Infidelidade

Capítulo 16

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— Verônica, faça as minhas malas e você, Ariana, faça as malas do meu filho. Amanhã bem cedo voltaremos para a capital — disse Camila, ignorando os olhares surpresos e inquisitivos direcionados a ela. — Granny, você voltará comigo ou prefere ficar aqui?

— Se não tiver problema, eu prefiro ficar aqui patroa. Acho que a vida no campo é mais adequada para uma pessoa da minha idade e sozinha.

— Está bem. Vou a empacotadora e só volto mais tarde — ela disse, se retirando em seguida.

Minutos após tomar conhecimento sobre a decisão de Camila Em retornar para a capital, Lucy deixou a casa grande e eufórica, não hesitou em procurá-la nas proximidades da empacotadora. Todavia, seu percurso foi interrompido quando Austin lhe atravessou o caminho, exigindo o pagamento pelo favor prestado dias atrás.

— Aonde pensa que vai com tanta pressa? — ele questionou, segurando-lhe o braço.

— Me larga, seu idiota! Eu tenho que falar com a patroa!

— Falar o que?

— Não é da sua conta!

— Ouvi uns boatos de que você anda se oferecendo para a patroa. Isso é verdade?

— Austin, eu não te devo satisfação!

— Mas me deve um favor e eu quero meu pagamento e quero agora! — ele falou, num tom exaltado, puxando-a de encontro ao seu corpo enquanto ela se debatia entre os braços dele.

— Me solta, Austin! Eu vou gritar, me solta!

— Solte ela, seu animal! — exclamou Camila, aproximando em passos largos. — O que pensa que está fazendo?

— Patroa...eu só estava... — ele murmurou, recuando quando Camila levantou o chicote à altura do seu rosto.

— Seu covarde...essa foi a última vez que você tentou se aproveitar de alguma mulher dessa fazenda. Se eu pelo menos sonhar que você voltou a incomodar uma delas, não só te coloco na cadeia, como me encarregarei de que ninguém nesta cidade te dê trabalho!

— Eu não queria me aproveitar dela, patroa...

— Cale a sua maldita boca! — ela o interrompeu. — Ele fez alguma coisa com você, Lucy?

— Não senhora.

— Está avisado. Agora desaparece da minha frente!

— Com licença — disse ele, se retirando em seguida.

Tentando se recompor, Camilarespirou fundo enquanto seu olhar acompanhava os passos apressados do capataz. Segundos depois, ela desviou o olhar para encarar o azul intenso dos olhos de Lucy.

— O que estava fazendo por aqui? — indagou Camila.

— Eu precisava falar com a senhora.

— E não poderia esperar que eu retornasse para a casa grande?

— Perdão, patroa.

— O que ele queria com você?

— O de sempre. Ele diz que é apaixonado por mim mas eu não gosto dele — ela explicou. — Obrigada por me defender.

— O que tem de tão urgente para falar? — questionou Camila, enquanto caminhava em direção ao seu carro.

— Quero pedir para ir com a senhora para a capital.

— Preciso de você aqui, não lá.

— Por favor, patroa! Eu juro que não darei trabalho e nem dor de cabeça para a senhora. Posso cuidar do seu filho, da casa, posso fazer o que quiser...mas por favor, deixe-me ir...