Fim

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Alguns Céus se passaram, e vida voltou a seguir seu rumo no País das Maravilhas.
Maise voltou a varrer a frente de sua casinha vermelho e branco, a Lebre iniciou uma aula de boas maneiras com Aragon, que finalmente se transformou em borboleta, os gêmeos trabalhavam juntos como chefes de cozinha no castelo, e Chershire ronronava deitado na varanda do quarto de Trevor.
E por falar em Trevor, ele acabava de acordar ao sentir algo muito macio tocar o seu rosto.
Seus olhos castanhos mesclados à cor azul encontraram uma pena branca na sua frente, e a mão de Guilhermo guiava esta pena solta pelos traços do rosto dele.
Guilhermo sorriu e sentou no colo de Trevor, que passava a mão pelo rosto sorridente preguiçosamente.

- Você dorme demais, Trevor.

- E você adora me acordar, não é? - Trevor respondeu e encarou um Guilhermo que sorria de lado.

- Assim como adoro dormir ao seu lado.

A risada breve de Trevor bastou para que Guilhermo lembrasse de todos os momentos de Escuridão que eles já haviam passado juntos.

- Dormir, sim, eu sei. - Trevor falou e então foi a vez de Guilhermo cair na gargalhada, deixando ele maravilhado por ver aquela cena. - Imagino que você me acordou por algum motivo em especial.

- Sim. - Guilhermo concordou e desceu seu rosto para encontrar os lábios de Trevor, que recebeu um beijo breve e se assustou com o brilho nos olhos estrelados dele. - Tenho um presente para você.

- Ah sim? - Trevor arqueou as sobrancelhas e levou a mão aos olhos quando o brilho das estrelas nos olhos de Guilhermo brilharam intensamente. - Seus lindos olhos brilhantes ganharam novas estrelas ou é impressão minha?

- É que eu estou muito animado. - Guilhermo esclareceu e puxou Trevor pela mão, erguendo seu tronco para que ele sentasse e ficassem na mesma altura. - Mas aqui está o meu presente.

Ele abriu a palma da mão e mostrou a Trevor uma pequena pérola, e ela foi colocada na mão de Trevor, que engoliu em seco.

- Você entende, não é? - Guilhermo esclareceu. - Bem, você não pode atravessar o portal para encontrá-la, mas pode ver se ela está bem.

- Por quê? - Trevor franziu o cenho, realmente confuso. - Por quê eu deveria ver a Alissa agora?

- O tempo passa depressa naquele mundo, e eu acredito que ela possa ter mudado depois disso.

Receoso, Trevor pensou a respeito, chegando a imaginar Alissa dez anos mais velha, segundo a contagem de dez céus que haviam se passado, e ele teve medo de ver o que ela tinha feito de sua vida.

- Quero você ao meu lado. - Ele decretou e Guilhermo sorriu e lhe fez um carinho no rosto preocupado.

- Sempre. - O outro respondeu e uniu seus lábios mais uma vez, agora em um beijo mais caloroso, fazendo com que ambos suspirassem em seguida.

- Vamos lá.

Logo, Guilhermo levava Trevor pela mão, indo até a margem do lago no castelo Supremo.
Respirando fundo várias vezes, Trevor hesitou antes de jogar a pérola na água.

- Sei que ela não poderá me ver e nem me ouvir, mas eu queria que ela soubesse que a amarei para sempre.

Ele jogou a pérola no lago e de imediato a água parou de correr, se tornando plena e lisa como o reflexo de um espelho.
Os olhos de Trevor sobressaltaram quando ele viu uma mulher de cabelos ruivos presos em um coque andar de um lado ao outro dentro de uma de sala de aula.
A voz de Alissa ecoou pela floresta.

- ... E o que nós aprendemos com a história?

Em seguida uma de tantas outras crianças ergueu o dedo e respondeu.

Alice e o Chapeleiro 2 (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora