Capítulo 17

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Algumas semanas depois...

— Já se passou muito tempo e ela não deu notícias, mãe. Não está preocupada? — indagou Henry, enquanto se arrumava para ir a escola.

— Henry, ela está ocupada e talvez não queira mais voltar. Por favor, concentre-se nos seus estudos, nos seus novos amiguinhos e esqueça Lauren. — disse Camila.

— Você a esqueceu?

— Não, mas ela esqueceu de nós.

— Ela não vai voltar?

— Eu não sei, Henry! Eu não sei! — ela respondeu, num tom exaltado e impaciente. — Olha...vamos seguir com nossas vidas e se um dia ela voltar, a gente conversa, está bem?

— Está bem...

— Bom garoto...agora vamos ou chegaremos atrasados.

— Posso acompanhá-los? Assim fico sabendo onde é a escola e quando não puder ir deixá-lo, eu mesma vou — disse Lucy, parada diante da porta.

Camila percorreu o corpo da mulher à sua frente com o olhar analisando-a de cima a baixo. Lucy havia mudado radicalmente nesses últimos dias. O vestido tomara que caia preto, um pouco acima dos joelhos, totalmente diferente dos vestidos longos e estampados que ela usava na fazenda, realçava as curvas do seu corpo muito bem definido. As pernas longas e bonitas estavam à mostra, e os sapatos de salto alto a deixava ainda mais alta. Camila Não teve dúvidas de que Lucy era uma mulher muito bonita e atraente, mas nenhum arrepio percorria sua espinha quando ela falava. Nenhuma chama se acendia em seu coração quando ela sorria. Nada em Lucy era capaz de provocar qualquer reação em seu corpo como um simples gesto esboçado por Lauren provocava.

— Vamos... — ela disse, libertando-se de seus devaneios.

A escola em que Henry estudava pertencia a Dinah, seu único patrimônio. Diferente de Camila Que herdara todos os bens que pertenciam ao seu falecido pai, desde a fazenda na cidade de Storybrooke, até as empresas espalhadas por Augusta que a tornavam uma das mulheres mais ricas do estado.

— Boa aula, querido — ela disse, após deixá-lo no portão de entrada.

— Tchau, mãe — ele falou, correndo em direção ao pátio.

— Eu vou trabalhar agora. Quer que eu te deixe em casa? — ela perguntou, enquanto ajustava o cinto de segurança.

— Posso ir com você?

— Não creio que vá lhe interessar. Se não quer ir para casa, vá ao shopping ou para outro lugar.

— Tudo bem...se não quer que eu conheça seus negócios, eu não vou insistir — disse ela, e em silêncio, Camila dirigiu até um shopping qualquer e depois de deixá-la por lá, seguiu direto para o seu escritório principal.

Trancada em sua sala, ela se serviu de uma dose de uísque sem se dar ao trabalho de acrescentar o gelo. O álcool puro queimou-lhe a garganta e só então ela se deu conta de que jamais superaria a ausência de Lauren. Independente dela ser uma criminosa ou não, independente dos motivos que a levaram a praticar aquele delito, ela a amava e se sentia injustiçada por Lauren ter ido embora sem dar explicações, principalmente por ter partido em companhia de alguém que ela pouco conhecia. Desolada e enraivecida, ela se serviu de mais uma dose seguida de outra e mais outra, embora soubesse que bêbada ou sóbria, Lauren habitaria no seu coração até o seu último respiro.

[...]

— Alô?

— Dona Dinah?

— Sim, sou eu.

InfidelidadeWhere stories live. Discover now