Crucificada

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Christopher Goldschmied

Primeiramente, estou bêbado pra caralho.

Pensei que não tinha bebido tanto, mas agora que estou dirigindo percebi que eu passei dos limites... mas mesmo assim eu continuo indo para a casa da Kira.

Deixei a garrafa de lado no banco do passageiro e coloquei um cigarro entre os lábios enquanto dirijo com uma só mão.

Procurei pelo meu isqueiro para acender o cigarro e então eu me lembrei que eu o dei para a Angelique.

— Ah, que desgraça! — Tirei o cigarro da boca e o deixei de lado também.

Então eu percebi que já passei da casa da Kira por causa desse meu momento de distração com a falta de fogo. Estou mesmo muito mal.

Mas isso não me parou.

Freei o carro e voltei de ré.

Porra... Eu nunca estive tão lesado como hoje.

Estou bebendo em um bar desde o final da tarde e confesso que só parei porque eles me expulsaram de lá.

E agora eu quero transar, quero dizer, quero me vingar de Angelique, mas principalmente transar.

Não importa com quem, só estou aqui porque a Kira sempre está disponível para mim, mas se tivesse qualquer outra mulher desconhecida no bar que também tivesse afim de sexo, seria com essa mulher.

Tanto fazia para mim porque se não seria com a Angelique, qualquer coisa serviria para aliviar a minha tensão. Estou tenso e preciso relaxar. Então foda-se!

Estacionei o meu carro de qualquer jeito em frente à casa da Kira e tentei sair do veículo sem tropeçar.

Missão cumprida, agora eu preciso chegar até a casa dela sem cair de cara no chão.

Caminhei pelo jardim da frente e toquei na campainha algumas vezes.

Demorou muito até que a porta se abrisse, a mãe da Kira, a Lindsey, foi quem me recebeu.

— Cameron! — Ela abriu os braços e avançou na minha direção para me abraçar.

Ela está me confundido com o filho dela, o meu melhor amigo que está no exército há meses.

— Não sou o Cam — Eu disse e ela me encarou confusa.

Ela parece bêbada, mas depois eu me lembrei do que a Kira me contou sobre ela ter ficado esquizofrênica ou algo assim.

— Sou eu, Christopher — Falei mas ela parece confusa — Christopher Goldschmied, filho da Celina e do Bartholomew Goldschmied, sou amigo dos seus filhos — Eu tive que dar toda essa explicação sobre quem eu sou para uma mulher que me conhece desde que eu nasci.

Era estranho demais.

— Christopher? — Kira apareceu amarrando o robe de seda em seu corpo — O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou. Não sei se ela parece feliz com a minha presença, ela parece
envergonhada ou preocupada com a mãe dela.

— Preciso de companhia — Eu disse e isso soou horrível, como um verdadeiro bêbado de rua.

— Mãe, volte para a sala, vai perder o fim do filme — Kira pediu e Lindsey desviou o olhar de mim para olhar para a filha.

— Que filme? — Lindsey perguntou.

Kira respirou profundamente como se estivesse prendendo a paciência.

Ela me puxou para dentro e depois trancou a porta.

Reparei que ela retirou a chave e a guardou no bolso do robe, provavelmente ela está se certificando de que a mãe dela não saia de casa e se perca por aí, depois ela levou a mãe dela para a sala de televisão.

Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)Onde histórias criam vida. Descubra agora