Capítulo 22: Heitor

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Eu não esperava que Sofia fosse aceitar o meu pedido de namoro após aquele diálogo e, menos ainda, que nós já avançaríamos tão rápido e começaríamos a morar juntos no dia seguinte.

Nós saímos da casa dos meus avós e fomos até a casa dos meus, agora, sogros, para prepararmos as coisas da mudança, que seria realizada no dia seguinte.

Nós dois subimos as escadas e eu fui ajudá-la a fazer as malas, enquanto os pais dela pegavam outras coisas em outros cômodos, para arrumar também.

— Dá pra acreditar que, a partir de amanhã, a gente vai tá morando na mesma casa? — Perguntei.

— Não! — Ela me respondeu. — A ficha nem caiu ainda, foi muita coisa ao mesmo tempo. Meus pais descobrindo, nós dois começando a namorar, eu conhecendo os seus avós, nós dois começando a morar juntos... Eu nem consigo acreditar, parece tudo um sonho.

— Se for, eu não quero acordar. Nunca mais. — Abracei a sua cintura, sorrindo.

— Nem eu. — Também sorriu, enlaçando os braços ao redor do meu pescoço.

— Eu amo vocês dois, sabia? — Beijei a pontinha do seu nariz.

— E eu amo vocês dois também. — Acariciou meu rosto. — E aposto que ele também nos ama. Muito.

— Somos meio atrapalhados e até um pouco doidinhos. Sei que não somos perfeitos, mas daremos o nosso melhor para sermos o mais próximo de bons pais que conseguirmos.

— Quero usar os meus pais como exemplos, eles são pessoas incríveis.

— Eu posso notar e aposto que não vi ainda nem metade da metade.

— É, e realmente não viu mesmo.

— Fico feliz por podermos proporcionar um ambiente tão acolhedor para o nosso filho.

— Só estou com medo do futuro. — Sua expressão facial modificou, demonstrando preocupação.

— Por quê? Aliás, com o que exatamente?

— A gravidez em si, ainda tem muito o que acontecer e tenho medo de ela acabar me atrapalhando na escola. Também tenho medo do parto. Não quero fazer cirurgia, tenho pavor disso, então quero fazer o parto normal, mas tenho medo da dor que sentirei nele. Óbvio que nem se compara com a dor do pós-operatório, mas você entendeu o que eu quis dizer.

— Sim, entendi sim. Mas fica tranquila, tá bom? Vai ficar tudo bem, no final, tudo vai dar certo. Não sairei do seu lado em nenhum momento e sei que você é muito forte.

— Obrigada...

— Não há o que agradecer. É o mínimo que eu faço. Tanto como pai quanto como namorado.

— Sim, mas muitos não fazem nem o mínimo.

— E nem por isso os que fazem precisam ser endeusados.

— Tem razão. Mas eu também estou com medo do meu futuro profissional em si. Sonho em ser médica e, com um bebê, é impossível entrar na faculdade ano que vem.

— Não se cobre tanto. Você não precisa entrar na faculdade no ano seguinte ao fim do ensino médio. Vamos, juntos, tirar um ano sabático, tudo bem? Nosso bebê nasce no início do ano, certo?

— Sim, entre o fim de fevereiro e o início de março, pelas minhas contas.

— Então, a amamentação é a única alimentação que ele pode ter até os seis meses, então você terá que amamentar por seis meses, mesmo que você tire o leite e eu dê, mas acho bom nós dois estarmos cuidando dele pelo menos até essa fase. Depois disso, vem a introdução alimentar, mas ainda com a amamentação, e ele completará seis meses lá pra setembro, certo? Então já não daria pra você entrar no primeiro semestre e nem no início do segundo. Nosso filho completa um ano no início do primeiro semestre do ano seguinte, então já podemos ver escolinhas ou creches de período integral. No segundo semestre, eu e você entramos na faculdade. Podemos estudar de manhã e trabalhar meio período de tarde. O que acha?

Um fruto daquela maldita apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora