Lençóis Pecaminosos

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Acordei no meio da noite e Angelique estava nua ao meu lado, virada de costas para mim.

Eu sorri por finalmente tê-la em minha cama, eu estive ansiando por isso...

Ela está dormindo e parece um anjo, está tendo um sono muito tranquilo e a boca dela está um pouco entreaberta, respirando calmamente.

Aproximei-me e passei o meu braço por cima do seu corpo tomando o máximo de cuidado para não acorda-la.

Ela sentiu o meu toque e se virou na cama para olhar para mim de frente.

— Não quis te acordar... — Eu sorri um pouco sem graça.

— Tudo bem — Ela respondeu e tocou o meu rosto — Eu precisava mesmo voltar para o meu quarto, Bart.

Meu corpo congelou.

— Bart? — Eu perguntei assombrado.

Ela olhou para mim confusa e eu franzi o meu cenho.

— Você me chamou Bart? — Eu quis gritar, mas estou chocado demais para isso, as palavras saíram da minha boca praticamente cuspindo em seu rosto.

Mas Angelique continuou sem entender o que eu estava falando. Ou fingia não entender...

— O que foi? Está agindo tão estranho! — Ela exclamou um pouco assustada.

Eu a peguei pelo braço com força, fazendo ela encarar o meu rosto furioso.

Não estou para brincadeiras.

— Você me chamou de Bart? Por que você me chamou de Bart? — Questionei enquanto apertava os seus bracinhos fracos e finos em minhas mãos.

Lágrimas acumularam nos olhos dela.

— O seu nome é Bart! — Ela disse chorando.

Ela enlouqueceu.

Empurrei ela de volta para a cama e a deixei ali jogada.

Sentei-me na beirada da cama e vi o meu reflexo na porta espelhada do meu closet...

Quero dizer, o reflexo do meu pai.

Esfreguei o meu rosto e voltei a encarar o meu reflexo mas eu continuo sendo o meu pai.

Christopher Goldschmied

Senti os braços de Angelique evolverem o meu corpo e então eu finalmente consegui afastar as minhas mãos do meu rosto.

Eu vi ela olhando para mim pelo reflexo do espelho com preocupação e eu suspirei aliviado por aquilo ter sido apenas um sonho esquisito.

— Está tudo bem? — Ela perguntou e apoiou o queixo dela em cima do meu ombro.

— Não sei — Falei sinceramente — Acabei de ter um pesadelo.

— Que tipo de pesadelo? — Ela perguntou com curiosidade.

Eu ri com nervosismo e neguei com a minha cabeça.

— Esquece isso — Falei e peguei o maço de cigarros sobre o móvel ao lado da minha cama.

Ofereci um cigarro para Angelique e ela aceitou, depois o colocou entre os lábios.

Acendi o dela primeiro e depois o meu.

Tinha dormido com ela depois de tudo, estava exausto psicologicamente de tanto correr atrás dela, e depois eu me senti muito relaxado ao ponto de dormir em seus braços sem perceber.

Eu olhei para ela com mais atenção e vi o seu rosto ainda manchado com sangue no topo da bochecha.

Soltei um riso junto com a fumaça e ela me encarou desconfiada.

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