Capítulo 9: Sofia

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Descobrir aquilo de Heitor me abalou muito e eu não quero vê-lo na minha frente nunca mais. Felizmente ele não tentou contato comigo naquela semana e eu consegui evitá-lo o máximo possível.

No fim das contas, eu e a Eduarda realmente viramos amigas. Eu não contei para ela sobre o que houve e, para a minha felicidade, ela nem toca no assunto. Deve saber que, se eu quisesse falar, já teria dito.

Ela tem me ajudado muito a manter o foco na semana de provas, já que eu não conseguia não pensar naquilo, então ela me motivou e estudou comigo, já que, mesmo sabendo os assuntos, eu estava tão aérea que parecia esquecer tudo.

Meus pais também notaram que ando meio diferente, distante, calada, na minha... Eles até tentaram descobrir o que rolou, mas, ao notarem que eu definitivamente não queria falar sobre, não insistiram e continuaram me dando apenas apoio moral, mostrando que não estou sozinha e coisas do tipo. É por isso que eu os amo.

No domingo, pela noite, eu estava deitada na cama, comendo pipoca e assistindo filmes de comédia romântica enquanto chorava, quando ouvi o meu celular tocando. Peguei, pensando que pudesse ser a Eduarda, já que ela é a única pessoa que eu converso, além da minha família, mas, para a minha surpresa, era o Heitor.

Entrei em choque e, por um momento, esqueci até mesmo como se respira. Minha única reação foi tocar no botão vermelho e puxá-lo para cima, recusando a chamada. Não sei o que ele quer falar comigo, mas eu definitivamente não pretendo descobrir. Se eu ouvir a voz daquele garoto, eu irei perder o meu réu primário antes mesmo de completar os dezoito anos.

O início das férias foi até que bom. Os meus pais conheceram a Eduarda e, quando ela não dormia aqui na minha casa, eu dormia na dela. Começamos a ir juntas ao shopping e comprar roupas passou a ser o meu novo passatempo favorito.

Também separei algumas roupas de frio para a doação, já que, aqui no Rio de Janeiro, o frio não tem dó de ninguém e muitas pessoas acabam sofrendo com isso.

No entanto, depois de umas semanas, eu comecei a ficar com um estranho excesso de cansaço e qualquer coisa com cheiro forte passou a me dar vontade de vomitar. Também venho evitando usar sutiãs, pois sinto dor, meus seios estão sensíveis e eu estou me sentindo inchada. 

A minha menstruação sempre foi bem desregulada, e ela está atrasada, como sempre, mas, observando esses sinais que o meu corpo vem dando, acredito que ela já esteja perto de descer. Eu sei que eu deveria marcar um ginecologista para ver o que fazer para ela regular, mas não é como se eu tivesse tanto tempo para isso, além de que nem me incomoda tanto assim.

Estou bem mais sensível que o normal ultimamente. Maldita TPM. Meus pais até acharam que eu estaria com algum problema psicológico, como depressão ou algo do tipo, mas, apesar daquela história do Heitor ter me abalado bastante, não é para tanto.

As férias passaram tão rápido que eu nem notei. Hoje é segunda-feira e eu estou lutando contra o sono para conseguir levantar e me arrumar para voltar à escola. Não quero, mas não me darei ao luxo de faltar só por pura preguiça.

Saí da cama e rumei ao banheiro do meu quarto, começando então a me despir. Vi uma mancha de sangue na calcinha e sorri, satisfeita pelo inferno da TPM ter acabado. Tá, a cor realmente está meio estranha. Meu sangue não é rosa, mas isso deve ser só mais uma brincadeirinha do meu corpo comigo. Relevei e fui para o banho, pegando um absorvente depois.

Parei em frente ao espelho e até pensei em prender o cabelo como sempre faço, mas cogitei a ideia de mudar um pouco e resolvi ir hoje com ele solto. Meus pais elogiaram a mudança quando me viram entrar na sala de jantar para tomarmos juntos o café da manhã, como sempre fazemos todos os dias. Depois disso, subi as escadas novamente e fui escovar os dentes, pegando a mochila e saindo já para a escola após me despedir.

Um fruto daquela maldita apostaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora