Capítulo 3 - Você é louca?

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No dia seguinte, Toni acordou determinada, tinha em mente fazer a vizinha falar. Tomou banho, colocou uma roupa confortável e almoçou com seus pais, e irmãos. Todos notavam que morena estava meio calada, mas ninguém comentou nada a respeito e quando terminaram de comer, até livraram ela de lavar a louça, passaram a vez pro Sweet Pea.

- Mãe, o que acha de convidar os vizinhos pra almoçar aqui qualquer dia? - Falou sentando ao lado da sua mãe, no sofá. - Eles são donos do Blossom's Restaurant.

- Você quer é ver a vizinha. - Sweet Pea falou aparecendo na sala, fazendo a morena  o ignorar.

- Não é uma má ideia, precisamos de amigos novos no bairro. - Sua mãe falou, também ignorando o filho. - E tenho que entregar a cesta que a menina ignorou.

- Ela é meio triste...- Toni falou encostando a cabeça no sofá.- Mas é tão bonita.

- Você falou noventa vezes que ela é bonita. - Sua mãe disse rindo, fazendo a filha rir também.- Então vamos lá.- Falou olhando Toni. - Já deixo a cesta e você vê a "menina bonita".

Toni não poderia estar mais feliz, foi correndo até a cozinha, pegou a cesta negada pela vizinha e entregou pra sua mãe. As duas saíram de casa em direção casa ao lado.

- Oi, me chamo Katy (n/a: Esse vai ser o nome da mãe da Toni, já que eu não sei quem é a mãe dela na série ksksk) , sou a vizinha da casa ao lado.

- Oi. - Estendeu a mão, cumprimentando ela. - Prazer, sou o Clifford. Sejam bem vindas ao bairro.

- Vim deixar essa cesta, passamos aqui ontem e Toni disse que não foi recebida muito bem.

- Nossa filha deve ter atendido ela. -  Clifford falou pensativo. - Mas obrigado, e pode entrar, vou chamar minha esposa.

Toni só falou empurrar sua mãe pra entrar logo na casa da vizinha, e quando entraram, ela se decepcionou um pouco por não ver a "menina bonita" ali. Mas seus olhos gostaram da bela casa, era enorme e extremamente arrumada.

Clifford desceu a escada com Penélope, que foi super simpática com as duas. Agradeceu pela cesta e chamou elas pra tomar um chá na cozinha.

- Tenho uma filha da sua idade. -Falou olhando Toni.

- E onde ela está? - Perguntou curiosa, fazendo sua mãe dar um pequeno chute por baixo da mesa. Toni encolheu os ombros e sorriu inocente.

- Cheryl não é muito de sair do quarto.

A morena gostou do nome que ouviu, percebeu que a "menina bonita" também tinha o nome bonito.

- Eu posso ver ela? - Penélope pensou bem antes de responder a pergunta, mas percebeu que sua filha precisa de amigos, e Toni parecia ser uma boa garota.

- Claro! - Sorriu amigável. - Só não se assuste se ela não for muito receptiva. É o primeiro quarto a esquerda, após a escada.

- Obrigada! - Toni levantou em êxtase da cadeira, queria muito ver a ruiva de novo.

Respirou fundo enquanto subia a escada. "Seja legal comigo, Cheryl. Por favor" era única coisa que passava pela sua cabeça até chegar no último degrau.

Encheu o peito de coragem ao bater na porta do quarto, mas não ouviu nada. Ao bater de leve mais uma vez, a porta abriu lentamente com o pequeno impacto. Toni colocou a mão na maçaneta e pensou duas vezes antes de empurrar a porta vagarosamente.

E assim que abriu, se deparou com um quarto completamente escuro, a única luz que a deixava ver um pouco do cômodo, era a da janela que invadia.

A verdade é que Cheryl ouviu as batidas na porta, e estava de olhos fechados deitada na cama. Ela não queria abrir a porta, pois "sabia" que era a mãe dela perturbando seus pensamentos.

- Cheryl? - Ouviu uma voz diferente, e ao mesmo tempo sabia de quem era. Abriu os olhos, mas não quis se mexer. - Você está acordada? -  Toni encostou na parede e sem querer a cabeça dela encostou no interruptor, acendendo a luz.

Ela percebeu duas camas no quarto, deduziu que Cheryl tinha um irmão. Olhou pra cama da ruiva, e ela estava deitada de olhos abertos Toni achou estranho a menina nem se quer olhar pra ela.

- Desculpa entrar assim. - Falou envergonhada. - Queria ver você.

Cheryl sem querer olhou pra Toni, e a garota de cabelo rosa sentiu seu corpo tremer com o olhar. Era a primeira vez que garota olhou pra ela.

- Se você quiser posso sair... - Sorriu quadrado. Ela queria que a Cheryl falasse com ela, nem que fosse pra xingar. - Você ainda está triste? - Perguntou se aproximando da cama. - Ontem você estava pra baixo.

Toni notou que Cheryl estava meio magra demais. Seu rosto pálido e com olheiras não deixaram a morena deixar pensar o quando a ruiva era linda.

- Porque você não fala comigo? - Perguntou cruzando os braços.

Cheryl queria falar com Toni, mas ao mesmo tempo não estava afim de fazer amizade com ninguém.

- Eu vou sentar e esperar você me falar alguma coisa. - Toni não ia desistir de ouvir a voz da ruiva.

Olhou pelo quarto em busca de uma cadeira mas não achou, então sentou na cama ao lado, e Cheryl levantou na mesma hora pra empurrar a morena com tudo no chão.

- Você é louca? - Toni perguntou incrédula levantando do chão. -Porque diabos me empurrou?

A ruiva estava com raiva no olhar, seu pulso fechado e respiração ofegante. O que Toni não sabe, é que sentou na cama do Jason, e aquilo mexeu com Cheryl de todos os jeitos.

A ruiva colocou as mãos no rosto e começou a chorar desesperadamente, ela era muito sensível em relação às coisas do seu irmão. Apenas Penélope pode tocar nas coisas dele, e ver Toni sentando naquela cama fez seu sangue ferver.

Toni não estava entendendo nada. Não sabia o que fazer, e ao ver Cheryl chorar daquele jeito, percebeu que aquela garota não sofre desde ontem a noite. Percebeu que ela está sendo machucada a muito tempo.

Em uma tentativa de tentar abraçar Cheryl, Toni levou outro empurrão. Não sabia que nesse momento, a ruiva a odiava.

- Fica aí chorando então! Foda-se. -Falou irritada, saindo do quarto. -Garota estranha.

𝐭𝐫𝐮𝐬𝐭 𝐦𝐞 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora