Toni, ao ouvir aquilo, ficou totalmente sem reação. Deixou o celular escorregar de sua orelha, até cair no chão, dando um estouro no quarto. Só isso a fez acordar para a vida. Seu pai estava com câncer, e esse tempo todo não contou para ninguém? Como ele escondeu tão bem, e como não descobriram?
Apesar de todas as suas brigas, e de tudo, ele ainda era seu pai. Apesar do desprezo e ignorância, ainda era parte de sua família. A morena estava em choque, nem pegou o celular do chão, apenas jogou seu corpo para trás, fazendo suas costas colidirem com o colchão. E agora? Ela teria que avisar para Sweet Pea toda a situação, mas não poderia ser por ligação. Teria que ir até sua casa, e faria isso amanhã, porque não estava com cabeça para dirigir agora.
- Toni?...- Ouviu a voz doce da namorada, e virou a cabeça, olhou para a ela na porta. Cheryl interligou seu olhar para Toni jogada na cama e o celular caído no chão. - Está tudo bem?
- Cheryl..- Sentou na cama, e pediu para a ruiva sentar ao seu lado. Cheryl estava preocupada com a expressão da namorada. - Fangs me ligou agora.
- Que bom, amor. Como eles estão? - Perguntou sentando ao lado da morena, e logo viu os olhos castanhos da morena marejarem.
Toni não disse nada, apenas abraçou apertado o corpo da ruiva, chorando em seu peito. Cheryl estava sem entender o porque daquilo, mas a aconchegou em seus braços, fazendo carinho em suas costas. A morena chorava, quase desesperadamente, e aquilo partia o coração de sua ruiva.- O que aconteceu? Me conta. - Pediu baixinho, afagando as mechas de cabelo rosa entre seus dedos. - Shh..Não chore. - Deu um beijo no topo de sua cabeça.
- Ele não merece essas lágrimas...- Toni choramingou, voltando a olhar nos olhos de Cheryl. Passou as mãos pelo rosto avermelhado, e respirou fundo, tentando segurar o choro. - Meu pai não merece essas lágrimas.
- O que aconteceu para te deixar assim?
- Ele está com câncer...- A ruiva arregalou os olhos. - Meus pais esconderam isso de mim, e dos meus irmãos. Sei que não deveria estar chorando por isso, porque Thomas não merece uma lágrima derramada por mim, mas mesmo assim, ele ainda é meu pai, e ter escondido isso, foi a pior coisa que poderiam ter feito. - Respirou fundo, mantendo a calma. - Fangs me disse que eles não falaram, porque acham que Sweet Pea e eu não merecemos saber, já que não viajamos com eles.
- Seus pais deveriam ter contado, isso é horrível...- Cheryl disse, incrédula. - E o estado do seu pai, qual é? Fangs contou?
- Disse que ele estava negando todos os remédios, e por isso está a um triz de vida.
- Você precisa viajar e o ver, antes que algo maior aconteça. - Toni negou, na hora. - Porque? Amor, é como você disse, ele é seu pai.
- Isso não significa que devo ver ele. - Disse firme. - Não merece um pingo de tristeza vindo de mim.
- Mas sua mãe, e seu irmão? - A ruiva olhou firme em seus olhos. - Toni, eles precisam de você e do Sweet Pea.
- O Sweet Pea que vá dar apoio. Minha mãe é outra, que não contou porra alguma. Não sei quem é o mais errado nessa história, nunca mais quero ver a cara dos dois.
- As coisas não funcionam assim, meu amor...- Cheryl falou cautelosa, pegando em sua mão. - Me escute, tá bem? É melhor ver seu pai, não estou dizendo que é para perdoá-lo de tudo que fez com você. Apenas quero que vá para dar apoio ao Fangs, sua mãe e Sweet Pea.
- Minha mãe não merece meu apoio agora, o que eles fizeram não tem perdão. É ridículo.
- Então pensa no Fangs, está lá sozinho com os dois, seus pais estão forçando ele a mentir para os próprios irmãos. Se quiser, eu vou com você, mas não quero que não vá, e depois se arrependa.
Cheryl tinha razão, e Toni sabia disso. Sabia sobre ter que ir ver seu pai, antes de qualquer coisa mais drástica acontecer. Mas não queria aceitar o fato deles terem mentido para os próprios filhos, sobre algo tão sério. Querendo, ou não, ela teria que esclarecer tudo aquilo.
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𝐭𝐫𝐮𝐬𝐭 𝐦𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢
FanfictionCheryl Blossom entra em depressão profunda depois de perder seu irmão gêmeo em um acidente de carro. Não fala, não sai de casa, não quer comer e não quer viver há sete meses. Os pais da garota não sabem mais o que fazer. Depois de tantos psicólogos...