçando nos meus próprios pés, realmente indo de cara no chão, claro que, no processo, Namjoon tentou me segurar, mas até hoje eu não lembro o que foi pior, a força com que minha cabeça bateu no chão ou a força em que seu corpo caiu em cima do meu.

Ainda foi o meu melhor dia.

Obrigado, Namjoon. Você me ensinou a me amar, a me aceitar e a ser eu.

Okay, próximo!