Capítulo 14.

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Sarah Cropper.

Ouvir as palavras de Ryan, me deram um aperto no coração, assim como ouvir tudo aquilo de Nicole, eu sei que sempre estive errada, mas eu e ele nos apaixonamos e isso não podia mudar. Aperto meus olhos e Ryan não diz mais nada, então me levanto e pulo minha janela, eu preciso dar uma volta. Já dentro da floresta procuro por animais, pois estou com sede, mas escuto vozes um pouco distante, parece ser de umas três pessoas. Curiosa me aproximo lentamente e olho ao redor, são três homens com uma garotinha, ela aparenta ter mais ou menos uns doze anos, isso não está nada certo, ainda mais a essas horas da madrugada. Me escondo atrás de uma árvore e os observo, eles estão armados e parece que estão caçando. Um dos homens pega a garota pelo braço e a vejo chorar enquanto os outros sorriem com a situação.

— Agora você vai ficar bem quietinha... Se não, vai ficar aqui nessa floresta. - Diz um dos  homens.

A garota engole o choro e vejo desespero em seus olhos, acho que eles vão fazer mal a ela. Com toda minha coragem saio de trás da árvore e entro no campo de visão dos homens.

— E Ai gatinha... O que faz sozinha aqui? - Diz o primeiro homem.

— Eu estava em uma festa... Digamos que me perdi deles, mas acho que estou salva, não é? – Sorri e eles me olham de um jeito malicioso.

— E essa festa era do pijama? - Diz o segundo homem.

— Era sim... Por isso do meu traje, me desculpe, sabe como são as festas adolescentes.

— Não precisa se desculpar gatinha. - Diz o segundo homem.

— Mas quem é essa garotinha? - Me aproximo.

— Ah, ela estava perdida na floresta também... Não é boneca? - O primeiro homem a fita.

Ela concorda com a cabeça e me olha com um pedido de socorro no olhar.

— E para onde vai levá-la? - Os fito.

— Um lugar legal... O mesmo que vamos levar você. - Diz o primeiro homem com um sorriso malicioso.

— Acho que não quero ir, que tal me deixar levá-la para casa? - Sorri.

Os três homens caem na gargalhada e o primeiro deles saca sua arma e a aponta para mim com um sorriso maldoso.

— Acho que as duas não vão a lugar algum.

— Que pena! Eu não queria ter que mata-los na frente de uma criança. - Ergo a sobrancelha.

Não sei porque, mas eu estou gostando disso e dessa sensação de predadora, por algum motivo me sinto leve e perversa ao mesmo tempo.

— Nos matar? - Sorri. - A piada foi boa. - Diz o terceiro homem.

— Que bom que gostaram, quem será o primeiro? - Os fitos com um sorriso.

— Certo, legal... Eu serei... Vamos ver o que uma garotinha como você consegue fazer. - Diz o segundo homem.

Sorri com maldade e deixo minhas pressas aparecerem, eles dão alguns  passos para trás levando a garotinha junto.

— Mas que diabos você é? - Aponta sua arma.

— Você disse que queria ser o primeiro. - Sorri.

Em uma velocidade anormal encosto o primeiro homem em uma árvore e o mordo bebendo cada gota de seu sangue. De repente sinto uma bala em minhas costas, me viro e eles começam a atirar, desvio das balas e me escondo entre as árvores.

— Tic tac... Se eu fosse vocês correriam  agora. - Digo os fitando de cima da árvore e eles miram suas armas para todos os cantos a minha procura.

— Apareça criatura... Ou mataremos a garota! - Diz o primeiro homem.

Desço rapidamente da árvore e os desarmo mais rápido ainda.

— Melhor correr em 1... 2... - Sorri.

Eles correm floresta a dentro me deixando com a adrenalina em alta, a sensação de ser caçadora é maravilhosa, por isso Ryan adora isso. Fito a garota brevemente, ela está atrás de uma pedra chorando.

— Fique aqui que vou dar uma lição nesses homens malvados, prometo que não vou te machucar e te levarei para casa. – Grito sem fita-la, pois sei que está assustada com minha aparência.

