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Acabara de acordar, mas reparei que ainda não havia um único raio de sol a invadir o meu quarto. Peguei no meu telemóvel e vi que eram 3h45 da manhã. Tem sido sempre assim ultimamente. Levantei-me e andei pela escuridão do corredor da casa até ao quarto do meu irmão. Entrei e invadi devagarinho a sua cama. Ele estremeceu e abriu os olhos.

"Está tudo bem, Blake?"

"Não consigo dormir." Sussurrei. "Posso ficar aqui, Ash?"

"Anda cá." Puxou-me para os seus braços e logo inalei o cheiro da sua roupa.

"Obrigado." Sussurrei e logo fechei os olhos.

Espero conseguir dormir. Tenho estado com aspeto horrível, como se já dormisse há meses. Desde que o meu pai nos abandonou, tenho dormido muito pouco. Acordo sempre por volta destas horas e nunca mais consigo dormir. Acabei por adormecer nos braços do meu irmão, o que é bastante agradável.

Acordei por volta do meio-dia, quando os raios de sol batiam diretamente na minha cara. Assim que abri, vi o Ashton já vestido e com aquele seu sorrisinho adorável.

"Bom dia." Disse.

"Hey." Espreguicei-me.

"Estás bem? Ontem fizeste questão de invadir a minha cama."

"Sim, como te disse não conseguia dormir." Relembrei-lhe. "Talvez, só precisasse de sentir os braços de alguém à volta do meu corpo."

"Blake, eu estarei sempre aqui." Acariciou a minha cara. "Já agora, invade a minha cama sempre que quiseres, é agradável." Sorriu.

"Assim o farei." Dei um pequeno sorriso.

Abraçou-me e logo me deixou levantar. Caminhei até ao meu quarto para me preparar. Preciso de apanhar ar livre. Preciso de estar em contacto com a rua, acho. Tomei um duche rápido e assim que terminei, vesti a minha camisola dos Ramones preta e os meus calções pretos rasgados e justos. Calcei as minhas converse pretas. Dei uma pré-secagem ao meu cabelo longo que tinha um lilás claro, onde ganhou as suas pequenas ondas. Sentei-me à frente ao meu espelho para me maquiar. Usei um pouco de base. Tracei um traço fino com o eyeliner, fiz questão de usar rímel para alongar as minhas pestanas que já são longas de si e fiz outro traço nos meus olhos. Pintei os meus lábios com um vermelho escuro. Peguei nas minhas coisas e logo desci. Quando ia a sair, a voz da minha mãe chama-me atenção.

"Blake, onde vais? Não almoças?"

"Vou espairecer. E almoço na rua, mãe." Corri até ela, onde depositei um suave beijo na sua bochecha. "Não te preocupes, eu como, prometo." Dei-lhe um sorriso tranquilizador.

Saí. Algumas pessoas vagueavam pela rua. Nenhuma conhecida. Coloquei os óculos pretos de formato redondo, juntamente com os meus fones e andava sem rumo. Prometi à minha mãe que comia, portanto tenho de o fazer. As promessas foram feitas para cumprir. Avistei um pequeno restaurante ao fundo da rua e andei até lá. Assim que entrei, dei logo de caras com um rapaz extramente bonito. O seu cabelo tinha um castanho nem muito escuro nem muito claro, era um castanho intermédio e os seus olhos tinham um verde de esperança, talvez. Era um pouco mais alto que eu. Sim, eu sou baixinha. Sentei-me na mesa próxima dele. Esperava que alguém me viesse atender. Nunca fui pessoa de esperar muito tempo. Sou um pouco impaciente. Trouxeram-me a ementa. Não conseguia decidir, portanto pedi a opinião do empregado, onde ele me aconselhou comer picanha. Assim foi. Escolhi picanha e pedi também uma cola. Enquanto aguardava, olhava discretamente para o rapaz belo sentado na mesa ao lado.

Pouco depois, o meu almoço estava servido. Almoçava calmamente, mas o ambiente foi abaixo assim que três raparigas que faziam parte da minha turma entraram. Ugh, cada vez mais horríveis. Terminei a minha refeição e logo caminhei para o balcão para pagar. Assim que o fiz, acelerei o meu passo até à rua. Saí a tempo delas olharem para mim. Coloquei de novo os meus fones e voltei a andar sem rumo, como se fosse uma aventura. As pessoas olhavam para mim, pois estranhavam a cor do meu cabelo. Não quero saber, eu gosto, elas que se fodam simplesmente. Os meus pensamentos voltaram a ser invadidos por aquele rapaz extremamente belo sentado preto da minha mesa. Ia ultrapassar a estrada, mas sinto alguém a agarrar-me, puxando-me para trás. Bem, salvou-me de voar com o embate do carro.

my salvation.Where stories live. Discover now