dezasseis.

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Já passaram dias desde que fui à casa daquele individuo e não podia estar mais arrependida do que estou. Demorei pelo menos três dias a abrir a porta do meu quarto à minha família, ao Nathan e até mesmo aos poucos amigos que tenho.

Não vou mentir, ainda me sinto fraca, ainda não curei. Muitas cicatrizes foram abertas depois daquele encontro. Várias memórias invadem a minha mente durante a madrugada o que me impede de dormir em condições. Parece que o passado regressou para me assombrar, talvez porque eu permiti isso.

Mas também, nestes últimos dias, deu para organizar os meus pensamentos. Agora a história começa a fazer sentido. As peças soltas começam finalmente a juntarem-se e eu finalmente começo a entender. Mas o que falta entender, é como a Stacey mudou de opinião em relação à aquele homem. Lá por ele chorar, não quer dizer que se sente arrependido, na verdade, isso pode ser uma jogada sua. Sinceramente, os seus passos são feitos de jogadas, por vezes não toma as decisões certas e erra e com isso, descobrimos certos podres e certos planos que fracassaram. Mas o que eu quero mesmo entender, é o quê que ele fez para que a Stacey ficasse do seu lado.

Talvez pelo simples facto de ela não o conhecer de todo. Ela acredita que o seu pai, sim, seu, porque meu, não é. Eu perdi o meu pai há dez atrás, cujo ele nunca teve coragem para se despedir da família que ele diz ter amado imenso, que ele diz que manteve por perto, mas mesmo assim perdeu o crescimento dos seus filhos. Ela acredita que aquele homem tenha sentimentos. Sentimentos que na verdade, eu desconheço. Ele não é um bom homem e eu continuo a achar isso, como Ashton, como a minha mãe e até mesmo como a Esme. Só a pequena Stacey é que se encontrava cega por ele.

Os meus pensamentos foram interrompidos pela batida na minha porta.

"Entre." Digo e assim que a porta abre-se, vejo Nathan a entrar com um sorriso adorável esboçado nos seus lábios. "Olá." Digo e assim que ele chega perto de mim, deposita um suave beijo sob os meus lábios e logo se senta ao meu lado.

"Olá." Ele nunca deixa de sorrir, é impressionante.

"Que fazes aqui?" Pergunto. "Não esperava a tua visita."

"Eu sei, queria fazer-te uma surpresa." Ele diz, enquanto envolve os seus braços à volta do meu corpo. "Quero convidar-te para ires jantar lá casa."

"Tipo, hoje?" Viro-me para ele.

"Sim, tipo hoje." Ele sorri. "Porquê tanta admiração ou talvez choque?"

"Apenas não estava à espera, mas aceito. Já não vejo a tua irmã mais nova, nem a tua mãe desde do dia em que conheci a Gwen."

"Já passaram dois meses-----"

"Sim, já passou algum tempo."

"Prometo que a noite de hoje vai ajudar-te a esquecer um pouco os teus problemas e eu prometo fazer com que a noite de hoje seja especial para nós." Ele deposita um suave beijo no meu nariz e eu sorrio.

"Eu acho que nunca te disse a sorte que tenho por te ter, Nath." Faço uma breve pausa e utilizo-a para me afastar e para me sentar à sua frente. "Tu entraste na minha vida nos meus piores momentos. Tu fizeste com que ela começasse a fazer sentido. Tu fizeste com que eu encontrasse um rumo e eu já deixei de me sentir perdida desde que entraste na minha vida há uns bons meses." Um sorriso floresce nos meus lábios e escondo o meu rosto entre o meu cabelo lilás.

"Aquilo que eu fiz na tua vida, tu fizeste na minha, portanto." Ele puxa-me para si e os seus lábios entram em contacto com o meu pescoço. "Eu amo-te, Blake Irwin."

"E eu a ti, Nathan Sykes." Envolvo as minhas mãos no seu pescoço e faço questão de me sentar no seu colo. "És o meu herói." Sorrio e logo colo os nossos lábios, iniciando um beijo calmo.

my salvation.Where stories live. Discover now