Vou atrás dos dois homens e em questão de segundos já estou colada a eles, os vejo pararem cansados, sorri e logo apareço em frente a eles.

— Nossa vocês são tão devagar. - Sorri.- Quem é o próximo? - Os fito e eles ficam em silêncio e ofegantes. - Já que não vão se dispor... Eu escolho.

Olho para o homem número um e o mordo rapidamente, seu sangue é mais doce e não consigo parar de tomá-lo, parece que minha sede nunca passa e sempre quero mais e mais. Ao terminar vejo que o outro fugiu, largo o corpo do homem que está branco e vou atrás da minha última presa. O acho rapidamente e como estou bem satisfeita, o pego por trás e com seu último grito, quebro seu pescoço. O fito por alguns segundos sem arrependimento algum e vou atrás da garotinha, e como a pedi, a mesma continua no mesmo lugar. Me aproximo com cautela e me agacho em sua frente, ela me olha assustada e com lágrimas nos olhos, então me lembro e limpo minha boca, mas minha roupa não tive como disfarçar o sangue.

— Está tudo bem... Não vou te machucar. – Tentei sorrir.

— Onde está aqueles... Homens? - Diz em um fio de voz.

— Bom, foram embora para sempre. - A fito. - Então aonde você mora? - Ela fica em silêncio e hesita em me dizer, claro depois do que ela viu e como estou cheia de sangue, não tiro sua razão. - Tudo bem... Posso ir embora e você fica aqui sozinha. - Me levanto.

— Não por favor, eu moro na vila Sul. - Se levanta.

Lhe ofereço minha mão e ela a pega, começamos a caminhar floresta a dentro e graças aos  meus sentidos de vampira, consigo encontrar o caminho com facilidade.

— Como você foi parar com aqueles homens? – Digo sem fita-la e paro na beira da floresta, já em frente a vila.

— Eles moravam na vila, era amigo do meu pai... Meu pai sumiu a alguns dias e eles me falaram que ia me levar até ele, mas tinha que ser de noite, me pediram para não contar para ninguém se não meu pai ia sumir de novo.

— Eles mentiram para você. - Me agacho em sua frente. - Me prometa que nunca mais vai confiar em ninguém além de sua família, tudo bem?

— Nem em você?

— Bom... Talvez... Não sei. - Me levanto e olho ao redor, a vila está quieta e acho que todos dormem nesse momento. ‐ Bom, não posso entrar na vila desse jeito... Você consegue correr até sua casa?

— Você não pode entrar porque está cheia de sangue? - Diz a me fitar.

— Sim... - Coloco uma mexa de seu cabelo para detrás da orelha. - Agora vai e não fale mais com estranhos sem sua mãe junto, está bem? - Sorri.

— Tudo bem, mas você é boa ou ruim? - Me fita.

— Acho que os dois... Agora vai que já está amanhecendo e esse será nosso segredo. - Dou uma piscada.

— O que você é? - Me fita.

Como vou dizer a uma criança humana que sou uma híbrida, vampira e bruxa?

— Bom, digamos que sou alguém diferente, tenho poderes mágicos.

— Você é uma fada? - Sorri.

— Quase! - Sorri de sua pergunta.

— Vamos nos ver de novo? - Diz empolgada.

— Em breve... Agora vai que sua mãe te espera. - Sorri.

Ela concorda com a cabeça e corre para vila com um sorriso no rosto, ainda parada na entrada da floresta a vejo abraçar sua mãe, fico feliz por ter salvo sua vida, mas no mesmo momento sinto falta de minha mãe, o que me deixa um pouco triste. Respiro fundo e volto para casa pela floresta mesmo. Vejo o sol bater nas folhas molhadas da floresta, os pássaros cantam e a brisa é suave, me sinto tranquila e leve. De repente escuto passos atrás de mim, olho para os lados e não vejo ninguém, fico atenta a cada barulho. Em questão de segundos, me deparo com um bando de lobos em minha frente, um deles para a centímetros e se transforma em humano, ou seja, são lobisomens. O fito já preparada para me defender e eles me cercam lentamente, são mais ou menos cinco, todos eles ficam em sua forma humana e entre eles há duas mulheres.

