Capítulo 14

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— As coisas não são como parecem. Eu sou inocente — disse Lauren, nervosa e magoada. — E se eu continuo aqui é porque Camila não me entregou ao detetive, e isso significa que...

— Lauren...deixa eu terminar de falar — interrompeu Ariana. — A patroa disse que não conhecia você e que você não trabalhava aqui, mas depois, quando o detetive foi embora, eu a ouvi falar com Lucy e...bom...parece que Lucy conseguiu convencê-la a te entregar para a polícia.

— Lucy?

— Sim, ela estava presente quando o detetive chegou. Lauren, se eu fosse você, fugiria enquanto há tempo.

— Eu não posso fazer isso...não posso deixar Henry e Camila assim... — ela falou, com muita vontade de chorar.

— Você os deixará do mesmo jeito se for presa. O detetive está na cidade e se a patroa não te entregar, Lucy o fará.

— Camila vai acreditar em mim, eu sei...

— Tem certeza? Se você tivesse ouvido a forma como ela falou...e ainda guardou o cartão do detetive.

— Meu Deus...o que eu faço?

— Lauren...você realmente matou um homem? — questionou Ariana.

— Foi em legítima defesa. Eu não queria...

— Olha, a decisão de fugir ou não é sua. Eu só queria preveni-la porque gosto de você.

— Obrigada, Ariana.

— De nada. Fique com isso. São as minhas economias caso decida partir...não é muito, mas vai servir.

— Eu não posso aceitar e eu nem sei se...

— Por favor. Você me devolve se resolver ficar. Com licença — dito isso, Ariana se retirou.

Enxugando as lágrimas do rosto, Laurenpermaneceu alguns minutos quieta e em silêncio. Ainda que Camila acreditasse em sua inocência, não poderia torná-la cúmplice. Além disso, ela deixara claro que detestava mentiras, e talvez jamais a perdoasse por ter escondido um fato tão grave de seu passado. De repente, o olhar severo e a forma ríspida com que Camila havia lhe falado mais cedo atravessaram sua mente, e a simples possibilidade de se tornar uma vítima do julgamento dela dilacerou seu coração.

— Lauren? Você estava chorando? — Henry perguntou, tão logo ela apareceu em seu quarto.

— Não...é que eu estava ajudando Verônica a descascar umas cebolas — ela disse. — Você já quer jantar? Sua mãe parece que vai demorar pra voltar.

— Por quê?

— Problemas com alguns animais, eu acho.

— Eu estou sem fome. Lanchei agorinha.

— Você precisa de mais alguma coisa?

— Não...por quê?

— Porque eu vou me deitar. Estou com dor de cabeça.

— Quer que eu vá buscar um remédio pra você?

— Não, meu amor. Não precisa. Vou para o meu quarto, está bem?

— Aqui não tem cebolas e você continua chorando.

— Nós mulheres somos assim...bobas, choramos por tudo — ela disse, envolvendolhe o corpo com seus braços.

— Minha mãe brigou com você?

— Não, querido...está tudo bem. Boa noite e durma tranquilo.

— Você também, Lauren...e desejo melhoras.

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