Four

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ALEXIA

Sexta-feira e eu mal dormir nesses dois dias, porque ele gritou a noite inteira enquanto eu cuidava dele. Ele foi baleado na barriga, sei disso porque eu tirei a bala dele e suponho que não tenha acertado seu fígado, mas esteve perto. De qualquer maneira, eu cuidei dele, eu tirei aquela bala de lá e também controlar a hemorragia. No início, ele não parava de gritar e se mover, mas ele acabou desmaiando de dor. Na quinta-feira, ele também também gritou enquanto eu trocava seu curativo. Ele parecia está no próprio inferno, eu não sei o que ele arranjou, mas com certeza ele é problema porque com certeza não é normal aparecer baleado na praia em uma noite de quarta-feira. Além disso, devo salientar, que ele tem essa essência monstruosa e perigosa, essência de problema, essência de perigo. Cheiro de morte. Contudo, dormindo assim, ele chega a parecer um anjo.

Quem sabe talvez ele fosse aquele anjo expulso do paraíso e que teve as asas arrancadas da pior forma, que teve sua luz afetada. Eu não sei, não sei sobre ele, sobre o passado dele. Apenas sei que ele era o cara que me encarou quando dancei, o cara do isqueiro, o cara que quis ameixas e que tem um olhar intenso. Uma essência que de certa forma pode fazer qualquer tremer apenas pela presença, mas que agora está bastante machucado, uma pessoa que poderia ter morrido se eu não tivesse o encontrado.

Agora, o dia já começa a nascer e os os raios de sol que entram dentro da minha casa, começam a aquecer meus pés espremidos no sofá que estou dormindo agora. Não consegui subir com ele para meu quarto. Então trouxe meu colchão para baixo e o deixei deitado lá. Eu também não quis deixá-lo sozinho, ele perdeu sangue demais e fiquei com medo que pudesse sentir febre ou que seu coração simplesmente parasse, então eu venho dormindo no sofá ao lado do colchão, assim fica mais fácil saber se ele está bem, consigo monitorá-lo, escutá-lo respirando e olhá-lo imediatamente todas as vezes que ele suspira e geme de dor.

Olho para cima vendo a lâmpada e o teto rústico da minha casa. Respiro fundo e olho para ele, agora dormindo. Ele dormiu uma noite inteira e isso é um descanso merecido para quem poderia está morto dois dias atrás. Eu também preciso de um descanso para quem salvou a vida de alguém. Coço meus olhos e respiro fundo, mas o dia já chegou então não existe mais descanso, ele precisa comer e eu também. Levanto-me, logo ele vai meio que acordar eu acho , como ontem, onde só resmungou e dizia para Anthony ficar longe enquanto eu tentava fazer ele beber suco de beterraba e comer uma sopa com frango.

Faço todos os movimentos com o máximo de cuidado possível para não acordá-lo sem precisar, acordar alguém o assustando é a pior maneira de ser acordado, principalmente quando esse alguém está recuperando de um tiro. Sigo até a cozinha, eu pego uma manga para fazer suco e começo a descascar aquela fruta vermelha e bem madura.

Quem é ele?

Pergunto-me enquanto tiro a casca da fruta com a faca. Será que isso foi uma briga ou algo além disso? Será que ele é realmente um problema bem maior? Quem o quer morto? Ele nunca pareceu problema nos momentos em que eu girava na barra de ferro e o observava bebendo seu whisky apesar de nunca ter o visto sorrir ou falando. Normalmente, ele estava apenas ouvindo seu amigo, é um rapaz de pele negra e um cabelo crespo. Parece mais jovem que ele e sempre fala mais animado. No entanto, este homem que está na minha casa, ele ficava apenas lá, bebendo seu whisky emburrado com algo, talvez com alguém e quem sabe seja esse alguém que apareceu e deu um tiro nele? Eu termino de descascar a manga e me viro para pegar o liquidificador me assusto e deixo a manga cair no chão. Ele está escorado na parede com a mão na ferida.

— Onde eu estou? -Ele pergunta com a voz rouca demais. Sua boca está descascando, ele precisa beber água. Aliás ele precisa se deitar, porque ele parece que vai cair a qualquer momento.

Você precisa ficar deitado. -Falo e deixo a manga em cima da pia. Vou até ele e seguro seu pulso. Ele deixa-se ser e se senta no colchão.

— Onde eu estou? — Ele repete a pergunta mais sério.

