Capítulo 15

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- Tem certeza disso? Fale seu imbecil! - puxando-o pelo colarinho da camisa com força, Camila tinha as veias do pescoço saltadas.

- Eu juro, senhora!

- O que está acontecendo aqui? - questionou Gold, proprietário da pensão.

- Nada! - ela exclamou, empurrando o desconhecido e se retirando em seguida.

No caminho de volta para a fazenda, dirigindo o mais rápido que podia, Camila não conseguia evitar que as lágrimas transbordassem dos seus olhos sem parar enquanto tentava encontrar algum sentido para o que acabara de descobrir: Lauren havia fugido com Troy Ogletree. As lágrimas combinada a poeira que subia pela estrada de barro ofuscavam sua visão, mas nada disso importava naquele momento. O punhal já fora cravado em seu coração, mutilando-o, abrindo novamente as feridas que ela pensou ter cicatrizado. Ao chegar à fazenda, ela enxugou as lágrimas e em passos largos, se dirigiu ao escritório.

- O que está acontecendo? Por que Lauren foi embora? - questionou Verônica.

- Parece que um parente adoeceu e ela precisou se ausentar - disse Lucy.

- Mas a patroa está tão inquieta. Agora mesmo ela passou cuspindo fogo e bateu a porta do escritório com tanta força que eu pensei que fosse arrebentar - disse ela.

- E qual é o dia em que essa mulher não cospe fogo? - indagou Ariana.

- Bom, ela parecia mais calma na presença de Lauren e...

- Olha, Verônica! É melhor ficar de bico calado porque se a patroa ouvir esses comentários, não quero nem imaginar o que ela é capaz de fazer - alertou Lucy. - Vamos voltar ao trabalho e... - antes que ela pudesse terminar o que pretendia dizer, sua voz foi silenciada quando o barulho de objetos se quebrando invadiram a cozinha. Todas elas, inclusive Granny, correram em direção a sala dando-se conta de que os ruídos vinham de dentro do escritório.

- Caramba...ela pirou! Está quebrando o escritório inteiro! - exclamou Ariana.

- Eu vou lá - disse Lucy, todavia, foi impedida por Verônica.

- Está louca? A patroa está fora de controle!

- Verônica tem razão, Lucy! Além disso, o escritório é dela e ela pode fazer o que bem entender com ele.

- Eu não posso deixá-la sozinha! Ela pode se machucar ou fazer uma besteira - disse ela, desvencilhando-se e caminhando em direção ao escritório.

Quando a porta foi aberta e seus olhos cruzaram com o cômodo totalmente destruído, Lucy não teve outra reação que não fosse levar a mão à boca, principalmente quando se deu conta de que Camila estava machucada. Arquejando, seus olhos azuis registraram respingos de sangue pelo chão.

- Patroa...

- O que está fazendo aqui? Eu não te chamei então dá o fora! - exclamou Camila, e só então Lucy percebeu que aquele sangue era proveniente de um corte na palma de sua mão.

- A senhora está machucada. Deixe-me ajudá-la.

- Não preciso da sua ajuda. Some da minha frente! - ela gritou.

- Por favor... - Lucy insistiu. - Vai ficar tudo bem... - acrescentou, rasgando a barra do vestido de tecido leve que usava, para logo em seguida se aproximar em passos lentos. - Sei que não passo de uma empregada, mas se quiser conversar, eu estou aqui.

- Eu quero ficar sozinha - disse Camila, o tom de voz exausto e magoado. Sua respiração descompassada parecia voltar ao normal à medida em que Lucy lhe enfaixava a mão com o pedaço de tecido que acabara de rasgar do próprio vestido.

InfidelidadeWhere stories live. Discover now