— Estou pensando no melhor para você! Precisa seguir sua vida e essa criança só vai atrapalhar sua caminhada.

— Cala a boca! — Explodi. — Como pode ser tão cruel e egoísta, papai? — Desmoronei aos gritos sem conseguir conter minha mágoa. — Essa criança é meu filho e seu sangue também, como consegue ser tão desumano e perverso a esse ponto? Não pretendo seguir vida nenhuma sem meu filho.

— Não é isso, só estou sendo prático. — Dei-lhe as costas sem conseguir encarar seu rosto. Estava enojada demais, ele se aproximou numa tentativa rasa e segurou minha mão. — Você precisa se acalmar Jade e confiar no seu pai, nunca faria nada que não fosse pensando no seu bem.

Puxei minha mão com todas as minhas forças, alcançando a libertação.

— Não toque essas mãos sujas em mim. — Grunhi revoltada o encarando magoada. — A única coisa que pretende é me controlar. Acha que sou uma boneca suscetível a todos os seus comandos, papai?

— Está fora de si, veja como está tratando seu pai. — Diz, na tentativa de me enganar vestindo a máscara de ótimo pai que nunca foi. — Quer ficar com essa criança, que fique! Mesmo sendo um bastardo tem o sangue dos Albuquerque. Só quero que dê um basta nessa obsessão por esse pobretão e pare de procurá-lo.

— Sai daqui agora! — Gritei nervosa, sacudindo a cabeça de um lado para outro sem conseguir me controlar com as barbaridades ditas por meu pai. — Se quando eu sair daqui, descobri que teve alguma coisa a haver com o fato de Heitor ter sido preso, nunca te perdoarei, papai! Nunca! — Eu sabia que o único objetivo dele era me separar de Heitor.

Eu estava sensível, enlouquecendo de dor, tristeza, magoa, me sentia sozinha, completamente desamparada.

De repente vejo a porta sendo aberta novamente com brusquedão por uma enfermeira.

— O que está acontecendo aqui. — Ela indaga se aproximando do meu leito.

— Tira ele daqui — Implorei sufocada e minha voz soa como um murmúrio em meio a minha crise nervosa.

— Por favor Sr., peço que saia, a paciente não pode se agitar dessa maneira. — A enfermeira disse administrando alguma medicação no acesso preso ao meu pulso.

Meu pai meneou a cabeça em um movimento nervoso e saiu apressado, deixando-me em meio ao meu desespero.

Naquele momento entendi que estava sozinha e nem mesmo poderia contar com quem era do meu próprio sangue. Era somente meu filho e eu no mundo, e eu faria de tudo para me resguardar até seu nascimento. Me dedicaria a amar essa criança, cuidar e proteger até com minha própria vida se fosse preciso e quanto a Heitor, esperaria o tempo dele. Assim como eu, no primeiro momento fiquei confusa e duvidei, ele tinha todo o direito de estar magoado comigo. Mas eu só desejava que Heitor encontrasse o equilíbrio e repensasse, assim como eu fiz, e um dia me procurasse para que pudéssemos conversar e me concedesse a oportunidade de pedir perdão. Eu estaria de braços abertos para recebê-lo e continuar nossa vida de onde paramos juntamente com nosso bebê.

Com esse pensamento logo adormeci, e última imagem que vejo é a de Heitor sorrindo para mim como todos os dias que observávamos juntos o pôr do sol a cada entardecer da sacada de casa.

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6 Anos Depois..

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