— Onde poderia está? — Empurro ele devagar para se deitar e ele resmunga se sentando de novo.

— Não sou um bebê — ele fala e faz careta.

— Mas levou um tiro — falo o olhando séria.

Não me respondeu — ele fala e bufa irritado.

— Menelaus — respondo, ele abre a boca surpreso.

— Menelaus? — pergunta chocado. Balanço a cabeça concordando.

— Te achei na praia.

— Você é a bruxa que cuidou de mim — ele fala e sorrio pequeno.

Sou a bruxa que salvou sua vida — respondo e levanto sua blusa ele segura meu pulso com força e o olho assustada. — Vou ver seu machucado ok? — explico e ele continua olhando para mim, calado e com a cara fechada. Porém, sua expressão suaviza e eu acabo me sentindo mais relaxada também.

— Você é a dançarina daquele bordel não é? -Pergunta e balanço a cabeça devagar concordando. — Qual seu nome?

— Alexia e o seu? -Pergunto e então começo a tirar o curativo de sua pele, ele faz careta.

— Harry. -Fala e geme baixinho. — Quanto tempo eu fiquei aqui? -Pergunta.

— Apenas dois dias. -Falo e olho sua ferida. Felizmente, não parece que vai infeccionar, mas dá poucos sinais de cicatrização, isso precisa de uma sutura e ainda coisa que eu já suturei na vida foram minhas roupas rasgadas. — Não tem infecção. -Falo e volto com o curativo no lugar e o olho. Seus olhos verdes focados em mim, eles estão bem verdes agora, encarando-me com as pupilas dilatadas. — Você precisa ir para um hospital. Tipo, cuidar melhor disso.

— Você cuidou de mim por dois dias e eu não morri, por que eu teria que ir para um hospital agora? -Pergunta e pelo o tom da sua voz eu tenho certeza de que a última coisa que ele quer é ir para um hospital.

— Você está com um furo no corpo. -Falo e ele me olha atento. Sei que não é o primeiro, vi cicatrizes, uma no seu peito e outra nas suas costas. Então isso não o comoveu. — E ainda sangra um pouco, um médico ia saber cuidar disso melhor que eu. -Falo.

— Nada de hospitais. -Ele diz firme. — E vai parar de sangrar logo. Só continua a fazer essas coisas que você faz, bruxa. -Ele fala e gesticula com a mão. Eu bufo e o olho negando com a cabeça. Ele com certeza está em um problema enorme. Me levanto, sigo até a cozinha para terminar de fazer o café da manhã e espero que ele fique quieto, mas a julgar pela dor que ele deve está sentindo, Harry não irá a lugar nenhum.

Eu faço suco com a manga para nós dois, como dois sanduíches naturais. Então sigo até a sala e ele.ainda está lá sentado no colchão e vendo o noticiário que passava na televisão.

A mansão Gates é assaltada mais uma vez. Este é o segundo grande assalto em menos de duas semanas, levando doze milhões cetins. Em comunicado Christopher Gates diz que o dinheiro roubado é da realeza e não dele. Em nota a família real informou que o dinheiro seria levado ao banco, mas devido ao assalto na última semana, na qual foram levados cinquenta mil cetins, o dinheiro seria confiado a Mansão Gates. -A mulher fala e olho para Harry que prestava atenção no que ela falava. — Segundo a polícia, quatro assaltantes foram encontrados mortos ao redor da Mansão Gates e estima-se que outros seis estejam foragidos.

Sento-me ao lado do Harry e bebo o suco.

— Por que confiaram o dinheiro em um lugar que já foi assaltado antes? -Pergunto puxando assunto e pego meu sanduíche. Harry me olha e pega o copo.

— Porque Gates é chefe da empresa de pérolas de toda a Papilio. Ele tem a própria segurança, como a de um banco. Se eu tivesse que confiar meu dinheiro e se não fosse com o banco, seria com o Gates. -Harry fala e bebe o suco. Eu o olho e franzo minha testa. Ele me olha e arqueia a sobrancelha, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa. Ele é mais rápido e pergunta. — Mas me responda uma coisa, por que uma dançarina de pole dance, que só dança aos sábados tem uma casa tão bem mobiliada?

Continua... 

Notas: Oi oi anjos tudo bem?

Estão gostando? Espero que sim, cometem o que estão achando e votem se gostaram. Love All. Xx

Golden || H.S || CompleteWhere stories live. Discover now