— Então foi você quem matou homens da vila? - Me fuzila o primeiro lobisomem.

Ergo minha sobrancelha e logo dou um sorriso de canto.

— Diz isso por estar cheia de sangue? - Os fito e o mesmo se aproxima vagamente, parando a centímetros de mim.

— E seria por algum outro motivo? - Me fita. - Não gostamos de sangue sugas matando pessoas da Vila para se alimentar.

— Não fiz só para me alimentar. - Sorri.

O alfa me ataca sem que esperasse e me joga em um carvalho enorme, me levanto colocando minhas presas amostra. O mesmo se aproxima se transformando em lobo e me ataca novamente, mas dessa vez estava preparada e desvio de seu ataque, subindo pela árvore e parando em sua frente. Outros lobos vem para cima de mim e jogo um deles para longe.

— Não quero machucar vocês... Parem. - Grito.

Ele uiva e todos voltam a sua forma humana, inclusive ele. Nesse momento estou ofegante e sinto uma dor em meu braço, ele me arranhou e quase tirou meu braço fora, que violência. Coloco minha mão em cima da ferida, para segurar o sangramento.

— Se afastem. - Diz olhando para seu bando. - Você não devia se curar rapidamente por ser uma vampira? - Sorri.

— Parou só para tirar dúvidas lobinho? -Sorri.

Ele rosna e os outros se afastam de mim, lentamente o mesmo se aproxima.

— Antes que eu te mate, quem é você?

— Quer meu nome para colocar na lápide? Desculpe não vai rolar.

— Assim será então vampira.- Ele vem para cima de mim novamente passando suas garras pelo meu abdômen, dou alguns passos para trás sentindo dor. - Vamos revide, tente pelo menos salvar sua vida. - Me fita.

— Já disse que não quero machuca-lo, então não me deixe tentada a te matar. - Sorri.

— Quando eu arrancar seu coração do peito, vou dá-lo para os ogros comerem.

Começo a dar risada de seu comentário e logo o vejo vindo até mim com fúria, ele me joga entre as árvores novamente, me levanto com dificuldade e me vejo sangrando mais ainda, estou me curando devagar, as feridas estão profundas. Novamente ele vem até mim, porém dessa vez desvio de seu ataque e com uma das mãos o jogo para as árvores. Me sinto fraca depois desse ataque e  escuto minha respiração passar pelos pulmões com dificuldade. O vejo vir até mim em uma velocidade absurda, certo, eu não consigo prosseguir essa batalha, então com as forças que ainda tenho, faço um campo de força antes dele chegar a mim.

— Mas o que é isso? - Hesita.

— Um campo de força. - Dou um pequeno sorriso.

— Você é bruxa? - Me fita. - Espera... Você é uma Híbrida... Como é possível?

Sem responde-lo, faço um portal para perto da casa de Evan, é o máximo que vou conseguir chegar, pois estou sem forças e a casa dele é a mais próxima,  não sei em que momento cheguei na floresta do mundo mágico. Assim que passo o portal me sento em um tronco sentindo muita dor, respiro fundo e tento me acalmar, para pensar melhor no que dizer a Evan, pois ele vai me matar, a ultima vez que disse que ia caçar, ele simplesmente disse, “Faça, mas não mate humanos.” e foi exatamente o que fiz, eu poderia simplesmente pegar a garota, mas tive que matá-los, que burra. Em alguns minutos vejo o sol nascer e me levanto com dificuldades, caminho até a porta da frente da casa de Evan e  toco a campainha. Aguardo alguém atender, quer dizer, espero que já tenha alguém acordado, pois é cedo e eu abusada. Ouço o barulho de chaves e logo a porta se abre, o fito e ele me olha de cima a baixo.

— Quem você matou dessa vez? Vejo que não tem só sangue seu nessa... Roupa. - Sorri.

Continua...

Escolhida pelo destino. - Livro 2.Where stories live. Discover now