Capítulo 3: Diogo

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Acordei sentindo uma bola de pelos em cima de mim e, quando abri os olhos, vi a Mia, a gata de estimação da minha tia. Essa folgada sempre se sente a dona do meu quarto!

Olhei a hora no relógio que estava na minha cabeceira, soltando um longo suspiro ao perceber que ela, como sempre, me acordou antes do despertador. Revirei os olhos e a tirei de cima de mim, levantando e a vendo ir deitar plenamente no meu travesseiro, então peguei a toalha e o uniforme, rumando ao banheiro.

Tomei um banho morno para acordar e arrumei meu cabelo levemente ruivo em frente ao espelho, depois vesti a calça jeans e a blusa do uniforme. Desci as escadas e fui para a sala de jantar, vendo a minha tia sentada com uma xícara que acredito ser de café.

— Bom dia, mulher da minha vida. — Beijei a sua bochecha e sentei ao seu lado na mesa.

— Bom dia, querido, dormiu bem? — Me cumprimentou com um sorriso.

— Dormi sim, mas acordei com a folgada da sua gata. E a senhora?

Ela riu do meu comentário, bebericando um pouco do líquido na xícara.

— Dormi bem sim. E a Mia é assim porque ela te ama!

A minha relação com a minha tia é simplesmente maravilhosa. Somos como mãe e filho, mas também a vejo como a minha melhor amiga.

Meu pai abandonou a minha mãe assim que ela descobriu que estava grávida. Ele mudou de estado, trocou de número e bloqueou ela em todos os lugares possíveis. Ela era jovem, adolescente ainda, não trabalhava, então não tinha como me criar e me entregou para a cunhada dela, irmã do meu pai, já que sabia que ela tinha uma boa condição financeira e, apesar de ser solteira, sonhava em ser mãe um dia. No entanto, ela nunca aceitou me enganar e me criou contando a história verdadeira. Minha mãe biológica me visitou algumas vezes quando eu era criança, mas conheceu um cara estrangeiro pela internet e foi morar com ele na França. Nunca mais a vi.

Não que isso me incomode, eu amo a minha tia como mãe, mas é uma história chata de se viver.

Minha tia sempre me deixou estudar na melhor escola do Rio de Janeiro, que é onde estou até hoje, no último ano do ensino médio.

— Querido, hoje eu terei que viajar por conta do trabalho, tudo bem? Volto em dois dias. Deixei comida o suficiente pra você, está na geladeira, é só esquentar. A Luísa virá uma vez ao dia para fazer a limpeza, então não se preocupe com isso, mas se comporte e cuide da Mia. — Falou, me tirando dos meus devaneios.

Minha tia trabalha numa empresa que tem sede no Rio de Janeiro, mas que já se espalhou pelo Brasil e até por outros países. Meus avós, seus pais, são os donos da empresa, mas ela se dedica em cuidar e trabalhar lá como se já fosse dela. Não que vá demorar muito, eles já têm quase 80 anos, logo ela herdará tudo. O meu pai também tem direito, mas acredito que ele não virá atrás disso, ele realmente sumiu do mapa.

— Ah, tudo bem, sentirei sua falta.

— Sei que sou adorável, querido. — Soltou um riso anasalado. — Também sentirei a sua, mas passa rápido, logo estarei de volta. — Tocou meu ombro. — Termine de tomar café e vá para a escola, não quero que se atrase.

Em poucos minutos, acabei de comer, escovei os dentes, calcei os tênis e peguei a mochila, me despedindo da minha tia com um abraço, então peguei as chaves do carro que ela me deu quando completei 18 anos, no início do ano, e fui.

Cheguei relativamente cedo lá, como de costume, e fiquei mexendo no celular enquanto esperava Gael, Arthur e Heitor, meus melhores amigos.

Bom, como eu estudo aqui desde sempre, eu conheço todo mundo, então acabei me tornando popular. Também por eu ser sempre muito comunicativo, é um dom.

Um fruto daquela maldita apostaWhere stories live. Discover now